Lauren K. Cannon. |
sábado, 31 de outubro de 2015
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Marcileudas 4/7
Pelas esquinas, meninas
e meninos fazem ponto.
Luzes, cores, gargalhadas,
carrões parando pra ver,
são todos muito felizes...
Quem quiser que escreva um conto.
e meninos fazem ponto.
Luzes, cores, gargalhadas,
carrões parando pra ver,
são todos muito felizes...
Quem quiser que escreva um conto.
(Zemaria Pinto)
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Ética da clonagem humana
João
Bosco Botelho
O
lado mais nefasto da clonagem humana, no futuro, seria o surgimento de uma
espécie macabra de demanda de doadores, que poderia ser composta de pessoas
milionárias ou patologicamente vaidosas, para desejar um clone de si mesma.
Não existe um só argumento
ético e moral capaz de oferecer sustentabilidade à ideia da clonagem humana.
Mesmo sob essa perspectiva, partilhada por incontáveis pessoas no planeta,
incluindo notáveis de muitas universidades que estudam o genoma humano, existem
alguns países da União Europeia que permitem esse tipo de manipulação genética:
Portugal, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Luxemburgo,
Holanda e Suécia. Apenas três membros da União Europeia assinaram e ratificaram
a Convenção de Oviedo, de 1997, prevendo a interdição dos experimentos da
clonagem humana: Espanha, Grécia e Itália. Portugal assinou a Convenção mas
ainda não a ratificou. França, Alemanha e Áustria não ratificaram nem assinaram
o documento, mas possuem leis que impedem as experiência de clonagem com seres
humano.
Em 2009, a Câmara dos Deputados, em Brasília, votou
a Lei de Biossegurança, proibindo qualquer tipo de clonagem. As explicações
para essa atitude tão drástica foram baseadas nos seguintes fatos:
– Os
tecidos dos adultos, isto é, plenamente diferenciados, apresentam
células-tronco capazes de substituir as obtidas por meio da engenharia
genética;
– Os fins terapêuticos
não justificariam “a eliminação de vidas humanas, mesmo embriões que se
encontrem no estágio inicial do desenvolvimento”;
O Papa Pio XII, em 1952,
durante o Primeiro Congresso Internacional em Histologia do Sistema Nervoso
Central, no discurso intitulado “Limites morais da pesquisa médica e
tratamento”, abordou a mesma temática da responsabilidade do médico: “Em
primeiro lugar, deve ser assumido que, como pessoa em particular, o médico não
poderá tomar qualquer medida ou curso de ação sem o consentimento do paciente”.
Essa manifestação já refletia os indícios para a futura concretização do terno
de consentimento livre e esclarecido que, obrigatoriamente, deve ser lido e
compreendido pelas pessoas que participarão como sujeitos da pesquisa.
Esse conjunto teórico que fundamentou
a bioética como pensamento disciplinador trazendo a clonagem como polo de
discussão iniciado nos anos 1970, tomou rumo com a publicação, em 1976, do
livro do filósofo Samuel Gorovitz “Problemas morais na Medicina”, e em 1979, o
do filósofo Tom Beauchamp junto com o teólogo James Childress “Princípios da
ética biomédica”.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Há um rato em nossa casa
Pedro
Lucas Lindoso
Há
sempre um ar de sisudez e silêncio no Departamento Jurídico de uma grande
empresa do Distrito Industrial. De repente, chega Dra. Ruth, advogada e esposa
do gerente jurídico e desabafa:
–
Há um enorme rato alojado na cozinha de nossa casa. Ninguém consegue matá-lo.
Dra.
Ruth e Dr. Mauro vivem em um sofisticado condomínio com um dos maiores IDH (índice
de desenvolvimento humano) de Manaus e quiçá do planeta. A propriedade é
mensalmente objeto de eficiente sistema de desratização. Assim, a presença do
ratão foi considerado um grande mistério.
Suspeita-se
que o ardiloso, guloso, atrevido, perspicaz, estrategista e folgado roedor
chegou à mansão na aparelhagem de um buffet de pizzas. Mas não há provas.
O
fato é que no domingo o ratão deu o ar da graça. Apareceu na lavanderia. Depois
sumiu. Novamente começa a deixar vários vestígios de que havia se alimentado
fartamente. Vestígios encontrados na sala e em um dos quartos e principalmente
na área da cozinha. O pânico se instala.
Finalmente,
Dr. Mauro localizou o intruso roedor na área da cozinha. Começou aí uma guerra,
à la Tom e Jerry, entre Dr. Mauro e o “big
rat”. Sim, porque “mouse” é
denominação de pequeno roedor. Aquilo é o que os americanos definem como “rat –
a large long-tailed rodent”
Dr.
