Rainbow bride. Martina Arend. |
quarta-feira, 31 de maio de 2017
terça-feira, 30 de maio de 2017
Nome, CPF e código de barras
Pedro Lucas Lindoso
A primeira vez que eu vi um código de barras era adolescente
e fazia programa de intercâmbio nos Estados Unidos. Década de setenta. Ninguém
soube me explicar para que servia aquilo. Nem lá nem aqui. Com o tempo, como
todos nós, me acostumei com as barras. Inclusive sua utilidade para fazer
pagamentos “on-line”. Os códigos de barras são uma sequência de números. Esses
números atuam como o RG do produto ou do boleto. Sendo únicos em cada produto
ou serviço.
Sequência de números arábicos é verdade. Este sistema numeral
foi adotado por matemáticos árabes e repassado para outros povos ao longo do
tempo. Acredito que os números arábicos na sua forma atual foram desenvolvidos
a partir de letras árabes.
Os romanos também tinham seus números. Hoje são usados para
indicar os séculos, alguns relógios sofisticados e incisos da Constituição
Federal do Brasil e outras leis. Um estudante de Direito perguntou-me a origem
dessas letrinhas. Tive pena do rapaz. Primário mal feito.
Acredito que o código de barras foi uma das maiores invenções
do século XX. Permite que uma mala etiquetada em Dubai faça escala em Lisboa e
chegue a Manaus sem ser extraviada. Ou não!
O código de barras já evoluiu. Temos o QR (Quick Response). É
um código de barras bidimensional. Também pode ser escaneado pelos celulares
com câmeras. Pasmem: esse código pode ser convertido em texto. Informar um
endereço, um telefone, e-mail ou localização.
É sabido que nós brasileiros temos muitos números de
identificação. Em números arábicos, graças a Deus. Todos eles podem ser transformados em código
de barras ou mesmo em QR. Temos RG, PIS ou PASEP, que é o mesmo NIT usado pela
Previdência Social. Temos ainda o título de eleitor, a CTPS – Carteira de
Trabalho e Previdência Social, a CNH – Carteira Nacional de Habilitação. Alguns
têm passaporte e registros de classe profissional, entre outros.
O incrível é que todos esses registros estão vinculados a um
grande e poderosos registro: o conhecidíssimo e deveras utilizado super-registro,
poderosamente utilizado até por programas de fidelidade de companhias aéreas,
passando por controle de seguranças de prédios de luxo, bancos e cartões de
crédito. Sim, estou me referindo ao CPF (ou CNPJ, para pessoas jurídicas).
Esse sim é o que vale. Todos os sistemas vinculam-se ao CPF.
Sua origem é o Fisco. E como dizia meu saudoso pai, dos impostos e da morte
ninguém escapa. Desde o tempo da derrama, na Inconfidência Mineira. Já ouvi
muitas vezes. Basta o CPF. Mas o governo acaba de criar o RIC – trata-se do
novo documento de registro de identidade civil, que integra todos os estados
federados e o Distrito Federal. Para quê? Se todos vão continuar usando o CPF?
Em vez deste tal de RIC, o Ministério da Justiça deveria ter bolado um código
de barras ou QR informando o CPF do cidadão.
Bastava nome, CPF e código de barras ou QR. Eu me submeteria
até em fazer uma tatuagem. Em local decente e discreto, obviamente.
segunda-feira, 29 de maio de 2017
No Shopping
Mauri
Mrq
Ele
envelheceu no shopping. Sempre o via serelepe, realizado, sem aparentemente
demonstrar qualquer dissabor em sua existência. A suposta felicidade vinha em
doses diárias circulando em cada canto do centro de compras Amazonas Shopping.
Sua bebida preferida eram todas, de acordo com o gosto da companhia que dividia
a mesa ou mesmo para aplacar sua solidão, sendo sempre explorado: até CD
patrocinou para um pseudocompositor bicho-grilo baré.
O
tempo foi passando e Liano firme e forte na sua perambulação diária no
Shopping. O nome Liano, dado por sua mãe, foi em razão de querer ter tido uma
filha, mas quando varou para o mundo, não contou conversa, a tão desejada Lia
foi transformada em Liano.
Ter
conhecido um juiz quando era ajudante de serviços gerais, lhe abriu algumas
portas. O juiz utilizava o Foro do Tribunal de Justiça para sua prática
boiolística na conquista de jovens besouros, e, numa oportunidade dessas, Liano
se tornou um.
Liano
conquistou a confiança do Juiz que lhe comprou Diploma de Curso Superior numa
dessas Faculdades particulares de Manaus, para em seguida entrar pela janela no
Tribunal com promessa de efetivação, que veio com promoção.
