Em primeiro plano, os armazéns do Roadway. Ao centro, à esquerda, a Matriz. |
domingo, 31 de maio de 2020
sábado, 30 de maio de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
A última mensagem de Zeca
Zemaria Pinto
As duas devoções de Zeca eram cerveja e santa Rita de Cássia.
O sábado, que começava na sexta, era para a cerveja. O domingo, para a missa na
igreja da padroeira, logo cedo, acompanhando D. Joca. E depois, cerveja, que
nem só de fé se alimenta o ser humano. Os apelidos masculinos derivavam dos prenomes:
Maria José e Maria João. Filha e mãe. Conheci Zeca quando ainda era sargento do
Exército e cursava Letras, na UFAM. Aluna acima da média, destacava-se pelas ideias
originais e polêmicas. Tinha o seu cânone particular, onde não cabiam
escritores com preocupações sociais. Amava o mundo sórdido e refinado de Rubem
Fonseca, os conflitos sexo-religiosos da classe média de Nelson Rodrigues e o
intimismo corrosivo de Clarice Lispector – e tinha uma inexplicável paixão por
Euclides da Cunha, o cadete rebelde que atirou o sabre aos pés do ministro da
Guerra, o jornalista-poeta que denunciou o genocídio de Canudos e a escravização
do seringueiro amazônico. Mas escrevia pra caralho, ela justificava com seu habitual
poder de síntese. Aliás, Zeca falava mais palavrões que um presidente da
república, só que com mais classe e graça.
Quando começou a pandemia, Zeca e D. Joca recolheram-se, como
mandava o figurino e o bom senso. Elas e o vira-lata Mandrake. Contatos
externos, só o essencial. A casa de bairro, com quintal, varanda e
churrasqueira, árvores frutíferas e flores, que vivia cheia de amigos, quedou
deserta e silenciosa. Grupo de risco, mano, conversa fiada só no uatizápi. Pois
foi pelo aplicativo que eu testemunhei uma transformação inimaginável em Zeca.
Sua aversão às posições de esquerda terminara em apoio incondicional ao fascismo
emergente – só esse doido pra detonar a petralhada, ela dizia. Andamos meio
afastados, depois das eleições. À minha incompreensão – como uma professora
pobre, preta e homossexual pode apoiar alguém que odeia professores, pobres,
pretos e homossexuais? – respondia com meia dúzia de impropérios. Foi o
coronavírus que mostrou a ela, afinal, quem eram os fascistas genocidas: em
duas semanas de pandemia, a confiança se transformou em aversão. Tu é doido, mano,
esse filho da puta quer matar a gente! Não caio nessa, não!
Zeca foi enterrada no dia 6 de maio, aos 63 anos, às 5 e
pouco da tarde. Choviam finos cristais de luz à beira da cova coletiva, onde meia
dúzia de amigos choravam sem discrição. Sua última mensagem, datada de quatro
madrugadas antes, era um resumo do país pedindo socorro: mano, eu tô fudida!
quinta-feira, 28 de maio de 2020
A poesia é necessária?
Com licença
poética
Adélia Prado
Quando nasci
um anjo esbelto,
desses que
tocam trombeta, anunciou:
vai carregar
bandeira.
Cargo muito
pesado pra mulher,
esta espécie
ainda envergonhada.
Aceito os
subterfúgios que me cabem,
sem precisar
mentir.
Não sou tão
feia que não possa casar,
acho o Rio de
Janeiro uma beleza e
ora sim, ora
não, creio em parto sem dor.
Mas o que
sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro
linhagens, fundo reinos
– dor não é
amargura.
Minha
tristeza não tem pedigree,
já a minha
vontade de alegria,
sua raiz vai
ao meu mil avô.
Vai ser coxo
na vida é maldição pra homem.
Mulher é
desdobrável. Eu sou.
quarta-feira, 27 de maio de 2020
terça-feira, 26 de maio de 2020
A naninha de Maria Luísa
Pedro Lucas Lindoso
Nunca pensei que ficaria feliz em fazer aniversário na
quarentena. Longe de todos os familiares. Sem possibilidade de receber abraços.