Mauro armou as seguintes estratégias para eliminar o “big rat”. 1 – Trancou as
portas da cozinha. 2 – Instalou uma babá eletrônica para vigiar o ratão. 3 – Armou
ratoeiras e armadilhas de acordo com sites
da internet.
Espantou-se
com a enorme variedade de sugestões de ratoeiras: ratoeira de pet, ratoeira
elétrica, ratoeira americana, ratoeira adesiva de papel, repelente de ratos ultrassônico,
ratoeira clássica e uma interessantíssima armadilha com balde.
Optou por instalar as duas últimas.
Passou o feriado de segunda-feira monitorando o
ratão, pela câmara da babá eletrônica. O big
rat conseguiu pegar a isca da ratoeira clássica e sair ileso. Subiu no
balde, comeu a isca e não se afogou. Mauro sentiu-se o próprio gato Tom,
caçando o rato Jerry.
No dia seguinte foram contratadas duas firmas de desratização.
Tudo em vão. À tarde, um funcionário do condomínio conseguiu finalmente
capturar o ratão.
A boa notícia chegou ao casal pelo WhatsApp. Com
foto e tudo. Finalmente. o casal de “advogatos” pode relaxar e fazer seus
recursos jurídicos e pareceres com tranquilidade.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Prosa & Panela – 1
Tainá
Vieira
Há quem diga que a melhor coisa da vida é
comer. Para mim é cozinhar, porque para comer é necessário ter comida pronta,
até os pratos crus precisam ser preparados. Saber cozinhar é uma arte. Muitos
não concordarão comigo, mas eu digo que é, nem toda pessoa que faz comida sabe
cozinhar. E nem toda pessoa que sabe cozinhar estudou para isso. Aliás, nem
precisa estudar para saber cozinhar. A
arte da culinária é tão misteriosa quanto a arte da escrita. Há os bons e maus
escritores, muitos escritores escrevem o óbvio, o que quase todos outros
escrevem, no entanto, são poucos que têm dentro de si o tempero da escrita, os
bons escritores precisam apenas de uma obra, no máximo quatro, para ficarem
imortalizados, como Camões e Luiz Bacellar.
Saber
cozinhar não é fácil, há inúmeros segredos, cada receita é algo especial e o
bom é que você pode mudar uma receita a hora que quiser, basta conhecer os
ingredientes certos. Existem pessoas que preferem preparar carnes, outros que
não gostam de peixes e conheço alguns vegetarianos, uns comem ovo, outros
apenas folhas.
Já disse em algum texto por aí que os alimentos
têm vida, se há vida, há sexo, personalidade. Eu li isso em um maravilhoso
livro cujo titulo é A Vida Sexual dos
Alimentos. As frutas são femininas, vejamos a maçã, a fruta da Eva, ela simboliza
perfeitamente um seio. É cheia de mistério e sofisticação em sua textura e no
seu sabor. É uma fruta elegante e limpa, comer uma maça equivale uma escovação
nos dentes. À exceção de uma ou duas frutas que não sejam femininas, como exemplo
a banana, já os legumes e vegetais são quase todos masculinos: cenouras,
cogumelos, aspargos, pepinos etc. Preferir um alimento a outro tem uma relação
direta com o mesmo. As pessoas que comem
mais ovos, batatas, leite, arroz, alimentos brancos ou suaves, são pessoas mais
educadas, tranquilas. Pessoas que adoram uma carne malpassada acompanhada de
batatas fritas, pimenta e coca-cola e depois um café bem forte, são pessoas
agressivas, segundo o livro. Enfim, nada é por acaso, acho que faz sentido tudo
isso mesmo.
Mas como disse, antes de comer tem que preparar
e isso é uma tarefa difícil; exemplo, vocês sabiam que na hora de preparar
omelete, mas uma boa omelete mesmo, pra clara do ovo ficar igual neve é
necessário pensar só em coisas boas? Se você estiver chateado ou com ódio de
alguém, nem tente fazer omelete, você ficará paraplégico dos pulsos e a clara
permanecerá murcha. A pessoa que faz comida com ódio tende a exagerar no sal,
pessoas falsas exageram no açúcar, pessoas covardes sempre fazem comida sem
gosto, podem colocar os melhores temperos e especiarias da Índia, mas sempre
farão comida sem gosto. Pessoas com um lado psicopata sempre deixam a comida
queimar. Saber cozinhar vai além de colocar azeite na panela e fritar um
bife. Coloca-se leite no salmão para
tirar o pitiú do peixe, os melhores vinhos para cozinhar são os chilenos mais
caros e nunca ofereça pudim de sobremesa em festa na sua casa, todo pudim tem
uma historia familiar, historia de família é recheada de segredos, logo,
mantenha os segredos em casa. Compre uma torta na doceira e diga que não deu
tempo de fazer uma sobremesa. É sempre bom ouvir música quando se estiver
cozinhando, mas música de qualidade, tipo: clássica (as quatro estações de
Vivaldi são mais recomendadas) ou MPB ou Bossa Nova, até mesmo música relaxante,
como os sons de canto de pássaros e sons de água, nada de Funk, forró,
sertanejo. O porquê da música? Lembrem-se, os alimentos têm vida e assim que
você começar a cortá-los, cosê-los, queimá-los, eles não estarão mais nesta
vida e você não sentirá tanta culpa por tê-los assassinados.