Sempre
que me via quando ia ao Shopping, acenava, nada mais que isso. Mas, naquele dia
ele acenou me chamando, convidando para tomarmos um trago. A bebida chegou,
brindamos, de repente ficou mudo, vermelho; em seguida, caiu, batendo com a
cabeça na mesa ao lado, sua dentadura voando, sua boca murchando, o corpo roxo
no chão: um infarto fulminante.
Deduzi que ele morreu desse jeito na minha frente para que concluísse este conto da
vida dele no Shopping.
domingo, 28 de maio de 2017
sábado, 27 de maio de 2017
sexta-feira, 26 de maio de 2017
exercício nº 11
Zemaria Pinto
As nuvens do fim de tarde
desenham
ícones no firmamento. Os
pombos
adejam sobre prédios e
automóveis.
O centro da cidade é uma
fratura,
uma explosão latente, uma
agonia,
prefiguradas na selvagem
selva
dos homens-árvores, dos
homens-pedras
amanhados em lavras de
betume.
Caminho errante pelas
ruas úmidas,
entre as ruínas do que um
dia fui,
catando sobras do que
tenho sido.
A noite faz-se em brilhos
e rangidos
furiosos, enquanto as
avenidas
escorrem lentamente de
meus olhos.
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Morte rejeitada: busca da vida
João Bosco Botelho
A necessidade incontrolável
de dar sentido à vida, diferente da dos outros animais, e minimizar a dor determinada
pela morte de entes queridos, está expressa com transparência em todas as
culturas, materializando como opostos a saúde e a doença. A primeira, sinônimo
de vida, ficou ligada ao bem, bom, belo; a segunda, compreendida como mal,
ruim, feio, antecipando o falecer temido.
A pulsão inata para
desvendar a forma visível, em especial a do corpo, sadio ou doente, dotado com
propriedades sensíveis de comunicar-se e locomover-se, para fugir da dor, pode
ser considerada como a arqueologia que materializa a vontade atávica para
viver! É verdadeira em si mesma, porque dá forma ao viver, num movimento
metafórico, composto pela presença da carnalidade da pele quente, pela
realidade dos sentidos, da respiração e do ritmo cardíaco.
Atinge e entrelaça o ser no
mundo por meio de reconstruções. O novo surge dessas reconstruções, em muitas
circunstâncias, oferecendo consistência ao pensamento que transforma e
consolida a consciência-de-si do corpo sadio ou do corpo doente.
O conjunto sociocultural,
presente na memória, adquirida e transmitida geração após geração, desempenhou
papel de extrema importância nas mentalidades. Os atuais saberes ocidentais, em
parte marcados pela influência cultural greco-romana amalgamaram esse
patrimônio, perdido nos confins enigmáticos do tempo indivisível.
A pólis, organizada à
semelhança do corpo saudável, passou a ser compreendida como organismo vivo. Ao
contrário, o caos social era sinônimo de doença. O político competente era
aquele que curava a sociedade doente. No mesmo patamar, o juízo de valor das
condutas fora estabelecido utilizando as emoções humanas como parâmetro.
No mundo das crenças
religiosas a passagem da saúde à doença, implicando risco à vida, funcionando
como opostos, tem sido comunicada às sociedades pelo sacerdote, o representante
da divindade. De modo geral, esses especialistas do sagrado confessam serem
incapazes de compreender a vontade divina, limitando-se a obedecer e implorar a
misericórdia, por meio dos ritos específicos para abrandar a ira
transcendente.
O poder de curar pessoas e
sociedades e adivinhar com antecedência os infortúnios, evitando as doenças,
para melhor organizar determinado grupo social, oferecendo a saúde e adiando a
morte, tem sido historicamente utilizado pelo poder político como mecanismo ora
de coesão, ora de dissolução social.
O sofrer e a morte da pessoa
amada determinam sofrimento e transtornos em diferentes níveis do corpo,
trazendo incontáveis sinais físicos de desconforto, variando em cada pessoa. Os
sistemas nervosos, central e periférico, liberam substâncias que alteram o
ritmo biológico e estabelecem a baixa global da defesa imunológica.
A ansiedade, entendida como
sensação de perigo iminente, interferindo na sociabilidade das pessoas, aciona
outras perturbações nos ciclos do sono, da fome, da sede, da libido e da
afeição, ainda pouco compreendidas.
O lento avançar da melhor
compreensão molecular identificou a substância GABA (ácido gama-aminobutírico),
como o principal neurotransmissor, inibitório do sistema nervoso central. É
possível afirmar, sem estar cometendo equívoco, que a maior parte das
incontáveis trocas químicas processadas em cada instante nos tecidos está
voltada para manter o ser vivo e atenuar, temporária ou perenemente, as
sensações desagradáveis e perturbadoras.
