Amigos do Fingidor

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Pequeno grande homem



Paulo Sérgio Medeiros

No pátio da escola, sentado ao pé de uma árvore, esperava pela minha filha Larissa. Outras crianças já se divertiam durante aquele momento mais aguardado da aula – a hora da saída.
Fiquei observando aqueles futuros arquitetos, engenheiros, médicos e advogados enquanto eles brincavam. Quanta leveza e pureza nos rostos e nos gestos. Todos desarmados de malícia. Deu até vontade de ser criança de novo, mas quando lembrei do Adail, esse pensamento logo se dissipou.
Já passava das cinco horas e o sol já se escondia quando apareceu o garoto, aproximadamente seis anos, um metro e vinte, pardo, voz macia. Aproximou-se e pediu, com a polidez de um gentleman, licença para sentar ao meu lado. Gentilmente permiti sua companhia. Ele carregava duas sementes nas mãos e me ofereceu uma. Aceitei o presente e desembrulhei um "valeu, garoto!" E em seguida perguntei o seu nome. Meu nome é Téo.
E depois disso veio o que me motivou a escrever estas poucas linhas. Téo continuou. Eu gosto de compartilhar. Eu coleciono sementes, mas gosto de dividir. A Larissa então chegou e tivemos que partir. Porém, não poderia deixar de parabenizá-lo. Apertei sua mão e compartilhei minha primeira impressão sobre ele: Téo, poucas pessoas conhecem a dona generosidade. Continue assim, garoto!
Foram necessários apenas cinco minutos para aquele pequeno me ensinar a ser grande.

P.S. Na hora de ir ele sorriu tão bonitinho que acho até que a Larissa deu bandeira pra ele.