Os presentes perdem muito sua importância quando atingimos certa idade. Claro
que é gostoso recebê-los. Mas quando se anda (ou andava) pelos shoppings e
se vê tanta coisa de que não necessitamos...
O fato é que acordei cedo no dia do meu aniversário. Percebi
que a cantoria dos passarinhos e outros bichos que voam, bem como de galos que
fazem barulho nas alvoradas, aumentou. Moro às margens do Igarapé do Mindu.
Apesar de ser área bem urbana, há árvores que dão guarida a esses seres que
mencionei. Fazem algazarra ao amanhecer.
E como disse, o barulho aumentou consideravelmente. Seria o silêncio imposto
pela pandemia e o isolamento social? Ou será que a fauna e a flora, menos
agredida ultimamente, se apresenta com mais efervescência? Esse é um dos lados
bons da pandemia.
Minha família me presenteou com uma simpática e farta cesta delivery
de café da manhã. Aliás, com um toque especial de queijos e vinhos a ser
degustado pela noite. Gostei do presente.
Mas o melhor estava por vir. Temos visto nossa netinha
através de sistema drive thru. Vamos vê-la de carro e mantemos a
distância recomendada. Todos com as indefectíveis máscaras.
Minha netinha Maria Luísa adora aniversários. Tem sido
convidada a participar de aniversários dos amiguinhos por vídeo.
Minha nora relata que
se emociona. As crianças trocam presentes virtuais. Buscam coisinhas delas mesmas
e ofertam de faz de conta aos amiguinhos.
O meu aniversário, obedecendo às regras de distanciamento
social, foi comemorado ao ar livre. E foi um sucesso. Teve bolo, brigadeiro e
balão. Foi a festa da família Shark.
Tudo para deixar a Maria Luísa feliz.
E aí veio a emoção maior.
Maria Luísa achou importante dar presente para o vovô Shark.
E me “emprestou” um dos seus bens mais valiosos. O que os psicólogos chamam de
“objeto de transição”. O mais famoso é o do personagem Linus, da Turma do
Charlie Brown. O da Maria Luísa é uma fraldinha, uma naninha. Requisitado quase
sempre na hora do sono. O objeto de transição é bem comum na primeira infância
e importante para o desenvolvimento emocional da criança.
Foi o que ela achou para me presentear. “Emprestado”, é
claro. Assim, fiquei como fiel depositário do objeto mais precioso e infungível
do mundo: a naninha da Maria Luísa.
domingo, 24 de maio de 2020
sábado, 23 de maio de 2020
sexta-feira, 22 de maio de 2020
É primavera no inferno ou O último pesadelo de António Pinto
Zemaria Pinto
António Pinto viu a luz quando a espanhola, que matara seu
pai e um irmão, começava a entrar em declínio. Sua mãe morreu no dia seguinte,
de complicações do parto. Ele dizia que não nasceu, apenas sobreviveu, a vida
inteira. Cem anos depois, seu rude coração de camponês teima em continuar
batendo, mesmo depois de rejeitado em vários centros de atendimento médico de
Manaus, sempre sob a alegação de falta de leito, quando o grande empecilho era
a data de nascimento: uma escolha natural. Em casa, respirando como um bugio,
António Pinto sonha.
Meu corpo flutua sobre as ladeiras e vielas de Lisboa. Ao longe,
uma voz cansada entoa um melancólico solau. Não há vivalma nas ruas, mas há
flores. As vias colorem-se às margens de florezinhas silvestres anis e
amarelas, cagadas pela passarinhada, que nada sabe dos problemas humanos. Há
cravos vermelhos, também, lembrando que é abril. Quem os plantou, senão as
delicadas mãos de uma rapariga saudosa? Nos campos de Andaluzia, um deserto de
homens e bichos, mas em Málaga as ruas sem gente explodem em cores violentas:
violetas violáceas, dálias vermelhaças, plurissoleados girassóis e até ruborizadas
rubiáceas. No Porto, a ponte de D. Luiz está deserta e os teleféricos de Gaia,
parados. Na contracorrente do Tejo, me vou até Santarém, mas nada vislumbro
além do sol ofuscante, que me põe de chofre em Catalunha, sob uma chuva fina,
como uns dedos feminis que um dia me afagaram a tez adolescente. A Resistência,
entre Espanha e Portugal: os fascistas não voltarão, jamais. Na Casa de Alienados,
onde fui forçado dois anos, meu corpo abalroa-se às paredes, em penoso desequilíbrio.