Desse modo, parece lógico
pressupor que as atitudes específicas usadas no enfrentar da adversidade
temida, minorando o sofrimento do homem e da mulher, tenham sido valorizadas e,
continuamente, aperfeiçoadas pela ordem social, por trazerem resposta de
bem-estar, para manter a vida, sempre!
quarta-feira, 24 de maio de 2017
terça-feira, 23 de maio de 2017
Muita chuva. Isso é bom?
Pedro Lucas Lindoso
Chove
sempre na Amazônia. Às vezes chove muito. As pessoas estão preocupadas porque o
rio está transbordando. A cheia do Rio Negro para este ano, em Manaus, que
atinge o pico em junho, deverá alcançar mais de 29 metros, segundo avaliações
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, recentemente publicadas nos
jornais.
Dizem
que muita chuva não é muito bom. Quando alguém diz: chega! Está bom! Deve-se
parar. Está o suficiente. O suficiente é bom? Está mesmo bom de chuva? Deve
mesmo se pedir para parar de chover?
Ouvi na
televisão que houve substancial aumento no volume das chuvas este ano.
Obviamente que isso influenciou a cheia dos rios amazônicos.
Comenta-se
também sobre um fenômeno meteorológico conhecido como “La Niña”. Esse fenômeno
seria o responsável pelo aumento da quantidade de chuvas na nossa região.
Chuvas que atingiram as Cordilheiras dos Andes e também a nossa Amazônia. Com
certeza então essa tal de "La Niña" é uma garota peruana, ou melhor,
quéchua!
Continuo
a minha meditação: Será que muita água é bom?
Gosto
do vocábulo bom quando ele significa algo útil para nós, seres humanos. Gosto
do sentido bíblico da palavra bom. Quando Deus criou o mundo e viu que tudo era
bom. Está lá no Gênesis. E penso mesmo que o mundo é bom porque tudo parece ter
sido feito e colocado com sabedoria. E grande arte. Sem querer repetir, e já
repetindo, a frase feita de que a natureza é perfeita.
Ouvi de
um sacerdote, citando São Basílio, que: "A água impregna de sua vitalidade
a planta, dando-lhe possibilidade de revestir-se de cores".
Mas até
a água em demasia pode não ser bom. Os rios da Amazônia estão transbordando.
Isso não é bom. Ou é?
Mas
“Deus viu que tudo era bom”. Sendo assim tudo nele é colocado com sabedoria e
arte. E se Deus existe e está vivo, dotado de livre vontade porque é vivente,
tem o poder de fazer o que escolhe para fazer. Deve, portanto, escolher o que é
bom.
Assim,
vamos nos alegrar com a abundância das águas que transbordam os rios de nossa
região. Se acontecem as cheias todos os anos é porque é bom.
domingo, 21 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Nasce uma estrela: Polaris
Quando a
palavra dominante é crise, três
jovens, de 21 a 24 anos, desafiam a lógica do mercado, que já derrubou tantos
grandes – locais e nacionais – e lançam, hoje, uma nova editora, inicialmente,
apenas virtual: Polaris.
Polaris é a
estrela que guia os viajantes, ou que guia seus sonhos. E é exatamente isto que
a Editora Polaris quer ser: uma nova
referência para escritores e aficionados por leitura. Com o objetivo de
promover novos autores por meio da produção, publicação e venda de e-books, e
eventualmente livros impressos, a Polaris se lança no mercado editorial
disposta a ser a estrela do Norte que trará, ao grande público, as mais
diversas obras literárias.
A equipe
inicial é composta por Rebeca Barbosa, 21, Designer e Pós-Graduanda em
Marketing, Publicidade e Propaganda; Letícia Pinto Cardoso, 24, Licenciada em
Letras e Mestranda em Estudos Linguísticos; e Guilherme Mateus, 24, formado em
Análise de Sistemas.
Segundo
Rebeca Barbosa, CEO da nova empresa, “a ideia surgiu quando a vontade de
publicar um livro por uma editora local se tornou difícil. Eu vi muitos amigos
tentando publicar seus textos em editoras da região, mas recebendo apenas
respostas negativas, sempre quis poder ajudá-los, sempre fui apaixonada por Design
Editorial desde a universidade, porém, tinha medo de começar. O mercado no
Brasil exige muito dinheiro e preparação. Conheci o Guilherme, que botou o
maior gás no meu sonho, e disse: ‘Vamos fazer!’ Foi então que entrei em contato
com a Letícia para iniciarmos a busca por autores regionais e nacionais.
Ela
acrescenta ainda que “trabalhar no mercado editorial é um sonho desde muitos
anos atrás, é muito importante fazer parte disso. O livro, o jornal, a revista,
são materiais que deixaram de ser meras publicações e começaram a se tornar
objeto de desejo para muitos consumidores.”
