Amigos do Fingidor

terça-feira, 22 de julho de 2025

O genial Curupira na COP30

 Pedro Lucas Lindoso

 

Quando menino tive medo do Curupira. Hoje ele um herói para mim. Esse simpático e controvertido ser mitológico, habitante da floresta amazônica,  protege as plantas e os animais dos caçadores. Para evitar caça ou derrubada de árvores de forma predatória, o Curupira faz as pessoas se perderem na mata.

Ele tem os pés invertidos. Sempre confundiu os caçadores e predadores. Hoje é o terror de pessoas que usam motosserras para desmatamentos ilegais.

Quando soubemos que o Curupira foi escolhido como mascote da COP30, com seus cabelos de fogo e os pés voltados para trás, tive a certeza que vai representar mais do que uma figura lendária: ele é símbolo da proteção, da resistência e do respeito à natureza.

Na nossa cultura, o Curupira é aquele que defende as árvores, os animais e os rios. Ele não fala, mas seu silêncio é um grito de alerta.

O Curupira representa um chamado à consciência de todos os povos, de que a floresta, nossa fonte de vida, precisa de vigilância e amor. Afinal, qual o melhor símbolo para uma conferência que visa salvar o clima do que um protetor que vive na essência da Amazônia.

Ao escolher o Curupira, a organização do evento mostra que quer um resgate da nossa identidade e uma homenagem aos nossos heróis invisíveis. É uma esperança de que a luta não seja apenas de cientistas e políticos, mas de todos nós, que carregamos a floresta em nossas raízes.

Se o Curupira pudesse falar, talvez dissesse: “Não deixe que minha casa se perca. Proteja o verde, preserve a vida.” E, neste momento, ele não é mais apenas uma lenda, mas um símbolo vivo de resistência e esperança. Que sua figura inspire ações concretas, que a sua coragem nos lembre que, juntos, podemos virar o jogo e garantir um futuro mais justo e sustentável para as próximas gerações.

Porque, no fundo, o que o Curupira nos ensina é que proteger a natureza é proteger a nós mesmos. É manter viva a esperança de um planeta equilibrado, de florestas preservadas e de vidas respeitadas. E, na COP30, essa mensagem ecoa forte e clara, como os passos voltados para trás do guardião, que nos chama à atenção para aquilo que realmente importa: nossa casa comum, a Terra.

Que o Curupira, símbolo da resistência e da esperança, nos inspire preservar o que há de mais precioso: a vida em toda sua diversidade e beleza. A ideia de escolher o Curupira como mascote é genial. Como genial é o próprio Curupira.

Para saber mais sobre o Curupira, clique aqui.