Pedro
Lucas Lindoso
Começou
o horário de verão. Aparentemente, a vida dos amazonenses não é afetada porque
o estado não adere ao novo horário. Mas para as pessoas que trabalham em
empresas ou instituições vinculadas ao sudeste, o novo horário é um problema.
Mesmo
a vida cotidiana de cidadãos comuns pode ser afetada. Eu mesmo já fui acordado às
06:00 horas da matina por um “call center” de um banco, em cobrança indevida. A
operadora insistia que em São Paulo eram 08.00 horas e não compreendia meu
aborrecimento. Faltou às aulas de geografia na matéria fuso horário. Colégio
mal feito.
Maria
Teresa é gerente de uma agência de um banco com matriz em São Paulo. A sua supervisora,
uma gerentona autocrática e irascível, insiste em reuniões por videoconferência
às 08:00 horas da manhã no horário do sudeste. Isso obriga Maria Teresa a
acordar às quatro da manhã para estar na agência às 6:00 horas.
Muito
competente e mesmo tendo que acordar pela madrugada, Maria Teresa nunca faltou
às videoconferências. Sua gerência obteve o melhor desempenho no ano passado.
Maria
Teresa armou um evento no facebook para comemorar as boas metas obtidas por sua
agência. Chamou todos os colegas para um lanche num charmoso café da cidade. O
horário, estipulado no site do facebook, era para as 17:00 horas, em Manaus, de
uma sexta-feira de novembro, já com o horário de verão lá no sudeste.
A
gerentona soube do evento pelo facebook. Achou interessante e aderiu,
confirmando presença. Chegou à Manaus proveniente de São Paulo no voo de meio
dia. Após almoço e breve descanso foi visitar outras agências. Passou pelo
hotel por volta das seis horas e dirigiu-se ao evento pontualmente às 19:00
horas. Maria Teresa acabara de acertar a conta quando a gerentona chegou.
–
Ué, o evento não era às 19.00 horas?
–
Não, combinamos para as 17:00 horas no horário de Manaus, obviamente. O facebook
obedece ao fuso de cada um. Temos uma diferença de duas horas no verão,
esqueceu?
A
vingança de Maria Teresa veio pelo facebook.