Para a editora
Letícia Pinto Cardoso, “o mercado editorial é um agente importante na formação
de cultura, nas discussões que interessam à sociedade, ou até mesmo as que são
negligenciadas. Entendemos o livro não apenas pelo apreço que temos por seu
valor cultural, sentimental, mas ainda como um produto social. Aliás, estamos
produzindo romances com protagonistas lésbicas, porém que vão além deste rótulo
da orientação sexual, porque nós também queremos alcançar o público LGBT, mas sem
os apelos comuns, queremos apresentar material, histórias de qualidade, com que
possam se identificar, e nós faremos isso!”
Letícia
completa dizendo que o mercado “ainda está crescendo nessa área, mas o fator
acesso à Internet e as facilidades que um livro digital tem, desde os baixos
custos, acesso ao consumidor, até as opções de leitura, são fatores que nos
levaram a querer investir nisso.”
Questionados
sobre a pouca idade e experiência do grupo, Rebeca afirma que “apesar de
jovens, vamos entregar tudo em alta qualidade para todos os escritores que
fecharem conosco. Temos experiência em produção de livros, eu já fiz diversos
serviços de diagramação e algumas capas para a Valer, enquanto a Letícia trabalhou, e ainda trabalha, com revisão
de textos. E mesmo com a concorrência, e o espaço que ocupam, estaremos em
vertentes diferente das outras editoras.”
Perguntada
sobre como será esse início, Rebeca Barbosa responde com segurança:
– e-books
são nossa carta na manga. Estaremos recebendo materiais de escritores locais e
nacionais para serem analisados, oferecemos a publicação gratuita, com todos os
requisitos, como o registro na biblioteca nacional, lançamento, eventos online,
marketing do livro, acompanhamento editorial, tudo o que um livro tem direito,
sem tirar nem pôr. Estamos também preparando uma área exclusiva para nossos
escritores, como uma rede social, mas direcionada apenas para eles – é uma
forma de mantermos sempre contato e atualizações entre nós, autores e Editora. E
vamos trabalhar com livros impressos sim, esse é o nosso maior objetivo depois
dos e-books.
O analista
de sistemas e diretor de tecnologia Guilherme Mateus fala de outros planos:
– Também
queremos estrear em breve nossa biblioteca online, ela já tem nome, se chamará Labstore, na qual os leitores poderão
ter acesso aos nossos livros por uma pequena taxa por mês (a ser definida). A
inauguração ainda não tem data, mas está prevista para o segundo semestre deste
ano. Em nosso site também teremos loja on-line (onde estarão todos os títulos
de nossa editora, tanto e-books quanto impressos), Blog (com dicas de escrita,
artigos, resenhas, consultoria com revisores e mais).
A editora
Letícia adianta que escritores do sul e do sudeste do Brasil já estão em fase
de negociações com a Polaris, assim como alguns autores de Manaus. Ela ressalta
que qualquer um pode submeter o material diretamente no site: www.editorapolaris.com.br.
Sobre o
endereço físico da editora, o grupo tem planos para um futuro próximo, mas
antes quer conquistar novos autores e o coração dos leitores, para depois
pensarem numa base física da Editora. Isso é uma característica da estrela
Polaris que, de tempos em tempos, se contrai e depois se expande, variando seu
brilho nesse processo. Da mesma forma a Editora Polaris:
– Daremos
alguns passos que agora parecem pequenos, mas que são a base para um caminho
mais longo – e belo!
Para saber
tudo sobre a Polaris, além do site, acompanhe
nas redes sociais:
Contatos:
contato@editorapolaris.com.br
Rebeca
Barbosa – CEO e Diretora de Design – (92) 99212-8454
Letícia Cardoso
– Editora e Diretora de Conteúdo – (92) 98271-3152
Guilherme Mateus
– Diretor de Tecnologia – (92) 99252-6942
Marcadores:
Guilherme Mateus,
Lançamentos,
Letícia Cardoso,
Rebeca Barbosa
Harmonia de Hipócrates com deuses e deusas
João
Bosco Botelho
Mesmo com o grande avanço para entender a saúde e a
doença como partes do corpo, com textos claramente dirigidos para retirar dos
deuses e deusas a primazia da cura, não ocorreu ruptura violenta com as ideias
e crenças religiosas que conviviam com as mentalidades da época. É possível que
essa conciliação cautelosa de Hipócrates e de outros médicos da escola de Cós,
reconhecendo a importância da materialidade das doenças sem atacar o panteão taumaturgo,
em especial, o deus Asclépio, tenha contribuído para que Hipócrates evitasse o
mesmo destino de Sócrates.
Segundo a mitologia grega, Asclépio era filho de Apolo e
da ninfa Coronis. Apolo matou Coronis e entregou o filho aos cuidados do
centauro Quiron, famoso médico, que instruiu Asclépio na arte de curar e na
delicadeza dos movimentos das mãos do cirurgião. Finalmente, Asclépio
consolidou-se nas mentalidades como o principal deus protetor da Medicina e dos
médicos. Em sua homenagem foram construídos muitos templos. O mais famoso deles
é o de Epidauro, na ilha de Cós, cuja reconstrução arqueológica mostrou salões,
vestiários e alojamentos para médicos e doentes, salas de banho e teatro para a
recreação.