Mas as flores estão lá, no minúsculo jardim central, que cultivávamos com um
símbolo da vida que nos lesavam. Em Barcelona, as constelações cintilam sobre o
plenilúnio prenhe de primavera. Será assim o paraíso, meu filho?
A voz de António Pinto saía a custo, entre a oração e o
lamento. Nem pensei em anotar nada. Agora, de chegada do cemitério, onde ele
foi enterrado em uma cova coletiva, com mais dezessete, entre os quais dois
anjinhos em claro azul, anoto sua fala descompassada, temendo embelezar sua
crueza ou defraudar sua poesia. António Pinto poeta. Propus-lhe uma feita
escrever suas falas, repletas de uma poesia indefinível. Sua resposta foi uma
gargalhada rouca, entrecortada por um forte acesso de tosse: a poesia que me
comove não cabe nos livros, miúdo, só na vida.
quinta-feira, 21 de maio de 2020
A poesia é necessária?
Nome
Olga Savary (21/5/1933 – 15/5/2020)
Dar às coisas outro nome
que não o vosso, amor,
não pude.
Nem pude ser mais doce e
sim mais rude
por conta das lamentações
mais ásperas,
por causa do agravo que
pensei ser vosso.
Amor era o nome de tudo,
estava em tudo,
era o nome do macho
cheirando a esterco,
a frutos passados e as
raízes raras.
De posse da intimidade da
água
e da intimidade da terra,
a animais vorazes é a que
sabíamos.
Amor é com quem me deito
e deixo montar
minhas coxas em forma de
forquilha e onde
amor abre caminho pelas
minhas águas.
quarta-feira, 20 de maio de 2020
terça-feira, 19 de maio de 2020
Fiquem em casa. E ponto final.
Pedro Lucas Lindoso
Andava preocupado como tia Idalina estaria administrando sua
vida em tempos de isolamento social completo. Ela é do grupo de risco. Fiquei
satisfeito. Disse-me que se impôs uma rotina e está se saindo bem, dentro do
possível. Explicou-me que começa o dia fazendo ginástica. Disse-me que adora
aeróbica. E faz ginástica do método da Jane Fonda. Adquiriu os tapes na década
de 1980 e os transformou recentemente em DVD.
– Sou vidrada na Jane Fonda. Ela e eu temos 70 anos, mas
parecemos cinquentonas.
Tia Idalina insiste nisso de diminuir a idade. Uma pessoa que
ouviu pelo rádio o fim da II Guerra Mundial, não pode ter menos do que 80 anos.
Ela mesma conta:
– O conflito terminou na Europa com a invasão de Berlim por
tropas soviéticas e a rendição dos alemães em 8 de maio de 1945. Mas só foi
completamente encerrado em 15 de agosto, após a capitulação japonesa.
Acompanhei tudo pelo rádio que transmitia a BBC diretamente de Londres. Era uma
garotinha de 10 anos. Mas me lembro bem.
Pronto. Finalmente sabemos a idade de tia Idalina. No último
8 de maio, a Europa, em plena pandemia, comemorou os 75 anos do final da
guerra. Deduz-se que titia está com 85 anos. Mas pratica aeróbica no método da
Jane Fonda. Te mete com ela!
Além da aeróbica da Jane, titia matriculou-se em um curso de
Inglês on-line. Fez opção por estudar francês quando estudante, mas sucumbiu a
necessidade de falar Inglês, imediatamente.
– Levei um tempo para
saber que “password” era senha e que “chat” era bate-papo. Passei a maior
vergonha esses dias. Achava que “lockdown” era nome de uma banda de rock
Inglês. Quando soube que era fechamento geral das lojas, não tive outro jeito.
