Pedro Lucas Lindoso
O triste evento ocorrido em 2015 na cidade de Mariana, foi, sem dúvida, o maior desastre ambiental ocorrido no Brasil. Destruiu a biodiversidade de áreas de preservação e a vegetação da Mata Atlântica.
A tragédia resultou na morte de pessoas e afetou diversos municípios e reservas indígenas. O Rio Doce ficou extremamente poluído. A fauna e a flora da região foram brutalmente impactadas.
Os processos na justiça brasileira se arrastam desde 2015. Então, as vítimas entraram com um processo perante a justiça inglesa. A ação é uma das maiores do mundo. O judiciário inglês iria julgar uma indenização aos municípios e pessoas afetadas pelo rompimento da barragem, avaliada em R$ 267 bilhões. O principal argumento da ação na Inglaterra é que esse tipo de questão não costuma ser resolvido no Brasil.
O STF – Supremo Tribunal Federal, temendo que o judiciário inglês resolvesse a questão, impondo um grande vexame à nossa justiça, ajudou a encetar o acordo. O presidente da Corte, ministro Barroso, reconheceu que o Brasil tem um histórico de desastres ambientais mal resolvidos. Na sua opinião, caso a ação na Inglaterra chegasse a uma conclusão antes do judiciário brasileiro, seria um atestado da incapacidade da justiça do Brasil.
O fato e que finalmente as vítimas serão indenizadas. Graças à justiça da Inglaterra. Meu avô Phelippe Daou e dois irmãos emigraram do Líbano para o Brasil no início do século passado. A única irmã deles, chamada Amine, como minha mãe, emigrou com o marido para a Nova Zelândia.
Tia Amine e o marido Francis optaram por um país de colonização inglesa. Achavam que a justiça dos ingleses era melhor. Nova Zelândia é um país de primeiro mundo. O judiciário lá é baseado na justiça da Inglaterra. Tia Amine e o marido tinham razão. As vítimas de Mariana também. Loas à eficiente justiça inglesa.