Por fim, o lugar no qual será preparada a
comida, cozinha ou qualquer outro lugar, deve ser limpo antes e tem de estar em
harmonia com quem irá cozinhar, jamais aproveite alimentos estragados, não use
panelas por mais de um ano, tem de renovar sempre, pois elas, as panelas,
acumulam resíduos e cheiro dos alimentos. Antes de começar a cozinhar verifique
se não falta nenhum dos ingredientes que irá precisar e esteja bem vestido e
limpo. Nada de ficar na cozinha de pijama com os cabelos desgrenhados e mau
hálito.
(É importante frisar que isso tudo, não deve
ser tomado como regra, quem entende realmente a arte da culinária sabe bem
disso; é como um bom escritor, um poeta, por exemplo, ao escrever um perfeito
poema, ele apenas escreve e depois, ao analisar, vai ver as imagens, o ritmo,
os sons que foram colocados quase sem nenhum esforço. O poeta se satisfaz
quando os leitores devoram e adoram o seu livro, assim o cozinheiro quando as
pessoas devoram e adoram sua comida).
domingo, 25 de outubro de 2015
Sergio Luiz Pereira (12/11/1966 – 25/10/2015)
Sergio Luiz Pereira, em foto recente, esbanjando alegria e juventude. |
Sergio Luiz Pereira deixou-nos dois livros publicados: Cordas da lira (2002) e Sopros do oboé (2004).
Poética
Seja a palavra símbolo de encanto
De toda sensação vertida em verso
E tudo que se inspire no universo
Faça-se em notas de agradável canto.
Também da retirada de tal manto
Que de alegria cobre o mundo inverso
Para mostrar que, mesmo em tempo adverso
Cabe a justiça o bom caráter quanto.
Que as cordas desta lira em liberdade
Possam transpor o vário sentimento:
Essa paixão que a todo peito invade.
E estável fundo e forma equilibrista
Tocar com o coração, pois, no momento
O artista é de seu tempo jornalista.
(In Cordas da Lira)
(In Cordas da Lira)
sábado, 24 de outubro de 2015
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Marcileudas 3/7
Meninas não têm tino
meninos não têm juízo.
Álcool, maconha, coca
fazem parte da rotina:
quando a cabeça não pensa
o cu padece e amofina.
meninos não têm juízo.
Álcool, maconha, coca
fazem parte da rotina:
quando a cabeça não pensa
o cu padece e amofina.
(Zemaria Pinto)
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Dia D
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Múltiplos aspectos da clonagem
João
Bosco Botelho
A
clonagem (do grego: klón = rebento, broto) é uma das consequências do
pensamento molecular, iniciado pelo genial Gregor Mendel, no final do século
19, considerado nesse texto como o terceiro corte epistemológico da Medicina.
O
produto da clonagem é o clone, sempre com a mesma constituição genética, que
pode exprimir os seguintes significados: conjunto de células geneticamente
idênticas à célula ancestral; indivíduos oriundos de reprodução assexuada de
única forma inicial individualizada; réplica sem defeito do gene obtido por
engenharia genética.
É
possível pensar a clonagem em várias circunstâncias:
–
Artificial: conjunto de técnicas de engenharia (ou manipulação) genética
intracelular capaz de viabilizar indivíduos com genomas iguais. Por essa razão,
rompendo paradigmas da histologia virchowiana, trata-se de um processo de
reprodução assexuada (sem o uso de células relacionadas à reprodução), podendo
ser por meio de fragmentos de DNA (molecular), células (celular) e organismos.
–
Natural: ocorre em certos seres vivos a partir de reprodução assexuada, como
nas bactérias, seres unicelulares. Também pode existir no tatu e nos gémeos
univitelinos.