Matriculei-me no Inglês virtual. Um curso especial para terceira idade. O
professor é uma gracinha. Tenho aprendido muitas palavras. O inglês invadiu o
Português. God save the Queen! Vou pedir para o professor me ensinar “The
Star-Spangled Banner", "A Bandeira Estrelada”, que é o hino nacional
dos Estados Unidos.
Finalmente perguntei se ela sabia o que era “hashtag”. Não
sabia. Disse-lhe que era o sinal de jogo da velha que se vê na televisão, antes
da expressão #FIQUE.EM.CASA.
– Conheço esse sinal em música. Em francês se chama “dièse’’.
Mas quando quero ser enfática, não uso “dièse” ou “hashtag”. Digo logo:
– FIQUEM EM CASA. E PONTO FINAL.
segunda-feira, 18 de maio de 2020
domingo, 17 de maio de 2020
sábado, 16 de maio de 2020
quinta-feira, 14 de maio de 2020
A poesia é necessária?
Estudo VI
Alcides Werk (1934-2003)
O
amargo deste sal que me alimenta
agora,
eu mesmo o consegui catando
abismos
nesse mar desconhecido
que
o tempo me mostrou depois de mim.
Este
sabor estranho de distância
que
vivo a cada hora e que me envolve,
vem
da vida que vi nessa voragem.
Sei,
agora, que após a ronda inútil
por
além dos limites do meu nada,
voltamos
mais vazios, eu e o barco
que
construí para guardar tesouros.
No
regresso noturno, cumpro o gesto
de
buscar o local, em cada porto
onde
possa esconder um sonho morto.
quarta-feira, 13 de maio de 2020
terça-feira, 12 de maio de 2020
Saudade federal
Pedro Lucas Lindoso
Esta crônica é uma homenagem póstuma a ILZA GARCIA. As
pessoas que tiveram a alegria e o privilégio de conviver com Ilza Garcia sabem
o motivo do título desta crônica. Ela gostava de usar essa expressão: Federal!
Todos conhecem o sentido de federal como relativo à federação. Mas há um outro
sentido: algo intenso, fora do comum.
Ilza Garcia era assim: intensa e fora do comum. Ela era federal! Mãe da
Gina. Ilza não foi só uma grande mãe. Foi esposa, irmã, amiga, companheira
rotariana, madrinha, tia, administradora, trabalhadora, e muito mais! Uma
pessoa de uma grandeza de alma e de uma personalidade intensa. Ou seja,
federal!
Ilza Garcia era amiga de minha mãe, Amine Daou Lindoso, desde
a adolescência. Desde novinho me ensinaram a chamá-la de tia. Ultimamente ela
era o elo mais tangível que me ligava à memória de minha mãe. Cada abraço, cada
expressão de carinho, era como se minha mãe nos observasse de onde quer que
esteja no plano espiritual.
O nosso último contato pessoalmente foi dias antes dessa
terrível pandemia. Missa de celebração pelo centenário de nascimento do tio
Agobar Garcia. Seu amado esposo. Cuidou do tio Agobar com desvelo e fidelidade
até o dia em que Deus o chamou. Agora, devem estar namorando pelos jardins
maravilhosos do Éden.
Aos 98 anos de idade, tia Ilza estava lúcida e caminhando com
higidez e a elegância de sempre. Dois dias antes de ser hospitalizada, eu e
minha esposa Vera falamos com ela por telefone. Ela estava bem. Vera tinha um
respeito e um carinho especial por ela e também a chamava de tia.
Tia Ilza foi ex-aluna
salesiana. Falo com autoridade de filho, irmão e afilhado de mulheres que
estudaram com as Irmãs Salesianas. São pessoas especiais. Tornam-se esposas,
mães e profissionais diferenciadas. Neste mês de maio em que celebramos as
mães, também celebramos a nossa Mãe do Céu. Nossa Senhora Auxiliadora receberá
tia Ilza com todas as honras de filha. Ela que soube tão bem amá-la e cultuá-la
como nossa mãe e Mãe do Cristo e Salvador do Mundo.
Ilza Garcia foi funcionária da Nestlé, presidente da APAE e
participava ativamente da Casa da Amizade de senhoras rotarianas. Foi membro do
Conselho da Mulher Executiva dentre as várias atividades na sociedade de nossa
Manaus.
