sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Bolero's Bar 25

Siempre en mi corazón 

Zemaria Pinto


A distância, o tempo, a solidão não servem para medir a ausência. Eu sei que vocês vão rir, mas, acreditem, ele está presente o tempo todo, não sei se no meu coração ou na minha mente. Ou na minha vontade. No meu desejo que arde. Nas memórias doces e amargas, uma infinidade de véus que vão revelando lembranças apagadas. É como se ele tivesse ido para a guerra, para a linha de frente, para a certeza da morte. Mas eu devo esperá-lo. Enquanto ele estiver vivo, enquanto o inimigo não o fuzilar, eu devo esperá-lo.

 

Siempre en mi corazón (1941), de Ernesto Lecuona (Cuba, 1895-1963). Bolero.

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