–
Induzida: a partir de processo no qual é
retirado o núcleo de uma célula e inserido no citoplasma de um óvulo. Esse novo conjunto manipulado é inserido no
útero, que poderá ser no da futura ou de outra mulher quer poderá ser recompensada
ou não financeiramente. Por outro lado, se aplicada em vegetais e animais,
ligada à pesquisa científica, usando um patrimônio genético, isto é, só uma
célula-mãe, gerará uma ou mais células, idênticas entre si e à original, denominadas
clones.
–
Reprodutiva: obtida por meio da transferência nuclear da célula somática,
utilizada para clonar animais por meio de células embrionárias. Esse processo é
pouco eficiente porque apenas aproximadamente 3% dos embriões sobrevivem.
–
Embrionária: possibilita multiplicar o embrião do animal, gerando gêmeos,
trigêmeos etc., semelhante ao que ocorre na natureza.
–
Terapêutica: nas primeira etapas, é semelhante à reprodutiva; diverge no fato de o blastocisto
ser utilizado no laboratório, destinado à reprodução das células-tronco, com o
objetivo de produzir tecidos ou órgão para transplante. As células embrionárias
ou células-tronco guardam características multipotenciais, que podem originar
diferentes tipos de células, teoricamente utilizadas na restauração de qualquer
tecido ou órgão danificado.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Não jogo candy crush saga
Pedro Lucas Lindoso
Antigamente nas antessalas dos consultórios
médicos via-se pessoas lendo jornais ou revistas. Algumas faziam palavras
cruzadas. O mesmo ocorria no saguão dos aeroportos, nos fóruns trabalhistas ou
qualquer outro ambiente em que a espera é inevitável e se precisa “matar” o
tempo.
Atualmente todos portam tablets ou celulares.
Estava eu no consultório do dentista com outras seis pessoas. Três adolescentes,
dois jovens adultos e uma senhora. Todos estavam com tablets. Exceto a
senhorinha. Eu conferia e-mails no celular. A simpática senhora de prováveis
setenta anos nos observava. Olhava curiosamente para os adolescentes que
dedilhavam seus i-pads com uma rapidez inexplicável e uma expressão eufórica de
ansiedade e atenção. Não piscavam os olhos. Todos jogavam esses joguinhos
eletrônicos da moda.
Eu sorri ao ver um vídeo engraçado postado por
uma amiga aposentada que mora no Rio de Janeiro. A senhorinha me perguntou as
horas e eu amavelmente lhe disse que era quase meio dia. E desliguei o celular.
Ela não se conteve e me perguntou:
– O senhor pode me dizer por que sorria?
Foi então que lhe mostrei o vídeo. Eram
senhorinhas como ela que, pasmem!, pulavam cordas. Ela ficou encantada e me
disse que o celular dela não comportava nada disso. Só servia para a função
básica de telefonia. E só. Havia comprado um moderno como o meu, mas não
conseguiu aprender a usá-lo. Deu de presente para uma neta, que ficou feliz da
vida.
Eu lhe aconselhei a comprar um tablet. Seria
mais prático. Ela me disse que sentiu dificuldades em usar a tal de “touch
screen”. Depois, não quero abusar, disse-me.
É a tela do computador, do celular, da TV, do cinema. As próximas
gerações nascerão com os olhinhos quadrados, feito mini telas eletrônicas.
Sorri com a observação.
– Vou ficar só no meu computador mesmo. Vejo
e-mails, passeio pelos museus e sites que me interessam. Larguei o facebook.
Cansei. Ficavam me convidando para esses joguinhos aí. E vou logo avisando para
o senhor:
– Não jogo candy crush saga, criminal case e
nem tampouco pudding pop ou farm heroes.
Eita povo insistente!
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
sábado, 17 de outubro de 2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Marcileudas 2/7
O menino aos 13 anos
descobriu que era menina.
Hoje aos 15 ele definha
lembrando com amargura
a única vez na vida
que transou sem camisinha.
descobriu que era menina.
Hoje aos 15 ele definha
lembrando com amargura
a única vez na vida
que transou sem camisinha.
(Zemaria Pinto)
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Horrores das pesquisas criminosas em seres humanos
João
Bosco Botelho
É
impossível pensar o século 20 sem relembrar os horrores das pesquisas
criminosas em seres humanos, nos campos de concentrações nazistas, onde foram
destruídas as raízes históricas da ética médica. Também, sem esquecer outras
pesquisas brutais, sem respeito à dignidade do ser humano, nos Estados Unidos,
pouco tempo após o término da II Guerra Mundial.
Os
vencedores da II Guerra Mundial, em novembro de 1946, em Nuremberg, instalaram
o Tribunal Militar Internacional, onde a maior parte dos oficiais alemães
capturados foi condenada à morte, prisão perpétua e outras penas. A escolha da
cidade de Nuremberg não foi um ato isolado, ao contrário, estava mesclada de
valor simbólico, já que naquela importante cidade alemã ocorreram as
festividades apoteóticas ao nazismo.
