Graças à colaboração do premiado historiador e pesquisador Roberto Mendonça, podemos mostrar este curioso poema de Álvaro Maia (1893-1969), publicado em 23/02/1965, em O Jornal (naquele tempo, publicava-se poesia nos jornais diários!). Trata-se de um poema figurativo, com suas formas reproduzindo uma aeronave. Ficcionista eficiente, afiliado ao neo-realismo, cuja maior influência, além dos nordestinos do chamado "romance de 30", foi o português Ferreira de Castro, autor de A selva, a poesia de Álvaro Maia manteve-se atrelada aos padrões pré-modernistas.
Nascido em um seringal próximo a Humaitá, no rio Madeira, Álvaro Maia foi um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras, em 1918, tendo escolhido para seu patrono o poeta Maranhão Sobrinho. Em 1930, foi nomeado interventor federal, cargo que ocuparia novamente sob a ditadura de Vargas, de 1937 a 1945, ano em que se elegeu, pelo voto popular, senador. Em 1950, voltava ao governo do Estado, fazendo nova "dobradinha" com o ex-ditador, que se elegera presidente da república.