João
Bosco Botelho
A
clonagem (do grego: klón = rebento, broto) é uma das consequências do
pensamento molecular, iniciado pelo genial Gregor Mendel, no final do século
19, considerado nesse texto como o terceiro corte epistemológico da Medicina.
O
produto da clonagem é o clone, sempre com a mesma constituição genética, que
pode exprimir os seguintes significados: conjunto de células geneticamente
idênticas à célula ancestral; indivíduos oriundos de reprodução assexuada de
única forma inicial individualizada; réplica sem defeito do gene obtido por
engenharia genética.
É
possível pensar a clonagem em várias circunstâncias:
–
Artificial: conjunto de técnicas de engenharia (ou manipulação) genética
intracelular capaz de viabilizar indivíduos com genomas iguais. Por essa razão,
rompendo paradigmas da histologia virchowiana, trata-se de um processo de
reprodução assexuada (sem o uso de células relacionadas à reprodução), podendo
ser por meio de fragmentos de DNA (molecular), células (celular) e organismos.
–
Natural: ocorre em certos seres vivos a partir de reprodução assexuada, como
nas bactérias, seres unicelulares. Também pode existir no tatu e nos gémeos
univitelinos.
–
Induzida: a partir de processo no qual é
retirado o núcleo de uma célula e inserido no citoplasma de um óvulo. Esse novo conjunto manipulado é inserido no
útero, que poderá ser no da futura ou de outra mulher quer poderá ser recompensada
ou não financeiramente. Por outro lado, se aplicada em vegetais e animais,
ligada à pesquisa científica, usando um patrimônio genético, isto é, só uma
célula-mãe, gerará uma ou mais células, idênticas entre si e à original, denominadas
clones.
–
Reprodutiva: obtida por meio da transferência nuclear da célula somática,
utilizada para clonar animais por meio de células embrionárias. Esse processo é
pouco eficiente porque apenas aproximadamente 3% dos embriões sobrevivem.
–
Embrionária: possibilita multiplicar o embrião do animal, gerando gêmeos,
trigêmeos etc., semelhante ao que ocorre na natureza.
–
Terapêutica: nas primeira etapas, é semelhante à reprodutiva; diverge no fato de o blastocisto
ser utilizado no laboratório, destinado à reprodução das células-tronco, com o
objetivo de produzir tecidos ou órgão para transplante. As células embrionárias
ou células-tronco guardam características multipotenciais, que podem originar
diferentes tipos de células, teoricamente utilizadas na restauração de qualquer
tecido ou órgão danificado.