Nesse
contexto, nasceu o Código de Nuremberg com a humanidade retornando o caminho da
valorização da dignidade humana e da reflexão ética. Entre as recomendações
pétreas para as pesquisas médicas envolvendo seres humanos, se destacaram:
consentimento voluntário do sujeito humano; experiência trazendo resultados
práticos ao bem da sociedade impossível de serem obtidos por outros meios de
pesquisa; fundamentos da experimentação, anteriormente, consolidados e
compreendidos em animais de experimentação; experimentação a ser executada sem
sofrimento físico ou psicológico ao sujeito humano da pesquisa; execução da
pesquisa a ser realizada por pessoas cientificamente qualificadas para o fim
proposto; o sujeito humano deverá ter o direito de interromper, a qualquer hora,
a experimentação; o responsável pela execução da pesquisa deverá estar
preparado para interromper a pesquisa que possa provocar ferimentos físicos no
sujeito da pesquisa ou riscos de traumas psicológicos.
Por
outro lado, infelizmente, o Código de Nuremberg, único no gênero na história da
humanidade, com enorme simbolismo na ética médica, não teve valor de lei. Por
essa razão, é necessário relembrar outros horrores perpetrados por médicos, nos
Estados Unidos, não muito tempo após Nuremberg:
–
Estudos experimentais em seres humanos, não autorizados, da transmissão e
complicações neurológicas da sífilis, em homens negros, depois da
comercialização da penicilina;
–
Injeção de células cancerosas vivas em doentes idosos, para estudo da imunoterapia
nos tumores malignos;
–
Injeção do vírus da hepatite B em crianças em um hospital de Nova Iorque.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Marchinhas eternas
Pedro
Lucas Lindoso
O carnaval acabou. Para muitos brasileiros o
ano só começa mesmo depois dos festejos do Momo. Dr. Chaguinhas, jurista e
filósofo amigo, comentou que este ano as marchinhas, principalmente as bem
antigas, fizeram muito sucesso.
Havia blocos, em todo o Brasil, nos quais só se
cantavam as tradicionais marchinhas de carnaval. O axé baiano, que dominou
muitos carnavais nos últimos anos, parece que arrefeceu um pouco.
Para Chaguinhas, marchinhas como “Mamãe eu
quero mamar” está atualíssima. Em época de malfeitos e denúncias de corrupção,
não falta gente mamando nas tetas da viúva. “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí”.
Vai na mesma onda. Quanto aos furtos de menor monta, tem aquela: “Eu mato, eu
mato! / Quem roubou minha cueca para fazer pano de prato”.
Lá no
sudeste devem ter cantado muito “Tomara que chova! Três dias sem parar!” Afinal
o calor e a falta d’água são assuntos diuturnos. A oposição ao governo deve ter
se esbaldado cantando “Se você fosse sincera, Õ, ô,ô,ô Aurora” e “A canoa
virou, Deixa virar; / Por causa da menina, / Que não soube remar”.
Há algumas que a turma da patrulha ideológica considera
politicamente incorretas, mas não deixam nunca de fazer sucesso: “O teu cabelo
não nega, mulata” e “Olha a cabeleira do Zezé / Será que ele é”.
Como os excessos fazem parte do carnaval, as
bebedeiras em particular, uma das mais tocadas sempre é: “As águas vão rolar /
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar / Eu passo a mão na saca, saca,
saca-rolha / E bebo até me afogar”.
Em tempos de crimes encomendados envolvendo
socialites casadas e seu amante, também comprometido, nada mais atual que a
famosa “Sassassaricando, Todo mundo leva a vida no arame, / Sassassaricando / A
viúva, o brotinho e a madame”.
As marchinhas de carnaval fazem parte da nossa
cultura e da nossa nacionalidade. Devem ser preservadas. As marchinhas são
debochadas e inesquecíveis e fazem parte de um Brasil antes de tudo brejeiro e
feliz, um Brasil gentil que não pode desaparecer.
Nos diversos blocos que tomaram as ruas do Rio
de Janeiro este ano, uma das marchinhas mais tocadas foi Cidade Maravilhosa. O
Rio de Janeiro estava em festa, celebrando seus 450 anos. Viva o Zé Pereira e
Viva o carnaval!
