A Editora Valer participa do Prêmio Jabuti 2011. A Editora concorre ao prêmio com três livros: “Formosa – a sementinha voadora”, de Wilson Nogueira; “A cidade perdida dos meninos-peixes”, de Zemaria Pinto; e “Contos de uma aula no vermelho”, de João Pinto.
Com o objetivo de promover a literatura que se produz no Amazonas e os autores da terra, a Editora Valer concorre ao PRÊMIO JABUTI 2011. A participação amazonense será em três categorias, com participação dos escritores Zemaria Pinto, Wilson Nogueira e João Pinto.
A participação da Valer no Prêmio contribuirá para por em destaque a produção literária regional, pondo em evidência e ajudando na divulgação das obras e autores amazonenses. A Valer inscreveu no PRÊMIO as seguintes obras e autores:
1. Categoria: Melhor Livro Infantil:
– “Formosa – a sementinha voadora” – do jornalista e escritor Wilson Nogueira
Formosa – A sementinha voadora é o segundo livro infantil do jornalista Wilson Nogueira. Trata-se de uma narrativa delicada sobre as experiências de uma pequenina semente de samaumeira que, ao se desprender do fruto, é levada pelo vento e inicia uma viagem por paisagens desconhecidas e lugares distantes. Publicado pela Editora Valer, Formosa é um livro especial, escrito numa linguagem simples e cheio de lições de vida, em que o autor fala de temas como solidariedade, amizade, cuidado com a natureza, coragem e aprendizagem.
A história de Formosa é uma metáfora da própria existência, manifesta na trajetória do ser humano, que vive muitos desafios do seu nascimento até amadurecer e adquirir segurança, como a sementinha voadora, que, após rodear “o mundo”, será plantada e se transformará numa bela samaumeira, e “dará muitas frutas e sementes!”. As duas palavras que melhor expressam essa história e definem este livro são: poesia e humanidade. Formosa é uma obra que encanta e comove pela sua delicadeza e conteúdo humano.
Nascido na beira do rio Amazonas, em Parintins, Wilson Nogueira conviveu em criança com os bichos, as plantas, os pássaros e as histórias de encantados. Foi o aprendizado da leitura, entretanto, que mudou o curso da sua vida. Experiência que tornou possível o acesso ao conhecimento, à educação escolar e, hoje, aos estudos acadêmicos.
O autor
Wilson Nogueira é jornalista, sociólogo, escritor, Especialista Design, Propaganda e Marketing e Mestre em Sociedade e Cultura, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). É autor dos livros Órfãos das Águas, O andaluz (2005), Festas Amazônicas – boi-bumbá, ciranda e sairé (2009) e Formosa, a sementinha voadora (2010), todos publicados pela Editora Valer.
– “A cidade perdida dos meninos-peixes” – do poeta e prosador Zemaria Pinto.
Em seu décimo-primeiro livro, A Cidade perdida dos meninos-peixes, Zemaria Pinto expõe de forma reflexiva a narrativa da lenda do povo-água que por sua vez era possuidora da lenda do povo-terra com “atualizações” do mundo moderno. Dessa forma o autor faz uma crítica da realidade contemporânea, ao apresentar a crise do mundo em seus aspectos ambientais e sociais. Em uma passagem da obra, Zemaria apresenta o cenário em que desenrola a narrativa:
Na imensidão do mar-oceano ou nas profundezas dos grandes rios existem vestígios de antigas civilizações que não migraram para a terra , mas cumpriram ali todos os estágios da evolução . São cidades inteiras que se desenvolveram sob as águas , dando motivos para muitas histórias , que , de tão repetidas e transformadas, tornaram-se lendas . No Amazonas , por exemplo , a Iara é uma dessas lendas : uma bela moça , que em noites de luar emerge para encantar os pescadores , levando-os para seu reino , no fundo dos rios . O boto conquistador é um rapaz que freqüenta as festas no interior e, após seduzir as mocinhas ingênuas, desaparece nas águas escuras dos rios amazônicos . Essas lendas fundamentam-se em casos que são passados segundo uma tradição oral , que se renova sempre e sempre .
O autor
Ensaísta, dramaturgo e poeta, Zemaria Pinto é professor de Teoria da Literatura e de Literatura Brasileira. Além de inúmeras palestras sobre literatura, tem ministrado oficinas e cursos, com destaque para a poesia. Tem onze livros publicados: dois de poemas (Fragmentos de silêncio – 1995 e Música para surdos – 2001), dois de haicais (Corpoenigma – 1994 e Dabacuri – 2004); uma peça de teatro (Nós, Medéia – 2003), dois de ensaios para o vestibular (em 2000 e 2001, em parceria com o professor Marcos Frederico Krüger), organização de poemas de Octávio Sarmento (A Uiara & outros poemas – 2007) e um de teoria literária (O texto nu – 2009), além do recém-lançado ensaio O conto no Amazonas – 2011. Próximos lançamentos: O beija-flor e o gavião (juvenil), Viagens na casa do meu avô (infantil), O urubu albino (infantil) e Lira da madrugada (ensaio). Peças de teatro: Papai cumpriu sua missão, Diante da justiça e O beija-flor e o gavião (encenadas); Nós, Medéia, A cidade perdida dos meninos-peixes (versão para o palco), Otelo solo e Cenas da vida banal (inéditas). É membro da Academia Amazonense de Letras.
– “Contos de uma aula no vermelho” – do escritor João Pinto
Em Contos de uma aula no vermelho o efeito é fulminante. Só escreve dessa maneira quem tem conhecimento de causa. Assim é o contista João Pinto, para quem deseja uma leitura de impacto. O leitor não sai da leitura da mesma forma. Inovador é pouco. Um experimentador de novas formas. Não o contista experimental. Maduro na arte. Seus contos arrastam o leitor para novas possibilidades expressivas: a marcação da vírgula, quando assim o escritor quer. O leitor sente o estranhamento e a advertência. O anacoluto e a fragmentação são as recorrências amiúdes que não deixam o leitor no sossego. “Fico ao lado do caixão para ver a anatomia de um professor morto”. A anatomia do conto, olhar vesgo e amargo do trabalho de carpintaria, do remador, do oleiro no desempenho e desempeno da feitura do objeto. “Uma caneta contra a minha escola”. A sentença remete o leitor ao dilema existencial do professor. O apontador deambula no quadro de todos os contos de uma aula no vermelho.
Os contos espelham a sensação da incompletude e do desespero do escrevinhador, devolve-os como quem migra. A metáfora de cada conto, uma obra em construção, que se completa no ato finito que é a linguagem. O professor e o contista se reconhecem – duas vozes em uníssono – o social e o estético se entrecruzam surpreendentemente, tecendo a teia do fabulador no permanente flerte-flashe da vida. O conto do João – o vinho no balanço da taça encorpando o gosto no contato leve com o vidro e os lábios. O contista, qual o padeiro entre o forno e a fôrma; ou o ferrageiro entre a forja e a bigorna. Trabalha até obter o fascínio do objeto. Um deleite e um desafio para o leitor: 19 contos-aula, que nocauteado pelas lições de vida, resumidos numa mesma personagem.
O autor
João Pinto vai se firmando como escritor de primeira linha. É vencedor do Concurso de Contos do Departamento de Letras e Língua Portuguesa da Universidade do Amazonas, com o conto “O crime da Zezé”, cuja ação se passa durante o ciclo da carnaúba no Piauí e mostra ao público amazonense o estilo pessoal e agressivo do autor. Formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí, trabalha como professor de Língua Portuguesa e Literatura em escolas da cidade de Manaus.