É certo que a figura do médico, como especialista social,
dependente das crenças e idéias religiosas tenha chegado aos gregos com poucas
mudanças, oriunda de tempos muito anteriores. Quando a Escola de Cós estava no
apogeu e Hipócrates reconhecido como autoridade médica, havia harmoniosa
convivência entre a Medicina de Hipócrates e as práticas de curas dos
sacerdotes do templo de Asclépio. Como comprovações destacam-se as estelas de mármores
encontradas no templo de Epidauro com inscrições de agradecimento a Asclépio
pela cura obtida.
É pertinente, mais uma vez, assinalar que o conjunto
teórico atribuído a Hipócrates e aos seus discípulos, mesmo obtendo importantes
avanços em comparação às práticas médicas das cidades-reinos do Egito e da
Mesopotâmia, não provocou explicitamente ruptura com as crenças e idéias
religiosas do panteão grego. Essa situação de convivência harmônica entre
médicos e os sacerdotes de Asclépio despertou interesse e recebeu críticas
ácidas, como as atribuídas a Aristófanes, que encenava ridicularizando o sacerdote
de pouco escrúpulo.
O juramento do Tratado
Ético de Hipócrates começa com a clara aliança com os deuses e deusas: “Eu juro por Apolo, médico, Asclépio, Hígia e
Panaceia, por todos os deuses e todas as deusas...”. Essa posição, de
modo espetacular, atravessou os séculos, sendo mantida em diferentes formas até
hoje.
A análise
do conteúdo ético do juramento de Hipócrates constitui claríssima conduta com o
objetivo de evitar a prática médica prejudicial aos doentes, semelhante ao
código de Hammurabi, porém sem a agressividade punitiva babilônica.
quarta-feira, 17 de maio de 2017
terça-feira, 16 de maio de 2017
Teatro Alienígena - leitura performática
Como sernambi
Pedro Lucas Lindoso
A vida nos seringais do
Amazonas não é fácil. Nunca foi. Meu avô Zacarias foi dono de seringal. Ele e
seu irmão, tio Carlos, vieram do Maranhão e se instalaram no rio Madeira, em
Manicoré.
A lida do seringueiro é completamente diferente de qualquer
outro “homem do campo”, como se diz no sudeste. Aqui, não há campos, há
floresta! Por volta das onze da noite, o seringueiro acorda. Antes de se
embrenhar na mata, toma um café com beiju. Então vai cortar seringa. Para se extrair o látex são feitas incisões na
casca das árvores. O corte é inclinado para permitir o escoamento da seiva. O leite
da seringueira é colhido em pequenas canecas afixadas na extremidade inferior
do corte. Esse trabalho termina geralmente por volta das três horas da
madrugada. Lá pelas seis da manhã, o seringueiro volta para colher o látex.
Depois de recolher o produto das canecas, começa o
trabalho de defumar. Na época de meu avô
o seringueiro trocava sua produção por gêneros alimentícios. Era o sistema de
aviamento. Meu avô era generoso. O mesmo não se pode falar do tio Carlos. Ele
sempre dizia que as bolas de seringa do caboclo não valiam o bastante. Não
pagava o aviamento como deveria. Tio Carlos era mau. Mantinha os seringueiros
atrelados a uma dívida impagável. A uma eterna servidão.
Tio Carlos, dizem, ainda abusava das caboclas. Foi
assassinado numa revolta. Mutilaram seu corpo e rogaram praga a sua
descendência.
O labor do seringueiro é muito duro. É um trabalho
noturno e dentro da selva, com seus imensos perigos e desafios. O seringueiro
só descansa depois de almoçar. E vai dormir nas tardes quentes e chuvosas em
seu tapiri, como é chamada a cabana dos caboclos amazônicos. Depois irá acordar
no meio da noite e cortar, novamente, seringueiras na mata, até de madrugada. E
recolher novamente o látex e defumá-lo. Dia após dia.
Existem basicamente três tipos de borracha: a fina, a entrefina
e a sernambi. Essa é nada mais nada menos do que o resíduo de látex que cai no
solo e se mistura na terra. É resto. Borracha de segunda categoria, refugo,
rebotalho. Ainda há muitos seringueiros perdidos na Amazônia. Estão esquecidos
pelo poder público. Desprezados ou tratados como SERNAMBI.
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Sérgio Cardoso é eleito para Academia Amazonense de Letras
O
dramaturgo, pintor e cineasta Sérgio Cardoso foi eleito, no último sábado, para
a cadeira n° 2, de Euclides da Cunha, anteriormente ocupada pelo pintor, poeta
e folclorista Moacir Andrade.