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Fora de forma
Mauri
Mrq
Certa feita, voltando do trabalho
pela Henrique Martins, avistei uma antiga namorada, e era antiga mesmo, porque
já havia se passado uns trinta anos, e percebi que ela ainda estava
interessante, com um charme balzaquiano que me balançou. Ela em seguida entrou
em uma loja de sapatos e eu fiquei ‘bicorando’ para forçar um encontro casual, o
que deu certo. De primeira, ao abordá-la, não me reconheceu: também, barrigudo,
careca e com inhaca de cigarro, não estava muito atraente, mas acabei dizendo
umas gracinhas e ela abriu um belo sorriso e me deu aquela vontade repentina de
comê-la. Sabe como é o charme feminino, mas seria impossível. Ela me disse que
eu estava diferente, educadamente, pra não dizer que eu estava acabado, e ela
sabedora do seu porte balzaquiano, com a carne rija de caboca protuberante e
seios de látex, me humilhava sendo uma amazona. Conversa vai, conversa vem,
acabamos combinando em nos comunicar para auxiliá-la na contabilidade de sua empresa,
pois desconfiava estar sendo enganada pelo seu tradicional contador, desde a
morte do seu marido. Uma mulher daquela não ia querer se trocar comigo,
realmente havia estragado os anos da minha vida com tanta irregularidade mental,
sem nenhuma preocupação com a saúde, mas sabe como é, mulher altera a ação
regular do homem e resolvi me cuidar e melhorar a carcaça, ajustando o estilo
da minha careca raspando a cabeça, fiquei moderno e ridículo, fazendo umas
caminhadas, comprando umas roupas novas, iniciando um tratamento pra largar o
cigarro, e isso sem a mulher me ter dado a mínima bola, mas sabe como é homem, iludido
mais que mulher. Eu só havia combinado dar-lhe uma assessoria contábil e na
mesma semana já estava me empolgando para tentar atraí-la.
No nosso primeiro encontro de
trabalho, já percebi que ela começava a ficar à vontade comigo, mas sem nenhuma
intensidade. E eu, também viúvo, já levando a vida pelas tabelas, comecei a me
empolgar. De caminhadas resolvi entrar numa academia do bairro, queria acelerar
minha forma física, e sem exame de saúde, comecei a puxar alguns pesos pra
tentar resolver milagrosamente as pelancas dos meus braços e pelo menos
enrijecer a minha barriga. Moral da estória: num dos exercícios, empolgado, acabei
de me sentir mal, a pressão subiu, tive um AVC, fiquei com sequelas, com um
lado paralisado, tive que antecipar minha aposentadoria, deixando meu emprego,
e para complementar meu sustento, passei a ser contador da minha antiga
namorada. E fico imaginando o que uma mulher é capaz de fazer sem fazer nada,
com um homem que só pensa naquilo.
domingo, 11 de outubro de 2015
sábado, 10 de outubro de 2015
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Marcileudas 1/7
Meninas não querem menos
do que o mais que eu posso dar.
Isso gera um descompasso
entre o dar por amor
e o receber para amar.
(Zemaria Pinto)
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Séculos 19 e 20: ética médica no ritmo do avanço da tecnologia
João Bosco Botelho
As reconstruções da ética
médica, no século 19, se caracterizaram pelo esforço dos filósofos da ciência e
juristas para acompanhar os extraordinários avanços da ciência e da tecnologia
aplicados ao diagnóstico e tratamentos das doenças. Essa tendência está caracterizada:
busca do agente etiológico de muitas doenças; utilização de equipamentos que
podem alcançar onde os olhos desarmados não entendem; exames micrológico
(célula e bactéria) e ultramicrológico (molécula) de partes do corpo ou de
doenças para firmar o diagnóstico clínico; reprodução nos laboratórios de
reações físicas ou químicas que se passam no corpo; maior domínio das doenças
infecciosas ligadas às epidemias temidas – bacterianas: hanseníase,
tuberculose, estafilococcias, estreptococcias, malária, tifo, tétano; e virais:
AIDS, gripe aviária e outras viroses.
A medicina se acoplou às ideias
evolucionistas de Charles Darwin e, sem imaginar a grandeza da descoberta, em
1865, presenciou a publicação de Gregor Mendel, sobre o cruzamento de ervilhas,
inaugurando o pensamento molecular, por mim entendido como o Terceiro Corte
Epistemológico da Medicina.
Por todas essas razões, o
século 19 fortaleceria a anatomia-clínica que assentou as bases da atual
formação médica e a fisiologia, ampliando as respostas quanto aos diagnósticos
e tratamentos.
Ao mesmo tempo em que as
ordens sociais compensavam com elogios a Medicina e os médicos pelos
inimagináveis progressos no controle de muitas doenças infecciosas, as ideias
políticas giravam em torno de seis vertentes, que nos anos seguintes
proporcionariam outras discussões na ética médica: o humanismo de Feuerbach; o evolucionismo
de Darwin; o individualismo romântico de Chateaubriand; o manifesto de Marx e
Engels; o positivismo de Comte e o historicismo de Hegel.
