David Almeida
A TV faz parte da nossa vida, já está
inserida no dia-a-dia da nossa sociedade, como uma instituição de extrema
importância na ligação da existência do ser humano com o planeta.
A internet, hoje, é o meio de
comunicação mais importante do mundo, pela convergência de mídias que encorpa,
mas ainda não atingiu a praticidade e a popularidade da Televisão em todos os
níveis da sociedade.
Quem não chega em casa e vai logo
ligando a TV? Principalmente quando ela divide o quarto, fazendo parte das
emoções e até dos momentos mais íntimos, entre quatro paredes. Há pouco tempo
ela era o centro de todas as atenções nas salas do chamado “lar doce lar”, e
era costume as pessoas ao final do dia, reunirem-se para a sua apreciação, era
um objeto de aglutinação familiar. Hoje, pra quem tem bala na agulha, em cada
quarto é obrigatório uma TV para alimentar cada gosto por programações. Como outra
dimensão, exige-se essa janela aberta para o mundo, que queremos ver, embora
haja distinção de padrão social a imagem é a mesma em qualquer lugar; num
casebre no meio do “Bodozal da Sapolândia”, ou numa mansão no“Jardim das
Américas”. A diferença é só a realidade de cada “lar doce lar”.
Liga-se a TV como quem liga as luzes
de uma casa ao entrar. Pela TV acendem-se vários caminhos que poderemos ou não
seguir. Como, por exemplo: há oportunistas, que em nome do “senhor,” armam suas
teias através de programas assistencialistas, com cenas dos dramas vividos
diariamente pelo povo; discursos demagógicos, justamente para impressionar e
tirar proveito das situações, iludindo o telespectador, fazendo-o acreditar que
é o salvador da pátria, usando essa telinha linda, colorida e maravilhosa como trampolim
para a sua chegada ao poder.
Acordamos, tomamos café, almoçamos,
merendamos, jantamos e vamos dormir com a TV. E, se duvidar, até sonhamos com
ela. Somos fiéis telespectadores; compramos,
vendemos, nos vestimos e nos comportamos como a mestra mandar. Ela dita todos
os passos de nossos caminhos contemporâneos, e é, portanto, responsável pela
construção de nossa nova identidade: a cibernética.
Essa telinha que pensamos ser um
caminho para as soluções dos nossos problemas, que nos traz entretenimento de
uma forma prazerosa pode nos levar também a um mundo que não conhecemos. A
ilusão que nos faz adorá-la e interagir com o mundo de uma forma rápida e
eficiente pode nos levar a resultados não esperados, e aí, o ao vivo e em cores
pode nos conduzir a uma sociedade alienada, trôpega turva e torpe, desprovida
de pensamentos.
Mas, ela é fascinante, e exerce um
domínio sobre nossas vidas, como se a própria vida em nosso planeta girasse ao
seu redor. E é verdade! O fascínio é tanto que às vezes, hipnotizados com suas
luzes, cores, performances, e a rapidez de nos transpor a outros cenários,
outras culturas; a olhamos, a assimilamos, e não sabemos de nada do que
acabamos de ver. Eis a questão.
Aquele quadrado – agora retangular –
de altíssima tecnologia é a janela da nossa própria vida, ou a vida que
queríamos ter, e diante dela ficamos felizes ao ver a banda passar, ou quando o
“Aerolula” cruzou o céu do planeta levando o nosso ex-presidente, para abraçar
Mahmoud Ahmadinejad. Vimos Dilma receber a faixa presidencial e tantas outras
coisas que nos chocaram ou nos deixaram felizes E diante dela choramos,
sorrimos, julgamos, condenamos tudo porque pensamos que temos seu controle em
nossas mãos. E quando pensamos que ela está ao nosso alcance, gritamos: “Filma
nóis aí.”