Escritores e demais participantes do Festival Literário Internacional da Floresta (Fliforesta), realizado em Manaus, aprovaram uma carta de compromissos em defesa da Amazônia e das suas populações. O documento, elaborado no Simpósio de Cultura e Natureza na Amazônia, foi lido e assinado em cerimônia ecumênica, realizada na Cachoeira da Onça, no município de Presidente Figueiredo.
Manoel Moura, da etnia tucano, em nome dos escritores indígenas, homenageou Maroaga, cacique legendário dos waimiri-atroari que resistiu até a morte contra a invasão das suas terras. Moura lembrou que essa cachoeira era um dos lugares sagrados do povo de Maroaga. Os sobreviventes das duas etnias, que tiveram suas terras pela BR-174 (Manaus-Boa Vista), Hidrelétrica de Balbina e Mina do Pitinga, vivem, atualmente, em terras demarcadas pelo Governo Federal.
A Cachoeira da Onça e demais patrimônios naturais do município de Presidente Figueiredo fazem parte de um projeto ecológico desenvolvido pelo Poder Público e pela iniciativa privada. Cachoeiras, cavernas, rios e igarapés não sofrerão intervenções que as descaracterizem ou possam comprometê-los ambientalmente. Esse compromisso foi reafirmado com participantes do Flifloresta.
Os dez itens da Carta da Floresta reforçam que os governos da Amazônia e as sociedades que nela e dela vivem precisam se empenhar para manter os ecossistemas amazônicos em permanente equilíbrio. Acentuam, também, que as intervenções no ambiente social e natural, quando necessárias, devem resultar do diálogo entre a ciência e conhecimento das populações tradicionais amazônicas.