Amigos do Fingidor

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Barulho ou silêncio

Pedro Lucas Lindoso


Em tempos de Olimpíadas fico pensando o quanto o barulho da torcida pode ajudar, ou não, os atletas durante os jogos.

Na pandemia, com os estádios de futebol compulsoriamente vazios, houve necessidade de preparação motivacional para os jogadores entrarem ligados e jogarem com afinco. Sabe-se que a torcida contra motiva. A torcida a favor ajuda. Mas isso principalmente nos esportes coletivos em geral.

Esportes como a ginástica de nossa campeã Rebeca Andrade, o silencio é importante. Mas sempre há barulho. Parece que a torcida, ansiosa, cochichava. E cochicho no silencio vira barulho.

Em algumas situações, não somente nos esportes, o barulho pode ser aterrorizante. Sabe-se que pessoas com autismo tem os tímpanos bastante sensíveis. E sofrem com o barulho. Alguns animais também. Os cães sofrem com o barulho dos fogos. Especialmente no réveillon e jogos da copa.

Nos jogos de tênis é interessante observar o silencio sepulcral nas arquibancadas. Ouvem-se as raquetadas e as bolas para lá e para cá, numa sincronia similar aos sons da natureza. Sabe-se que a concentração é crucial.

Manter o silêncio durante os pontos é uma forma de respeitar tanto o próprio jogo quanto o adversário. Interromper este silêncio pode não apenas prejudicar a concentração do jogador, mas também alterar o andamento da partida. Isso por parte dos jogadores e da torcida.

Ora, o silêncio é uma regra extremamente importante, já que o tênis é um esporte muito intenso e exige muita concentração. Portanto, qualquer distração pode ser fatal para o tenista na disputa do ponto.

Mas os tenistas gritam também. Os gritos deles servem para ajudar na rebatida da bola. Isso aumenta a força do movimento sem esgotar o suprimento do oxigénio. Mas parece que não existe regra específica para o silêncio no tênis. É como a tal lei do silencio. As pessoas acham que ela existe. Mas só que não.

Mas nada emociona mais do que o silêncio da galera contrária quando da apresentação do boi rival no Festival de Parintins. Mas aí tem regra. E vale pontos. Os espectadores de fora, especialmente os vindos do sudeste e do exterior, ficam encantados.

Contudo o silencio pode ser de uma tristeza frustrante. Rafael Medina esperou ansiosamente pelo barulho de uma onda que não veio. A natureza negou ao nosso surfista a medalha de ouro. Faltou o barulho e a majestade de uma onda. Uma pena.