Pedro Lucas Lindoso
Querido
pai Zecão,
Hoje
quero dedicar um momento para expressar o quanto sou grato por tudo o que o
senhor fez por mim. E ainda faz. Pois sinto que, mesmo no Plano Espiritual, é
possível uma interação entre nós baseada na maior virtude tão propagada e
constantemente ensinada pelo Divino Mestre Jesus – o Amor.
Reconheço
que foi o senhor quem me deu a vida, e por isso, tenho uma profunda admiração e
gratidão pelo senhor.
Gostaria
também de pedir desculpas por algo que disse e que possa ter magoado ou causado
algum mal, quando o senhor estava entre nós neste plano. Sinto muito se minhas
palavras ou ações lhe fizeram sentir o contrário do que realmente sinto.
Meu
coração é cheio de respeito e amor por tudo o que o senhor representa nas
nossas vidas. Porque para mim e meus
irmãos o senhor nem nossa mãe morreram. Só morre quem não deixa saudades. E a
nossa é imensa.
Amo o
senhor e minha mãe pelo que vocês foram, pelo que são eternamente na
imortalidade em Cristo ao qual professamos.
E também pelo que fez pelos outros. Nos ensinou a amar nossa Manaus,
nosso Amazonas e o seu povo.
Sua
força, dedicação e exemplo são inspirações diárias para mim. Suas e de minha
querida mãe. Dos muitos conselhos ressalto alguns: respeitar as pessoas,
independente de raça ou etnia, religião, classe social ou ideologia. Enfim, não ser preconceituosos ou intolerantes.
Vivíamos, lá pelos anos sessenta, numa cidade ainda muito provinciana e
patriarcal. Com preconceitos e costumes arcaicos.
Sobre
perseverança e força de vontade, sempre nos dizia que “os generais não são
aqueles que vencem as grandes batalhas. Mas os que vencem a si mesmos.” E nos
advertia por diversas vezes que o essencial e importante é ser, e não ter. E
ainda, o dever de amar e respeitar as mulheres. Como o senhor sempre agiu com
nossa mãe. O pior “crime” que nós, os filhos homens, poderiam cometer era
machucar ou bater em nossas irmãs.
Vocês
tiveram sete filhos. É fato que fomos criados e amados como se fôssemos filhos
únicos. Todos já expressaram e parecem reconhecer isso. Sou grato por ter tido
um pai como o senhor e uma mãe que nos amava antes de nascermos. Expressava esse amor fazendo casaquinhos e
luvas de tricô adaptados para o clima tropical de nossa região. Tão gostosos e
importantes para noites de friagem, mais comuns nas décadas de 1950 e 1960.
Sou
muitíssimo grato por tudo que aprendi ao seu lado. Espero poder retribuir um
pouco de tudo isso repassando às minhas netinhas seus ensinamentos e valores.
Como o fiz com meus filhos. Quero ensiná-las o quanto o senhor e minha mãe
foram importantes nas nossas vidas. E de muitas outras pessoas. E ainda
continuam sendo.
Meus
filhos nos deram essas preciosas netinhas, suas quatro bisnetinhas honrando sua
descendência. Assim como meus irmãos, com seus netos e netas. Todos conscientes
que descendem do
senhor. Todos expressam
grande orgulho e privilégio de serem descendentes do senhor
e de nossa mãe.
Por
fim, expresso definitivamente todo o meu amor incondicional que sei que não é
só meu, mas de todos os seus filhos netos e bisnetos.
Nos
veremos na eternidade.
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Amine e José Lindoso. |