Zemaria Pinto
(as
ásperas palavras que te disse
naquela
madrugada de setembro
retornam
feito facas em meu peito
forjadas
pela têmpera do tempo)
a
noite agônica se plasma lenta
sobre
os escombros da cidade cinza,
dispondo
sombras que, multiplicadas,
deslizam
livres aos desvãos da vida
ao
eco dos silêncios vem juntar-se
a
frágil consciência da distância:
menos
que pena, dor dilacerada
meus
olhos lúcidos deliram sonhos
por
sob as tardas horas que traduzem
ausência,
perda, solidão e nada