domingo, 31 de outubro de 2010
Benjamin Sanches na Livraria Acadêmica
Leio no excelente Blog do Coronel que a Livraria Acadêmica de Manaus fechou as portas em 2009. Eu saberia se tivesse ido a Manaus, pois era um dos lugares aonde sempre ia, desde a adolescência.
“Fundada em 1912, este estabelecimento fechou as portas ano passado. Agora, o edifício passa por reformas e, certamente, ali não mais haverá livros nem papéis. Nem o acolhimento fidalgo do seu Barata. Restarão apenas saudades pelo fim do mais antigo templo ocupado pelos leitores da cidade”, escreveu Roberto Mendonça.
“O Estado, por iniciativa da Secretaria de Cultura, já transferiu o que restou do acervo da Acadêmica para o Centro Cultural Palácio Rio Branco. Merece ser visitado, aproveitando o visitante para estender os olhos pelos outros seletos ambientes”, acrescentou.
Numa de minhas idas à Acadêmica, comprei um raríssimo exemplar de Argila, de Benjamin Sanches, com a bela capa de Moacir Andrade.
O livro estava tão escondido no fundo da sala, que o Sr. Barata não queria vender-me, pois não sabia o preço.
Onde andarão aquelas gigantescas estantes de madeira?
E o passado, ali recolhido?
Aquela livraria teve muito a ver comigo: foi uma das poucas livrarias de Manaus que comprou o meu O amante das amazonas, diretamente da Editora Itatiaia.
Termino reproduzindo um poema de Argila, chamado “Fé”:
Ver
sem
bem
crer.
Crer
sem
bem
ver.
Crer
é
fé.
Ver
não
é.
(Argila, Manaus: Sergio Cardoso, 1957)
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