Pedro
Lucas Lindoso
“Ora (direis) ouvir
estrelas! Certo,
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
(Olavo Bilac)
As redes sociais estão plenas
de comentários contra e a favor da nova logomarca do Governo. Não entendo do
assunto. Na primeira versão faltavam estrelas representativas de unidades da
federação. Espero que não esqueçam o meu
querido Amazonas, minha terra natal, e Brasília, cidade de meus filhos e de
tantos amigos queridos.
Tia Idalina, que entre outras
atividades, se diz também astróloga, ficou estarrecida com o esforço feito para
que o novo governo tomasse posse no dia 12 de maio, na quinta-feira, e não na
sexta-feira, 13.
Segundo titia, foi um engano.
Idalina afirma que estão todos errados. A Astrologia tem imprecisões desde o
seu início.
Idalina é adepta das teorias
de um grupo de astrólogos de Minnesota nos Estados Unidos. O tal grupo afirma
que por causa da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, o
alinhamento das estrelas foi empurrado por cerca de um mês. Como consequência
disso, a Astrologia está equivocada porque falta um signo. São 13 os signos do
zodíaco e não somente os 12 que se propagam.
– Como assim? Pergunto eu a
tia Idalina.
Ela me disse que os colegas de
Minnesota explicam que na antiga Babilônia apenas 12 das 13 constelações foram
observadas e levadas em conta. O signo astrológico é determinado pela posição
do sol no dia do fato (nascimento, por exemplo). Para Idalina e a turma de
Minnesota, tudo que se sabia sobre horóscopo está errado.
– Então falta mesmo um signo?
Qual seria, pergunto eu. Idalina tem a
resposta na ponta da língua:
– Falta o Serpentário, me diz
ela. Que tem como símbolo a cobra.
Fiquei estarrecido. Convidei
Idalina a voltarmos o assunto para Olavo Bilac. Ele, que nos convida a amar
para entender tudo isso: “Pois só quem
ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas”.