Pedro Lucas Lindoso
Na vida,
há fases que somos expostos a sofrimentos inesperados. Todos passamos por
“calvários”. São períodos em que o destino nos põe numa espécie de Auschwitz
particular. Uma queda. Abaulamento discal. Compressão medular. Cirurgias.
Cadeira de rodas. Fisioterapia.
Nessas
horas é preciso cuidar não só do corpo. Mas da mente. Da alma. O saudoso Luís
Fernando Veríssimo criou o inigualável analista de Bagé. Pensei em criar o
terapeuta baré. Mas desisti. O analista gaúcho é “mais ortodoxo que caixa de
Maizena.” O amazonense não seria diferente.
Então
minha filha indicou-me Eduardo Vilar que é do Rio Grande do Norte. A indicação
prometia uma abordagem mais diversificada e menos ortodoxa. Meditação, práticas
alternativas, abordagem humanizada. É isso que eu preciso, pensei.
O fato
de Eduardo ter filhos como eu proporciona uma compreensão mais profunda das
dinâmicas familiares e das questões emocionais que surgem na parentalidade. A
experiência da paternidade enriqueceu a prática clínica. Permitiu que Eduardo se conectasse de forma
mais empática comigo. A vivência das
alegrias e desafios da paternidade pode ajudar a abordar questões como a culpa,
a ansiedade e as expectativas que cercam a criação dos filhos.
Mas o
mais importante mesmo tem sido o suporte terapêutico no meu processo de
reabilitação.
A
terapia me ajudou a lidar com a aceitação dessas mudanças, que espero sejam
temporárias. Ajudou-me ainda a lidar com
tristeza e raiva. Medo da dependência e da perda de autonomia. A ansiedade
sobre atividades do dia a dia e retorno à independência.
Eduardo
me deu dicas de procedimentos naturais, de rotina de dor e sono. Impactos emocionais de desconforto, fadiga e
alterações de rotinas. Eu sinto que a abordagem é centrada na minha pessoa. Há respeito
à minha experiência subjetiva.
Eduardo
usa técnicas de meditação, respiração e relaxamento. Isso tudo tem me ajudado a
enfrentar com galhardia momentos de ansiedade.
Além
disso a terapia me ajuda no planejamento de soluções práticas visando minha
reabilitação. Tudo isso baseado em relação de confiança. Sempre com escuta
empática e validação da experiência.
A
terapia tem sido um espaço seguro de expressão. Um estímulo a falar sobre
frustrações sem julgamentos. Tem sido proveitoso e eficaz.
As
tribos dos Manáos e dos Barés saúdam a tribo Potiguar, com loas ao eficiente
terapeuta.