Reflexões poéticas,
poemas reflexivos. Porrada! Poesia feita de entranhas, reflexões colhidas nos
monturos. Porrada! Porrada! Baudelaire nos despertou para a poética da
podridão, há mais de 150 anos, mas a poesia bem comportada insiste em rimar
amor e flor, calor e dor, e ainda bota no meio a porra de um beija-flor,
buscando subvenções oficiais. Porrada! Porrada! Porrada! Macaco d’Água, como um
Nietzsche da Escadaria, insiste em assestar o seu martelo de maçaranduba contra
o bom mocismo, a dor de corno e a babaquice genérica desta cidade em desalinho,
à margem esquerda do nada. Contra a falsa violência do eme-eme-a junkie, Macaco
d’Água bate apenas abaixo da linha de cintura – e quando o adversário cai,
desfalecido, escarra-lhe na cara! Porrada é isso!
(João Sebastião,
poeta nefelibata, filósofo de boteco, profeta do caos)