Há alguns meses, disse a ela que havia me lembrado de um
comercial da cerveja Skol que dizia: “Entrei no bar com uma sede federal".
Hoje nós que a conhecemos estamos todos com saudade. Uma
saudade federal!
Sra. Ilza Garcia. |
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Pedro Lindoso
domingo, 10 de maio de 2020
sábado, 9 de maio de 2020
quinta-feira, 7 de maio de 2020
A poesia é necessária?
Carta Lunar – Adágio
XX
Luiz Bacellar (1928-2012)
O meu verso é um fragor:
desmoronar-
me sinto quando escrevo.
E o ruído é tanto
que vou com passo incerto
no meu canto
como se caminhasse à
beira-mar
num dia de ressaca sob um
luar
como o de agora (a Via
Láctea é um manto
salpicado de sal, de
prata e pranto)
em que as horas se
esquecem de passar.
Meu verso é um natural
correr de pena
que rasga, que destrói,
mutila e mata
minhalma que é de espuma
e de verbena:
é um vestido deixado
sobre a cama,
vazio de um corpo amado.
E me arrebata
no vácuo intenso do meu
próprio drama.
quarta-feira, 6 de maio de 2020
terça-feira, 5 de maio de 2020
Festa adiada para 2022
Pedro Lucas Lindoso
O whatzapp e outras mídias fervilham nos nossos celulares com
notícias, desabafos, comunicados e, infelizmente, muita “fake news”. Há tristes
notícias de conhecidos e amigos infectados e dos falecimentos. Há outras
notícias não tão tristes, mas que nos deixam também consternados.
Recebo mensagem de Brasília cancelando a festa de bodas de
ouro de dona Maria Teresa e seu Jorge. A
festa seria no dia 30 de maio próximo. Um sábado. Dona Maria Teresa e seu Jorge
se casaram dia 30 de maio de 1970. Coincidentemente era um sábado também.
Véspera do início da Copa do Mundo de 1970. A copa em que o Brasil foi
tricampeão.
Dona Teresa sempre conta que seu Jorge tirou férias de um mês
por dois motivos: ia se casar e porque adora futebol. E conta em detalhes:
– Graças a Deus o Brasil só estrearia na quarta-feira, dia 3
de junho, contra a Tchecoslováquia. Ainda bem que o Brasil começou ganhando.
Fez uma goleada de 4X1. Assim, minha lua de mel continuou bem animada.
Seu Jorge e dona Maria Teresa passaram a lua de mel em Águas
de Lindóia. Eles retornaram a Brasília para o final da Copa. O Brasil ganhou da
Itália fazendo outra goleada de 4x1. A final foi no dia 21 de junho de 1970, no
famoso Estádio Azteca, na Cidade do México.
Todos os filhos, netos, amigos e conhecidos sabem desses
detalhes. Seu Jorge e dona Teresa sempre fazem festa nas copas do mundo desde
que se casaram. E ela sempre faz questão de relembrar a sua estória com esses
simpáticos detalhes. Lá se vão 13 copas.
A primeira vez que
fomos a casa de seu Jorge e dona Teresa foi na copa de 1994. Essa eu me lembro
bem. O Brasil ganhou da Itália na final. Foi em Pasadena nos Estados Unidos. O
casal deu uma festança. Já era 17 de julho.
Neste 2020, mesmo porque não tem copa, a festa seria pela
primeira vez, no dia certo em que eles se casaram. Até o dia da semana seria o
mesmo. 30 de maio, sábado. Sempre se comemorou no final das copas do
mundo, que acontecem geralmente em junho e julho. Triste pandemia. Dona Maria
Teresa e seu Jorge adiaram a festa para o final da copa de 2022, no Qatar.
Todos devem vir vestidos de árabe. Espera-se que o Brasil seja campeão. E até
lá a pandemia seja uma triste experiência já esquecida de todos. Dona Maria
Teresa manda um recado:
– Cuidem-se. Fiquem em casa. Quero todos na minha festa em novembro
e dezembro de 2022.
segunda-feira, 4 de maio de 2020
domingo, 3 de maio de 2020
sábado, 2 de maio de 2020
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