Amigos do Fingidor

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

A poesia é necessária?

 

Eu te amo

Cândida Alves

 

Colando o meu rosto

no pelo macio do teu peito

não posso encontrar

um defeito na vida

 

Meu corpo estreito

sem jeito

te cobre com força

e te beijo

 

Teu beijo

me escorre na cara

escancaras na boca

um bocejo

 

e dormes...

 

Respiro com calma

com tara

me sento em teu colo

te olho

não fico com medo

 

Procuro teus dedos

que toco

e enrosco nos meus

pensando em voz alta

meu Deus eu amo esse cara

esse homem

então sinto fome...

 

Vou à geladeira

encontro uma pera

e como

sentada na pia

 

Um gato que mia lá fora

me lembra na hora

meu gato sozinho na cama

 

Eu corro e te encontro

com os olhos fechados,

suando

sonhando comigo talvez

 

e sigo te olhando, babando,

pensando

 

meu Deus como eu amo

e proclamo:

sou tua, sou tua

enquanto adormeço ao teu lado

tranquila

e completamente nua