Pedro Lucas Lindoso
André Souza trabalha no Ministério do Turismo
em Brasília. Conheceu Manaus em 2011 e encantou-se com a cidade. Hospeda-se
sempre no centro e justifica:
– Há sempre algo de bom para se ver no Teatro
Amazonas. O centro de Manaus é charmoso e deve ser melhorado e preservado. Os
turistas agradecem.
Mas as viagens de André são sempre direcionadas
para municípios do interior, não só do Amazonas, mas de todo o Brasil. Há um
projeto antigo do ministério para apoio ao turismo nas pequenas cidades
brasileiras. Deve-se apoiar as festas do interior para atrair mais e mais
turistas.
No nosso estado, além do festival de Parintins,
André já conheceu o Festival de Cirandas de Manacapuru, a Festa do Guaraná em
Maués e muitas outras. Em Barcelos,
conhecida por suas belas praias de rio, André esteve no Festival do Peixe
Ornamental, sempre nos meses de janeiro. Presidente Figueiredo, sede do
ecoturismo da região, tem a Festa do Cupuaçu em novembro.
Perguntei a ele se o trabalho era só diversão.
André me disse que visita os municípios para orientar e promover estratégias
para melhorar o turismo.
– Às vezes a gente esbarra na comunicação. O
Brasil é grande. Há expressões e falares diversos. Eu nem sempre sou
compreendido. Muitas vezes não entendo o que o povo fala.
Disse ter vontade de ir a Itacoatiara para o
Festival da Canção, em setembro. Ouviu falar que em Iranduba, aqui pertinho de
Manaus, tem o Festival do Bodó com farinha, no mês de novembro.
Interessei-me em saber a questão da comunicação
com o pessoal do interior. E ele me disse:
– Gosto de me reunir com o povo, líderes
comunitários, gente da cidade que participa dos festivais, aqueles que ensaiam
as danças. É uma experiência incrível. Até em Espanhol eu já me comuniquei. Em
Atalaia do Norte, Município distante mais de mil quilômetros de Manaus,
localizado no tríplice-fronteira com Colômbia e Peru, tem o interessante Jogos
das Três Fronteiras. O evento é em dezembro.
Voltei ao assunto. Alguma coisa engraçada
ocorreu nessas reuniões com o pessoal local?
– Várias. Quem não se comunica se trumbica. Fiz
uma reunião com líderes de uma comunidade que organizavam a festa da padroeira.
Havia muitas pessoas no evento. Ao final da reunião, perguntei a um dos
participantes:
– O que o senhor achou?
– Achei um pente, me disse.