Amigos do Fingidor

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Dia das Crianças

Pedro Lucas Lindoso

 

Dia 12 de outubro chegou com o cheiro de panqueca vindo da cozinha da Vovó Vera. E o som alto das falas, risos e algazarras das quatro primas, nossas netinhas. Vovô Pedro, fantasiado de professor Girafoles, montou e dirigiu um teatro com as quatro garotinhas amadas.

Maria Luísa foi a primeira a entrar em cena, vaidosa e estudiosa como sempre. Ela chegou empunhando um caderno como se fosse um mapa do tesouro. “Abre o pote de mel karo!” Exclamou, referindo-se ao mel colocado nas panquecas da vovó. Depois, mostrou uma chave que guarda como se fosse de uma escola flutuante. Tema da feira de Ciências da escola. Malu já descobriu que ciência pode ser deliciosa. Podemos misturar cores e fantasias para provar, entre risos, que a matemática também gosta de brigadeiro.

Maria Helena, carinhosa, espontânea e sensível, chegou trazendo o sol dentro da mochila. Abriu espaço na sala para um recital de abraços. Cada abraço tinha uma promessa de cuidado. Maria Helena em cada sorriso pedia para não se esquecerem da lição da feira de ciência da escola. Tomar maracujá para se acalmar. Usar babosa para fortalecer cabelos. Depois, Maria Helena decidiu que a casa precisava de mais música. Então criou um coral de brinquedos, onde o relógio marcava o tempo com uma batida de coração. Tudo numa cadência que pareceu abraçar todo mundo.

Catarina, curiosa, carismática e conciliadora, assumiu a missão de organizar o reino das perguntas. “Por que a Lua não mora aqui?”, “Os botos moram no rio junto com os jacarés?”, E assim nasceu uma oficina de curiosidade. Perguntas em papel colorido, respostas em forma de histórias, e, claro, uma competição. Quem vai encontrar mais rápido o objeto perdido pelo professor Girafoles? O resultado foi em risadas, porque o objeto perdido era, na verdade, a bengala do vovô Pedro.

Isadora, simpática, espevitada e de personalidade forte, trouxe a coragem de quem não tem medo do palco aberto. Ela conduziu uma apresentação improvisada sobre superpoderes. Cada uma escolhia um poder, demonstrava com gestos, e descobriam que o maior superpoder é a alegria de partilhar. Isadora organizou uma corrida de sorrisos, onde quem sorri mais ganha um pastel de vento feito pela prima Bolha.

Entre tantas brincadeiras, a casa ganhou o brilho das pequenas vitórias. Quem acerta a pergunta do professor Girafoles ganha o direito de escolher o desenho da Netflix. Quem come tudo direitinho recebe um diploma de “Experta em Sabor”; quem encontra o brinquedo escondido antes do almoço pode escolher o tema da próxima história.

Os avós, os papais e as mamães aprendem que a beleza está nos gestos simples, no riso que sobe do peito, nos olhos que brilham quando alguém descobre que o mundo é maior quando dividido com quem se ama. Brincar com Maria Luísa, Maria Helena, Catarina e Isadora é lembrar que o futuro promissor e feliz não é apenas uma ideia distante. Começa hoje, no compasso de cada abraço aceito, na curiosidade que não se cala, na gentileza que se multiplica. E, no final do dia dedicado as crianças e a Nossa Senhora o coração dos pais e avós fica mais leve, satisfeito, cheio de promessas de que amanhã haverá novas aventuras, novas risadas e, principalmente, novas memórias para guardar com muito cuidado no baú do afeto.

Feliz Dia das Crianças, minhas queridas netas. Que a alegria de ser vovô seja sempre a nossa brincadeira mais bonita.