O século 20, estruturado por
transformações ainda mais complexas nas práticas médicas, refletiu no aumento
da longevidade, que, em certos países, acrescentou mais de vinte anos à média
de vida das populações.
O maior destaque da segunda
metade do século 20 foi a genética, a partir da descoberta da cadeia espiralada
do ADN, em 1953, por Watson e Crick, com todas as suas variáveis: estudo do
genoma humano, inseminação artificial, antibióticos, métodos anticoncepcionais,
métodos terapêuticos experimentais e novos saberes na virologia, imunologia,
cancerologia, traumatologia, radioterapia, quimioterapia, vacinas – que
forçaram outras mudanças e novas leituras dos códigos de ética médica.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Dia dos pais
Pedro
Lucas Lindoso
Domingo.
Dia dos pais. Não vou polemizar sobre o caráter comercial da data.
Gostaria muito que meu pai fosse vivo para lhe dar um perfume, uma gravata ou o
último livro do Humberto Eco.
No Brasil, comemora-se o dia dos pais no
segundo domingo do mês de agosto. Já em outros países de tradição católica como
Portugal, Itália e Espanha, o dia dos pais é comemorado dia 19 de março, dia de
São José. Na maioria dos países como nos Estados Unidos, na maior parte da
Europa e no resto da América Latina, comemora-se no terceiro domingo de junho.
Austrália e Nova Zelândia, como o Brasil, fogem à regra e comemora-se o dia dos
pais no primeiro domingo em setembro.
Penso que escolheram agosto para celebrar os
pais brasileiros porque em 12 de junho, véspera de Santo Antônio, é dia dos
namorados. Em muitos países é 14 de fevereiro, dia de São Valentim. Fevereiro
por aqui é carnaval. E só.
Muitos não têm o privilégio de ter conhecido o
pai. Com a legalização da homoafetividade, temos pessoas que têm dois pais ou
duas mães. Existem os pais biológicos e os adotivos. Uma figura simpática é o
chamado pai de coração.
Há ainda
aqueles criados por avós e o avô torna-se um misto de pai e avô
concomitantemente.
Há os que compartilham seu pai com irmãos de
casamentos distintos. Tenho um irmão com quatro filhos. É um grande pai. Dois filhos do primeiro casamento e dois de
um segundo. Os quatro se amam e se respeitam. Isso nem sempre acontece. O mérito é desse meu irmão. Ele reúne os
filhos com frequência e sempre os incentiva a cultivar a amizade e união, tão
bela e sublime entre verdadeiros irmãos.
Infelizmente tem os pais ausentes ou aqueles
que só se lembram dos filhos na época das deduções, quando se reajusta o imposto
de renda.
Meu pai foi um político de destaque. Um homem
importante. Mais do que tudo isso, foi um pai fantástico, um grande amigo.
Quanta saudade. A felicidade está naquilo que somos e no que possuímos. Eu
também sou pai e tenho um casal de filhos maravilhosos. E em breve serei vovô.
Feliz dia dos pais!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Lábios que beijei 51
Zemaria Pinto
Francis
Leblon, inverno,
inferninho chique, trilha sonora: Grease.
Francis vestia um costume branco tirado de um filme noir. Morena, cabelos lisos derramando-se pelas costas e pernas
compridas que pareciam deixá-la mais alta do que realmente era. Já ia pelo
quarto uísque quando ela se aproximou e pediu um cigarro. Como não fumava, paguei-lhe
uma carteira e ofereci-lhe uma bebida, que ela de pronto aceitou. Acho que
Martini. Feitas as apresentações, fico sabendo que Francis era figurante de uma
grande rede de TV, produtora de novelas. Aquele lado da batalha era apenas um
complemento, enquanto não lhe chegava uma oportunidade de ser protagonista.
Estudava teatro e era boa aluna, pelo que pude testar, dos meus conhecimentos
sobre uns dois ou três gregos e o indefectível Shakespeare. E ela falou-me de
Brecht e Beckett e Dias Gomes e Zé Celso e Artaud e Antunes e Boal. Francis
tinha o olhar distante e às vezes parecia que não estava ali. Os dentes
impecavelmente brancos, entretanto, davam uma luz extraordinária a qualquer
esboço de sorriso. Dançamos e bebemos muito, antes de irmos para o meu hotel, a
duas quadras da boate. A última imagem que guardei de Francis: às 9 da manhã,
ela atravessando a rua, altiva e elegante, sob uma chuva fininha. Essa memória ficou-me
gravada em preto e branco.
