Amigos do Fingidor

quarta-feira, 6 de abril de 2011

“Constrangido e ofendido”, Thiago de Mello renuncia à Academia Amazonense de Letras


Deu nA Crítica

O poeta Thiago de Mello entregou, ontem, à diretoria da Academia Amazonense de Letras (AAL), uma carta de renúncia solicitando o seu desligamento da entidade. O pedido foi motivado por uma recente proposta de mudança do estatuto da AAL, atualmente em estudo, visando permitir sucessivas reeleições de uma diretoria. As regras atuais só permitem uma reeleição após uma eleição, tendo cada mandato duração de dois anos.

Na carta de Thiago, à qual A Crítica teve acesso, o escritor se diz “constrangido e ofendido” com a proposta de mudança na AAL e pede seu desligamento “por dever moral e de fidelidade ao espírito fundador da Casa”. “Deixo a Academia constrangido pelas práticas e intenções recentes, ambiciosas de poder, de alguns de seus membros. Constrangido e ofendido, porque ferem a dignidade não apenas da Casa, mas o espírito democrático que deve presidir o convívio entre os seres humanos e suas relações sociais”, diz um trecho do documento.

Thiago de Mello, autor do célebre poema “Os estatutos do homem”, é membro da AAL há mais de meio século. Ainda em sua carta de renúncia, ele lembra que relutou em fazer parte da entidade, mas que acabou cedendo “a uma carta de Djalma Batista e a um ‘carão’ de meu pai”. À época, o escritor fora aclamado membro da Academia por proposta de Péricles Moraes, Waldemar Pedrosa e Álvaro Maia.

A proposição de alterar o estatuto da AAL para permitir sucessivas reeleições foi feita pelo artista plástico e escritor Moacir Andrade, durante uma reunião da diretoria da casa. Por votação, os acadêmicos presentes decidiram formar uma comissão para estudar a questão e formalizar ou não a proposta.

Até ontem, a comissão ainda não havia se reunido, mas ainda assim a proposição causou incômodo entre alguns acadêmicos contrários à ideia de uma diretoria, atual ou futura, poder permanecer à frente da casa por período indefinido.


Meu comentário: o nome do Moacir Andrade está sendo manipulado, para esconder os nomes dos verdadeiros interessados no golpe. Moacir é um gozador: se, de fato, fez tal proposta, estava ironizando; pedindo, com o seu riso mais sarcástico, que a atual diretoria renuncie... E conseguiu, porque despois do xeque do poeta Thiago, para não perder o jogo, resta ao rei, quer dizer, ao presidente um só movimento: a renúncia. Xeque-mate.