A AAL
ainda tem uma cadeira vaga, a de n° 40, de Paulino de Brito, ocupada até recentemente
pelo contista e cronista Francisco Vasconcelos. O edital de inscrição para essa
vaga ainda não foi lançado.
domingo, 14 de maio de 2017
sábado, 13 de maio de 2017
sexta-feira, 12 de maio de 2017
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Concerto na Academia - Recital Camerístico com a OBA
Dia 13 de maio, sábado, às 19h. Entrada franca. A AAL fica na rua Ramos Ferreira, 1009, esquina com Tapajós. |
Boa e má prática médica
João Bosco Botelho
Com o sedentarismo avançando,
no Neolítico, importantes modificações foram se processando nos grupos sociais
que habitavam as terras férteis da Mesopotâmia e do Egito. Aquelas sociedades
absorveriam parte da experiência acumulada dos saberes. Nessa fase, ocorreu o
início da modificação da economia produtora, passando do nível de subsistência
coletiva à concreta divisão do trabalho, com o aparecimento do excedente de
produção e das trocas comerciais, tornando as sociedades francamente
hierarquizadas. Também surgiram as propriedades privadas, que possibilitaram os
assentamentos duradouros e evoluiriam às primeiras aldeias.
As cidades se formaram nas transformações,
e, simultaneamente, se estruturaram social e politicamente, gerando o
aparecimento das civilizações regionais.
Entre elas, destacaram-se
aquelas que ocuparam as terras próximas dos rios piscosos e obtiveram
significativos avanços na guarda territorial e poder de guerra: a babilônia e a
egípcia. Esses povos, mesmo mantendo importantes diferenças, decididamente
influenciaram, direta e indiretamente, as culturas posteriores.
As civilizações regionais
assimilaram, ao longo de vários milênios, diferentes formas de governos,
predominando o teocrático de regadio e mercantil-escravista. Sob vigilâncias hierarquizadas,
moldaram a ação da prática médica.
As guerras contínuas ofereciam
saques, escravos e territórios, robustecendo a propriedade e a escravidão.
Durante os conflitos deve ter havido a participação dos médicos;
principalmente, no manuseio das feridas traumáticas e amputações cirúrgicas dos
membros dilacerados.
O corpo humano também foi
manuseado nos rituais religiosos para a conservação após a morte. Essa conduta
alcançou níveis de alta sofisticação entre os egípcios, sem que representasse
avanço no conhecimento da anatomia. Mesmo com a clara diferenciação entre os
que manuseavam o corpo com fim religioso e outros que tentavam entender e
nominar as doenças, em torno de 3.500 anos, já estava estabelecida a figura
social do médico como um dos especialistas nas relações sociais.
A atividade médica deveria ser
intensa, suficiente para gerar conflitos frequentes, determinando mal-estar
social e obrigando o legislador intervir. O rei Hammurabi (1728-1688 a.C.), da
Babilônia, dedicou vários parágrafos do seu famoso código para disciplinar a
Medicina, impondo prêmios e castigos. Nos parágrafos 218 a 223, está claro que
o médico era reconhecido e ocupava espaço importante nas relações sociais numa
sociedade claramente hierarquizada:
218 – Se um médico fez em um awilum (homem livre em posse de
todos os direitos de cidadão) uma incisão difícil com uma faca de bronze e o
causou a morte do awilum ou abriu o nakkaptum (arco acima da sobrancelha) de um
awilum com uma faca de bronze e destruiu o olho do awilum: eles cortarão a sua
mão;
219 – Se um médico fez uma incisão difícil com uma faca de bronze
no escravo de muskenum (intermediário entre o awilum e o escravo) e causou a
sua morte: ele deverá restituir um escravo como o escravo morto;
220 – Se ele abriu a nakkaptum de um escravo com uma faca de
bronze e destruiu o seu olho: ele pagará a metade do seu preço;
221 – Se um médico restabeleceu o osso quebrado de um awilum ou
curou um músculo doente: o paciente dará ao médico 5 ciclos (40 gramas) de
prata;
222 – Se foi filho de um muskenum: dará 3 ciclos (24 gramas) de
prata;
223 – Se foi um escravo de um awilum: o dono de escravo dará 2
ciclos (16 gramas) de prata.
O Código de Hammurabi iniciou
o processo laico impondo sanções que devem receber os médicos pela imprudência,
imperícia e negligência e os honorários diferenciados, de acordo com o
estamento social do doente.
quarta-feira, 10 de maio de 2017
terça-feira, 9 de maio de 2017
Como em trocas e troços
Pedro Lucas Lindoso
Quando eu era menino morava na
Rua Henrique Martins, no Centro de Manaus. Vez por outra, era mandado comprar
alguma coisa necessária na cozinha ou aviamento para costuras. Havia a
mercearia do Seu Malaquias, no canto com a Rua Rui Barbosa. Na outra esquina,
com a Rua Barroso, tinha o Seu Pinto. Em geral ouvia a seguinte recomendação de
minha mãe:
– Traga o troco.
