Pedro
Lucas Lindoso
O
primeiro de maio no hemisfério norte é o auge da primavera. A natureza se
renova e as flores mostram sua exuberância e beleza. No norte do planeta, onde
estão a maioria das nações mais ricas e poderosas, também se celebra o Dia do
Trabalhador. Exceto nos Estados Unidos que comemoram o Trabalho em setembro.
Nesse
dia devemos celebrar o trabalhador. Inclusive suas conquistas e promoção e
defesa de seus direitos. A historiadora Dhyene Vieira dos Santos foi
recentemente empossada como membro efetivo do Instituto Geográfico e Histórico
do Amazonas – IGHA. Em seu livro Trabalho & vida urbana[1],
sobre motoristas e condutores de bonde da Manaus do início de século 20, ela nos
ensina que: “O mês de maio em Manaus não se limitava ao dia 1° para as
mobilizações dos condutores. As mobilizações ocorreram em várias datas, como 1°
de maio de 1902, 31 de maio de 1910, 14 a 20 de maio de 1919 e 21 e 28 de maio
de 1927”.
Neste
maio é preciso celebrar a força daqueles que, dia após dia, constroem, cuidam,
criam e lutam por um amanhã melhor. Celebrar aqueles cujas mãos não cansam de
transformar sonhos em realidade. Um reconhecimento silencioso e vibrante de que
o progresso de uma nação está nas mãos de quem trabalha. É uma celebração da
dignidade do trabalho, do suor, da esperança, da perseverança. Cada profissão,
cada atividade, por mais simples que pareça, tem seu valor e seu papel na
grande engrenagem social.
Lembramos
que o trabalhador não é apenas alguém que troca seu tempo por um salário. É o
artesão que molda o futuro, o professor que alimenta mentes, o enfermeiro que
cuida da vida, o agricultor que alimenta a nação, o operário que constrói
sonhos de concreto e esperança. Cada um, à sua maneira, merece reconhecimento,
respeito e gratidão. Ao celebrarmos o trabalhador, também refletimos sobre as
desigualdades, os desafios e as batalhas diárias. Que essa data seja um
lembrete de que o trabalho digno é um direito, uma causa a ser fortalecida, uma
ponte para a justiça social.
É
preciso também renovar nosso compromisso com a valorização do trabalhador, com
a busca por condições mais justas, e com a esperança de um futuro onde o
esforço de cada um seja reconhecido e recompensado com dignidade, respeito e
oportunidades.
Os
trabalhadores são os que fazem a história, sustentam o presente e constroem o
amanhã.
[1]
SANTOS, Dhyene Vieira dos. Trabalho & vida urbana: motoristas e condutores
de bondes em Manaus (1899-1930). Manaus: EDUA; São Paulo: Alexa Cultural, 2024.