Amigos do Fingidor

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Naked World no ciclo “Cinema e Naturismo” do Cineclube Baré

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Sinopse:

O documentário perfaz o percurso criativo de Spencer Tunick em vários países, suas premissas de trabalho, a escolha das pessoas e as locações, as dificuldades, a repressão policial, os obstáculos enfrentados. O documentário apresenta imagens bucólicas, formadas pela numerosa quantidade de corpos nus – homens, mulheres, idosos, idosas, jovens e crianças – que fizeram a fama de Spencer Tunick, considerado o mais importante fotógrafo atual na composição de fotos artísticas de multidões nuas.

O documentário também apresenta a participação de Tunick na 25ª Bienal de arte em São Paulo (2002), destacando a sessão de fotos com brasileiros (em torno de 1.200 pessoas nuas), realizadas ao redor do prédio do MASP. Tunick programa sua jornada pela França, onde realiza uma foto não convencional do cartão postal parisiense, a Torre Eiffel, onde relata suas extremas dificuldades em encontrar pessoas para posar nuas. As sessões ao redor de um navio britânico, as sessões na Irlanda, a trajetória na Rússia e suas particularidades após o fim do comunismo, seus artistas, seus museus e a questão da nudez e sua inserção na arte contemporânea russa, a sessão de nu artístico com a diretora do Museu Russo, Olesya Turkina, que explana sobre a visão russa do corpo nu.

Spencer Tunick sempre provoca reflexões nos países em que desenvolve sua obra fotográfica, o que fica muito evidente neste documentário, que ultrapassa a simples visão da arte fotográfica como registros estáticos de situações forjadas por um artista. O sucesso espetacular de Tunick no aclamado Festival de arte de Fringe, em Melbourne, na Austrália, numa sessão com número recorde de participantes (média de 4.500 pessoas nuas), e a curiosa intervenção de um religioso que é retirado pela polícia, pois é o único que está de roupas no local, protestando contra a nudez. Importante também destacar neste trabalho a ajuda do artista, indiretamente, aos portadores de HIV e pessoas com histórico de depressão, visivelmente tocadas pela participação nas sessões de nudez coletiva.

O Japão é outro país enfocado, onde Spencer Tunick também encontra barreiras, mas que consegue realizar sua proposta, com apenas quatro participantes. A próxima parada é na África do Sul, na Cidade do Cabo, numa sessão de nu com o escritor e poeta James Matthews, “estou tirando minhas roupas e olhando para o futuro”, diz o poeta sul-africano. A viagem de Tunick alcança a Antártica, com seus icebergs, e é lá que a companheira de Tunick posa nua para ele, em outras sessões memoráveis de nu artístico, que incluem também um surpreendente trabalho com uma senhora vítima de queimaduras.

O Cine-clube Baré, de forma pioneira, inaugura com este documentário o ciclo CINEMA E NATURISMO, toda sexta-feira de fevereiro, com filmes raros, que colocam em cena a nudez de forma natural, contribuindo assim para o resgate de um movimento mundial que já possui mais de um século, que se faz presente em diversos países, buscando a elevação dos valores humanos em sua dignidade e nudez.

(Jorge Bandeira)


Produção da HBO/Europa e Helen Hood Scheer Ano de Produção: 2003 Colorido/legendado em português.

Direção: Arlene Donnely Nelson

Duração: 72 minutos.

LOCAL: ESPAÇO CULTURAL VALER/ALTOS DA LIVRARIA VALER

DATA: 04 DE FEVEREIRO DE 2011

HORA: 18h30min

ENTRADA FRANCA