Isso significava que eu não
poderia comprar nem bombom nem bola de gude, nem tampouco tomar um guaraná ou
fazer qualquer outro gasto. Apropriar-me do troco seria falta grave e motivo de
ficar de castigo.
Desde que a Prefeitura
reajustou a passagem de ônibus para R$3,80, há polêmica entre usuários de
ônibus e trocadores. Parece que falta moeda na cidade de Manaus.
Estive nos Estados Unidos
recentemente. Em uma compra de $4,11 dei uma nota de $5,00 e recebi exatos $0,89
centavos de troco. Lá é assim. Não falta moeda. E as moedas têm nome. Um
centavo chama-se “penny”; cinco centavos, “nickle”; dez centavos, “dime”, e
vinte e cinco centavos, “quarter”. Uso sempre um porta-moedas para guardá-las. Deve-se
economizar em reais, quanto mais em dólares.
Antes de ir para o aeroporto,
de volta para o Brasil, estive numa farmácia para usar as moedas americanas.
Havia quase seis dólares em moedas. Ainda ficaram $0,48 centavos de dólares.
Quatro “dimes” e oito “penny” no meu porta moedas. No aeroporto fizemos um
lanche que custou $10,10. O troco de R$11,00 foram exatos noventa centavos de
dólares. Somados aos $0,48 que estavam no porta-moedas, eu entrei no avião com
$1,38 em moedas americanas.
Antes de pousar em Manaus, um
anúncio da American Airlines convidava os passageiros a doar seu troco para a
UNICEF. Um comissário passou recolhendo as doações. As minhas moedas
juntaram-se a outros trocos e somaram-se a milhares de dólares anualmente
destinados a projetos da UNICEF. Trata-se de órgão das Nações Unidas com
atuação junto a crianças em vários países, inclusive no Brasil. Achei que devia
doar o meu troco de $1,38. Essas moedas de trocas iriam se perder nas minhas
gavetas. Junto a outros troços. Lembrei-me de minha mãe. Não fiquei com o
troco. Não gastei o troco e nem trouxe o troco!
Em Portugal usa-se a palavra
troco no plural. Trocos. Pronuncia-se com “o” aberto, como em trocas e troços.
domingo, 7 de maio de 2017
sábado, 6 de maio de 2017
sexta-feira, 5 de maio de 2017
exercício nº 1
Zemaria Pinto
As horas passam como cães
na noite
sobre o meu corpo de
ervas verticais,
mesclando sons, ruídos
ancestrais
ao silêncio do quarto. O
forte açoite
do vento prenuncia a
tempestade.
Relâmpagos inventam
sombras tortas
nas paredes de formas
natimortas:
uma forca, um punhal, uma
deidade
pagã. Em meu peito um
animal freme,
se agita, as mãos
crispadas sobre o torso
nu, já não fala,
balbucia, geme.
Buscando sonhos numa
busca vã,
meu corpo explode em
derradeiro esforço,
nos murmúrios convulsos
da manhã.
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Intervenção curadora do homem
João Bosco Botelho
A palopatologia dos fósseis
mostra que os homens e mulheres pré-históricos estavam sujeitos às doenças semelhantes
às que nós, na atualidade, continuamos enfrentando. A fratura traumática
constituiu uma das doenças mais frequentes nos fósseis estudados; em algumas
delas, foram confirmados sinais evidentes de infecção do osso, a osteomielite,
lembrando as encontradas nos hospitais de hoje.
Também se comprovou a
existência de doenças não traumáticas, como a gota das cavernas, uma espécie de
reumatismo. O pólen de Nenúfar, designação de diversas plantas da família das
ninfeáceas, capazes de determinar reação alérgica nos dias atuais, existe desde
o Pleistoceno Médio, isto é, há mais de 100.000 anos. A tuberculose óssea na
coluna vertebral, problema médico em muitos países, inclusive no Brasil, está
documentado no esqueleto de homem do período Neolítico, constituindo, sem
dúvida, o primeiro exemplar médico dessa doença.
A ocorrência de moléstias na
pré-história é indiscutível. Porém, interessa conhecer como os homens
primitivos iniciaram a luta para controlar a dor, conservar a saúde e empurrar
os limites da vida. Desse modo, é importante relembrar que certos animais,
quando feridos, lambem os ferimentos; outros mamíferos, promovem limpeza mútua
dos pelos e comem plantas que provocam vômitos. É provável que o homem
primitivo tivesse se comportado da mesma maneira: lambendo o machucado e
pressionando o local para interromper a hemorragia.
