Pedro
Lucas Lindoso
Nota-se
que houve alguma mudança na Missa. Após a Consagração, o padre dizia: “Eis o
mistério da Fé”. Agora se diz: “Mistério da Fé e do Amor”. Foi suprimido o
advérbio “eis”. Achei bom. É pouco usado. Soa um pouco pedante. É
desnecessário. Trata-se de um advérbio que significa “aqui está”, “olhe”, “veja”
ou “aqui tens”. É usado para apresentar algo ou alguém, geralmente presente ou
próximo do interlocutor.
Porém,
o mais importante foi acrescentar a palavra Amor. A Fé sem amor, sem caridade,
sem ação é vazia. Inócua. Com certeza essa mudança no missal atende às
diretrizes do já saudoso Papa Francisco.
Dentre
as virtudes teologais — Fé, Esperança e Amor – não resta dúvida de que a maior
de todas é o Amor. As três virtudes que iluminam o caminho do homem: Fé,
Esperança e Amor. São presentes divinos que nos guiam, fortalecem e elevam
nossa alma. O Amor resplandece com uma luz especial. Foi o maior ensinamento do
Cristo. Engloba todos os mandamentos. Quem ama não rouba, não mata, não trai,
não corrompe. Honra pai e mãe.
Sem dúvida
que a Fé é o primeiro passo. É a confiança inabalável na presença de Deus,
mesmo quando tudo parece escuro e incerto. É acreditar sem ver, é o farol que
ilumina a jornada nas noites mais densas. Sem fé, a esperança perde seu
sentido, e o amor, sua raiz.
A
Esperança nos mantém de pé, mesmo diante das adversidades. É a certeza de que
algo melhor ainda está por vir, uma âncora que nos impede de naufragar na
desesperança. Ela nos impulsiona a seguir, a lutar, a acreditar que o amanhã
pode ser mais justo e misericordioso.
Porém,
entre todas as virtudes, o Amor brilha com luz própria e que, na essência, é a
culminação de todas as demais: o Amor não é um sentimento passageiro, mas uma
força transformadora. Amor que perdoa, que aceita, que se doa sem reservas. É o
amor que une, que cura, que nos torna verdadeiramente humanos. Sem Amor, Fé e
Esperança perdem seu sentido mais profundo. Pois a Fé sem Amor torna-se rígida,
a Esperança sem Amor é vazia. O Amor é o ápice, o ápice do relacionamento com
Deus e com o próximo. É a virtude que revela a verdadeira essência do ser
humano.
Por
isso, podemos afirmar que, embora a Fé e a Esperança sejam essenciais, o Amor é
o maior de todos. Que nossas vidas sejam permeadas pelo Amor, porque, afinal, é
nele que encontramos a plenitude de nossa existência. E, como disse São Paulo,
“o maior de tudo é o Amor”. Que o próximo papa siga os passos de Francisco.
Priorizando o Amor, a caridade, a ação. Como cantam os Beatles, “all we need is
love”. Tudo que precisamos é o amor.