Pedro Lucas Lindoso
A conversa girava em torno de comida saudável. Tia Idalina
repete sempre que “você é o que você come”. Titia conta que nos anos setenta
foi “macrobiótica”. E explica:
– Era moda aqui em Copacabana. Havia um restaurante
macrobiótico aqui perto de casa. Resolvi testar a macrobiótica para emagrecer.
Comia-se principalmente o arroz integral assim como outros cereais, legumes e
leguminosas. Tomava-se muito chá. Coisa de oriental. Dizia o tal mestre dono do
restaurante que a macrobiótica valoriza o poder energético dos alimentos. A
dieta busca um equilíbrio entre as propriedades “yin” e “yang” que são duas
forças opostas.
Depois de seis meses tia Idalina desistiu da macrobiótica.
Emagreceu. Ficou saudável, porém muito triste. Não conseguiu balancear o “yang”
e o “yin”. Segundo Idalina, de comedora de carne “yang”, virou comedora de
arroz e leguminosas “yin”. Hoje titia é adepta da “low carb” e faz jejum
intermitente.
No momento tia Idalina está interessadíssima no kefir. Disse-me que é alimento natural que pode ser
usado de diversas formas na culinária. Cuida do seu corpo de dentro para fora,
explica.
Conheci um restaurante macrobiótico em Brasília. A comida
pode ser até saudável, mas não é nada gostosa.
Há um antigo e prestigiado escritório de advocacia trabalhista
em Brasília – Riedel de Figueiredo e Advogados Associados. Ulisses Riedel é o chefe do clã que já soma
seis gerações de vegetarianos. O escritório existe há vários anos e sempre teve
apoio de uma excelente cozinha vegetariana. Hoje se dizem veganos. Eles agora
fundaram um dos melhores restaurantes saudáveis e veganos de Brasília, o Supren Verda. Dr. Ulisses Riedel explica
que, em esperanto, supren significa
ascensão e verda, verde.
Diferente dos macrobióticos, a comida lá é bem palatável. E
claro, saudável.
Meu colega Sidnei não se considera vegetariano nem vegano.
Mas preocupa-se em comer alimentos orgânicos. Li no Jornal do Commercio que o
setor de orgânicos deve crescer 20% este ano e movimentar acima de R$ 4
milhões. Sidnei evita carne vermelha e dá preferência para carnes brancas e
peixes, desde que certificadas e orgânicas. Abomina alimentos com glúten e
lactose. Não come açúcar. Também é adepto do “low carb”.
Em minha opinião, saudável e muito gostoso mesmo são nossos
peixes amazônicos. Principalmente o tambaqui e o jaraqui.
E como diz o caboclo: “quem come jaraqui não sai mais daqui”.