Amigos do Fingidor

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Terapeuta potiguar

Pedro Lucas Lindoso

 

Na vida, há fases que somos expostos a sofrimentos inesperados. Todos passamos por “calvários”. São períodos em que o destino nos põe numa espécie de Auschwitz particular. Uma queda. Abaulamento discal. Compressão medular. Cirurgias. Cadeira de rodas. Fisioterapia.

Nessas horas é preciso cuidar não só do corpo. Mas da mente. Da alma. O saudoso Luís Fernando Veríssimo criou o inigualável analista de Bagé. Pensei em criar o terapeuta baré. Mas desisti. O analista gaúcho é “mais ortodoxo que caixa de Maizena.” O amazonense não seria diferente.

Então minha filha indicou-me Eduardo Vilar que é do Rio Grande do Norte. A indicação prometia uma abordagem mais diversificada e menos ortodoxa. Meditação, práticas alternativas, abordagem humanizada. É isso que eu preciso, pensei.

O fato de Eduardo ter filhos como eu proporciona uma compreensão mais profunda das dinâmicas familiares e das questões emocionais que surgem na parentalidade. A experiência da paternidade enriqueceu a prática clínica.  Permitiu que Eduardo se conectasse de forma mais empática comigo.  A vivência das alegrias e desafios da paternidade pode ajudar a abordar questões como a culpa, a ansiedade e as expectativas que cercam a criação dos filhos.

Mas o mais importante mesmo tem sido o suporte terapêutico no meu processo de reabilitação.

A terapia me ajudou a lidar com a aceitação dessas mudanças, que espero sejam temporárias.  Ajudou-me ainda a lidar com tristeza e raiva. Medo da dependência e da perda de autonomia. A ansiedade sobre atividades do dia a dia e retorno à independência.

Eduardo me deu dicas de procedimentos naturais, de rotina de dor e sono.  Impactos emocionais de desconforto, fadiga e alterações de rotinas. Eu sinto que a abordagem é centrada na minha pessoa. Há respeito à minha experiência subjetiva.

Eduardo usa técnicas de meditação, respiração e relaxamento. Isso tudo tem me ajudado a enfrentar com galhardia momentos de ansiedade.

Além disso a terapia me ajuda no planejamento de soluções práticas visando minha reabilitação. Tudo isso baseado em relação de confiança. Sempre com escuta empática e validação da experiência.

A terapia tem sido um espaço seguro de expressão. Um estímulo a falar sobre frustrações sem julgamentos. Tem sido proveitoso e eficaz.

As tribos dos Manáos e dos Barés saúdam a tribo Potiguar, com loas ao eficiente terapeuta.