Perdura a questão da
existência de ritual mágico, na pré-história, ligado às concepções míticas, na
busca de cura das doenças. Na gruta de Trois Fréres, nos Pirineus franceses,
está a pintura rupestre de um personagem em movimento de dança, datando de 10.000
anos, travestido de cervo, em atitude que sugere uma espécie de ritual,
semelhante à dança dos bisões, dos índios do norte dos Estados Unidos, e a dos
índios tukanos, no norte do Amazonas, ambas utilizadas em cerimônias
simbolizando o poder animal na cura das doenças.
O conjunto das informações
paleopatológicas, no Neolítico, sugere fortemente a gradual incorporação de
métodos empíricos estruturando a ação intencional do homem sobre outro homem.
Essas atitudes são algumas vezes agressivas, como a trepanação do crânio –
abertura dos ossos do crânio. Essa extraordinária prática é facilmente
comprovada por meio do estudo dos fósseis. E mais, alguns desses homens
pré-históricos submetidos a essa cirurgia sobreviveram muito tempo, comprovado
pelo crescimento do osso cortado.
É interessante assinalar,
sem que existam explicações plausíveis, que as trepanações, realizadas no
Neolítico europeu, também foram executadas até o século 16, em sociedades que
não tiveram contato interétnico, como as da Polinésia Francesa e as do
altiplano peruano pré-colonial.
Fora da dúvida de porque as
craniotomias foram realizadas, não se pode negar que representou algo
absolutamente extraordinário, na medida em que uma parte do corpo, o conteúdo
do crânio, foi exposto intencionalmente, desvendando o escondido atrás da pele.
Essa demonstração explícita
de poder – o homem intervindo no corpo de outro homem – resultaria em grande
destaque no grupo social. Respeitando as devidas proporções, essa relação de
dominação do curador sobre o objeto da sua prática, o doente, sob alguns
aspectos, perdura até os dias atuais como um dos instrumentos da atávica fuga
da dor e a preservação da vida. Pode ter sido um dos pilares sustentadores que
edificaram o homem primitivo no processo de assimilação dos saberes para evitar
a dor e a morte, capaz de impulsionar o ímpeto para desvendar o invisível, como
primeiro passo ao aperfeiçoamento da linguagem e da transmissão dos saberes.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
terça-feira, 2 de maio de 2017
Quem protesta é intelectual
Pedro Lucas Lindoso
Em governos neoliberais,
geralmente os trabalhadores não têm muito o que comemorar no dia 1º de Maio.
Dia do Trabalhador. Pelo menos tivemos mais um generoso feriadão. A
segunda-feira foi emendada com o fim de semana. Muito mais do que um feriado, a
data tem por objetivo refletir sobre direitos adquiridos e cidadania.
Parece consenso, não só nos
livros de História como no “Google”, que a origem e as manifestações começaram
em 1886, em Chicago. Houve greve geral. Esses protestos ficaram conhecidos como
a “Revolta de Haymarket”. Os trabalhadores reivindicavam a redução da carga
horária de trabalho.
Minha professora de História
Jael Reis nos ensinou que no século 19 o 1º de maio foi uma data bastante usada
para manifestações operárias. Não só nos EUA, mas também na França e em outros
países da Europa. O dia foi comemorado na Suécia pela primeira vez em 1890, com
manifestações e desfiles. Nos Estados Unidos e Canadá, o Dia do Trabalho é
conhecido como Labour Day e é celebrado na primeira segunda-feira do mês de setembro.
O fato é que a data
tornou-se o Dia Internacional dos Trabalhadores, sendo feriado em numerosos
países do mundo. Havia desfiles e grandes comemorações em Moscou, na extinta
União Soviética. Por razões políticas óbvias não poderia haver essas comemorações
nos Estados Unidos, que, como já dito, comemora-se o dia do Trabalho na
primeira segunda-feira do mês de setembro. Na terça começa o ano letivo nas
escolas americanas. Na Austrália, o dia de celebração varia de acordo com a
região.
Para os brasileiros é o dia
de celebrar a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio
de 1943, por Getúlio Vargas. A CLT está incorporada à Constituição de 1988, mas
parece que os ventos neoliberais querem acabar com a lei ou modificá-la
significativamente,
O Brasil costumava comemorar
o aumento do salário mínimo nesse dia. Mudaram a data. Muitos sindicatos fazem
festa. Alguns sindicatos patronais colaboram.
Birobiro, presidente do
Sindicato dos Picolezeiros do DF e Entorno, festeja a data com cervejada e
churrascada. Há distribuição de brindes. Faz um grande bingo e sorteios de
passagens para o Rio de Janeiro. De preferência, em meio a um grande show com
cantor da hora. E viva o feriadão!
Birobiro, parafraseando
Joãozinho Trinta, diz que companheiro trabalhador gosta é de festejar, quem
gosta de protesto é intelectual.
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