Pedro Lucas Lindoso
Dia 12
de outubro chegou com o cheiro de panqueca vindo da cozinha da Vovó Vera. E o
som alto das falas, risos e algazarras das quatro primas, nossas netinhas. Vovô
Pedro, fantasiado de professor Girafoles, montou e dirigiu um teatro com as
quatro garotinhas amadas.
Maria
Luísa foi a primeira a entrar em cena, vaidosa e estudiosa como sempre. Ela
chegou empunhando um caderno como se fosse um mapa do tesouro. “Abre o pote de
mel karo!” Exclamou, referindo-se ao mel colocado nas panquecas da vovó. Depois,
mostrou uma chave que guarda como se fosse de uma escola flutuante. Tema da
feira de Ciências da escola. Malu já descobriu que ciência pode ser deliciosa.
Podemos misturar cores e fantasias para provar, entre risos, que a matemática
também gosta de brigadeiro.
Maria
Helena, carinhosa, espontânea e sensível, chegou trazendo o sol dentro da
mochila. Abriu espaço na sala para um recital de abraços. Cada abraço tinha uma
promessa de cuidado. Maria Helena em cada sorriso pedia para não se esquecerem
da lição da feira de ciência da escola. Tomar maracujá para se acalmar. Usar
babosa para fortalecer cabelos. Depois, Maria Helena decidiu que a casa
precisava de mais música. Então criou um coral de brinquedos, onde o relógio
marcava o tempo com uma batida de coração. Tudo numa cadência que pareceu
abraçar todo mundo.
Catarina,
curiosa, carismática e conciliadora, assumiu a missão de organizar o reino das
perguntas. “Por que a Lua não mora aqui?”, “Os botos moram no rio junto com os
jacarés?”, E assim nasceu uma oficina de curiosidade. Perguntas em papel
colorido, respostas em forma de histórias, e, claro, uma competição. Quem vai
encontrar mais rápido o objeto perdido pelo professor Girafoles? O resultado
foi em risadas, porque o objeto perdido era, na verdade, a bengala do vovô
Pedro.
Isadora,
simpática, espevitada e de personalidade forte, trouxe a coragem de quem não
tem medo do palco aberto. Ela conduziu uma apresentação improvisada sobre
superpoderes. Cada uma escolhia um poder, demonstrava com gestos, e descobriam
que o maior superpoder é a alegria de partilhar. Isadora organizou uma corrida
de sorrisos, onde quem sorri mais ganha um pastel de vento feito pela prima
Bolha.
Entre
tantas brincadeiras, a casa ganhou o brilho das pequenas vitórias. Quem acerta
a pergunta do professor Girafoles ganha o direito de escolher o desenho da
Netflix. Quem come tudo direitinho recebe um diploma de “Experta em Sabor”;
quem encontra o brinquedo escondido antes do almoço pode escolher o tema da
próxima história.
Os
avós, os papais e as mamães aprendem que a beleza está nos gestos simples, no
riso que sobe do peito, nos olhos que brilham quando alguém descobre que o
mundo é maior quando dividido com quem se ama. Brincar com Maria Luísa, Maria
Helena, Catarina e Isadora é lembrar que o futuro promissor e feliz não é
apenas uma ideia distante. Começa hoje, no compasso de cada abraço aceito, na
curiosidade que não se cala, na gentileza que se multiplica. E, no final do dia
dedicado as crianças e a Nossa Senhora o coração dos pais e avós fica mais
leve, satisfeito, cheio de promessas de que amanhã haverá novas aventuras,
novas risadas e, principalmente, novas memórias para guardar com muito cuidado
no baú do afeto.
Feliz
Dia das Crianças, minhas queridas netas. Que a alegria de ser vovô seja sempre
a nossa brincadeira mais bonita.