domingo, 4 de outubro de 2015
sábado, 3 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Lembranças de uma noite qualquer - apresentação
Reflexões poéticas,
poemas reflexivos. Porrada! Poesia feita de entranhas, reflexões colhidas nos
monturos. Porrada! Porrada! Baudelaire nos despertou para a poética da
podridão, há mais de 150 anos, mas a poesia bem comportada insiste em rimar
amor e flor, calor e dor, e ainda bota no meio a porra de um beija-flor,
buscando subvenções oficiais. Porrada! Porrada! Porrada! Macaco d’Água, como um
Nietzsche da Escadaria, insiste em assestar o seu martelo de maçaranduba contra
o bom mocismo, a dor de corno e a babaquice genérica desta cidade em desalinho,
à margem esquerda do nada. Contra a falsa violência do eme-eme-a junkie, Macaco
d’Água bate apenas abaixo da linha de cintura – e quando o adversário cai,
desfalecido, escarra-lhe na cara! Porrada é isso!
(João Sebastião,
poeta nefelibata, filósofo de boteco, profeta do caos)
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Apresentações e orelhas,
João Sebastião,
Macaco D'Água,
Rojefferson Moraes
Ética médica seiscentista e setecentista
João
Bosco Botelho
O
século 17, também conhecido como o século da razão, trouxe o encontro entre as
liberdades pessoais e políticas com a ética médica. Esse complexo conjunto
sociopolítico aderiu às ideias de Newton, Descartes, Locke, Spinoza, Leibniz,
Corneille, Racine, La Rochefoucauld e Molière.
Como
nunca no passado, as práticas médicas aumentaram o valor da materialização da
doença, olvidando a dependência das ideias e crenças religiosas. Como
consequência, centenas de estruturas anatômicas, que receberam os nomes dos
respectivos autores, foram acrescentadas aos saberes.
Sob o
impacto dessas profundas mudanças estruturais a ética médica foi retomada por
Spinoza, em 1661, nos seus geniais livros “A ética” e o “Tratado da reforma do
entendimento”, ambos também valorizando a vida e rejeitando valores negativos
da compreensão dos conflitos sociais. Nesse contexto, a Medicina e o médico
receberam o reconhecimento compondo partes importantes da construção do belo,
do feliz, da vida, iniciando as concepções do “direito natural”.
O século
18 reconhecido como o século das luzes brilhou sob o esplendor das construções
teóricas de Locke, Leibniz e Condillac. Essa característica, foi retomada por
Kant ao reconhecer a supremacia da razão como instrumento para superar a
ignorância. É possível também entender semelhança com as ideias sobre a
natureza dos homens como semente da compreensão da generosidade explícita, isto
é, manifestação da virtude, que os médicos deveriam adotar no trato com os
doentes. Nesse contexto, Diderot acorda ao caráter protetor na natureza e
Rousseau defende a natureza como “delicada amiga do homem” como princípio da
verdade e da virtude. Desse modo, o século 18 também refunda a generosidade
virtuosa, rapidamente aderida à Medicina. Também é interessante assinalar que a
construção do progresso, central no século das luzes, não se desprendeu dessa
generosidade, como está claro na Declaração dos Direitos do Homem.
Esse
ideário de generosidade, direito e ética se transformou em mensagens de
liberdades e acendeu os pavios das revoluções que forçariam, outra vez, a
abordagem da ética, sob a ótica do genial Kant. Esse filósofo extraordinário,
sem nunca sair de Königsberg, na antiga Prússia oriental, sua cidade natal,
publicou dois livros que mudariam as abordagens da ética e da moral: em 1788,
“Crítica da razão prática” e, em 1790, “Crítica da faculdade de julgar”.
Por
outro lado, com a forte presença do pensamento micrológico, inaugurado por
Marcelo Malpighi, a ética médica renascentista também foi tocada pelas mudanças
nos saberes da fisiologia: a anatomia já não bastava à liberdade, as academias
e sociedades médicas promoviam debates sobre o funcionamento dos órgãos. As
incontáveis funções corpóreas foram monitoradas nos laboratórios de pesquisa e
melhor compreendidas nos animais de experimentação, principalmente o cachorro e
o gato domésticos. Por outro lado, os estudos de Virchow e o uso dos
microscópios consolidaram a histologia, parte da Medicina que até os dias
atuais é utilizada como instrumento para desvendar as estruturas invisíveis aos
olhos. Com a associação entre anatomia-fisiologia-micrologia-histopatologia
nasceria a anatomia patológica, as necropsias, explicando os mecanismos da
morte causada pelas doenças.
Com a
liberdade nunca antes desfrutada, cirurgiões descrevem técnicas cirúrgicas com
o objetivo de diminuir as complicações e mortalidades per e pós-operatórias.
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