Pedro Lucas Lindoso
Certo dia de domingo, um jovem adulto ouvia atentamente o
Evangelho de Mateus, durante a missa. E, de pronto, recusou-se a aceitar as
explicações advindas da homilia.
Tratava-se da bela passagem em que Maria, já prometida a
José, aparece grávida. Num primeiro momento ele a repudiou em segredo. E evitou
que fosse difamada. Um perfeito cavalheiro.
Depois, o anjo Gabriel aparece em sonho. Disse-lhe que não
deveria temer. Maria estava grávida por obra do Espírito Santo. Então José a
protegeu e a preservou até o nascimento de Jesus.
O jovem admirou-se da atitude de José. Para ele, cético e
contestador como geralmente são os jovens, seria difícil se casar com uma jovem
grávida, sabendo que o filho não era seu.
E, respeitosamente, resolveu questionar o sacerdote sobre a
paternidade de Jesus.
O padre limitou-se a dizer que São José assumiu Jesus como
filho. O anjo mandou que José lhe desse o nome de Jesus. Pela tradição judaica
ao dar o nome ao filho o pai o reconhece como tal. E que o resto era mistério.
E que os desígnios de Deus são insondáveis.
O jovem não se convenceu. Talvez porque não soubesse bem o
que eram desígnios e tampouco insondáveis.
Apesar de tudo, o jovem continuou praticante na fé católica.
Muito tempo depois, conversando com um senhorzinho já idoso sobre esse assunto,
ouviu:
– Pois para mim a concepção de Jesus por Maria não é mistério
nenhum. Eu tive um câncer. Fui levado a um hospital espírita. Uma senhora
incorporada em um espírito de um médico, me curou. Meu oncologista ficou
abismado.
Jesus mesmo transformou água em vinho, curou paralitico,
ressuscitou mortos e acalmou o mar. Não
temos como duvidar do poder do Espírito Santo. São José foi mesmo um homem
muito justo. Feliz Natal.