Amigos do Fingidor

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Portugal para principiantes 19


De volta a Lisboa: 
Casa Fernando Pessoa, edifício onde o poeta ocupou um quarto, 
de 1920 a 1935. Trata-se de um espaço cultural com finalidades múltiplas, 
entre as quais a de museu.

Detalhe da entrada da Casa. Clique sobre a imagem, para ampliá-la.

Curioso documento – em português, francês e inglês – datado de 1928,
informando que seu portador é “empregado no comércio”.
Como sua função era de tradutor e redator comercial,
imagino que o documento tenha relação com essa atividade.

Os óculos de Pessoa.

A máquina de escrever do poeta.

Retrato de Pessoa, em data indefinida, por Rodriguez Castañe.

Primeira versão do retrato que Almada Negreiros fez de Pessoa, em 1954.

Uma das muitas canalhices de Fernando Pessoa: o livro que envergonha sua
bibliografia – O interregno: defeza e justificação da dictadura militar em Portugal,
de 1928. Mentem os que dizem que Pessoa publicou apenas um livro em vida,
Mensagem, de 1934 – além das plaquetas, em inglês, publicadas entre 1918 e 1922. 

Escrivaninha de Pessoa, com destaque para um mapa astral,
ou coisa que o valha, do próprio autor.

O quarto de Fernando Pessoa, reproduzido como talvez fosse.

Um trocadalho do carilho, de extremo mau gosto (a dedicatória à noiva Ofélia,
em uma foto em que o poeta aparece praticando seu esporte preferido),
virou nome do boteco anexo à Casa Fernando Pessoa.

Para compensar, o acesso ao boteco, reproduzindo originais de Pessoa,
é de muito bom gosto...

Fotos e texto: Zemaria Pinto.


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

AAL encerra homenagem ao centenário de Djalma Batista com sessão solene, nesta sexta-feira


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Linguagem e luta pela vida


João Bosco Botelho

É possível teorizar que os ancestrais do homem afastaram as fronteiras da morte fazendo-se curadores e modificando as relações do binômio saúde-doença em outro membro da comunidade, por meio da linguagem e de ações específicas: parar a hemorragia após ferimento de caça e tratando as fraturas.
O Homo sapiens surgiu em torno de 40.000 anos e é razoável deduzir que possuía algum tipo de linguagem oral.
As pesquisas sobre a formação da linguagem nos nossos parentes mais próximos, os chimpanzés, e nos mais distantes, os gorilas, não foram muito esclarecedoras. É possível que os primeiros cheguem a entender algumas palavras ou mesmo frases, mas a estruturação do pensamento pela linguagem oral ficou aquém da expectativa.
Existem diferenças no tamanho e no formato dos cérebros dos ancestrais distantes e o do homem, perfeitamente perceptíveis pela impressão deixada pelo conteúdo cerebral da porção interna dos ossos dos crânios fossilizados.
O tamanho do cérebro dos hominídeos que viveram há 2,5 milhões de anos era, sem dúvida, menor que o do homem moderno. O Homo habilis, que viveu há um milhão de anos, tinha o cérebro duas vezes maior que os atuais chimpanzés, mas com o mesmo tamanho do corpo. Somente com a evolução, que culminou com o Homo erectus, há cerca de 500 mil anos, ocorreu o impulso definitivo no tamanho do cérebro.
O atual tamanho e função do sistema nervoso central já estavam definidos, provavelmente, nos últimos 100 mil anos.
      O registro arqueológico das ferramentas data de 2,5 milhões de anos. Evoluíram das rudimentares, de pedra e osso, aos machados de diferentes tipos, com elementos de simetria que permaneceram até 200 mil anos atrás, quando foram introduzidos novos componentes: lascas de pedras retiradas e manuseadas com detalhes, datando de aproximadamente 40 mil anos.
   É dessa época que datam as comprovações arqueológicas dos sepultamentos rituais com a cabeça do morto voltada ao nascente, acompanhado com alimentos e instrumentos de caça, pressupondo existir a crença no renascimento após a morte.
A grande e insuperável preocupação do homem com a morte é fixada a partir dessa época, quando o morto era acompanhado de coisas que faziam parte do seu cotidiano, para ajudá-lo na suposta nova vida após a morte.
Essa atitude de essência não material, transcendente, se reproduziu nos milhares de anos, culminando com a fantástica elaboração da morte idealizada pelos egípcios com a construção das pirâmides e a mumificação dos mortos, que, no seu conjunto, tinham como função a preparação do morto para a imaginável vida depois da morte.
Foi nessa busca incessante pela vida e na incompreensão da morte que o homem começou a interferir no curso das relações sociais, objetivando aumentar o seu tempo de vida por meio de medidas alternativas, quase sempre estritamente ligadas à compreensão mítica da realidade.
É provável que já estivessem consolidadas algumas ações curadoras nas comunidades pré-históricas. Existem comprovações nos fósseis encontrados: o fêmur transfixado com a ponta de uma lança, em torno de 10 mil anos, que sobreviveu muito tempos após o ferimento, comprovando a inequívoca existência de um ou mais membros do grupo que tratou e alimentou o ferido. 
Por outro lado, a incompreensão dos fenômenos naturais, da própria origem da vida e da morte, pode ter sido decisiva à duradoura associação à interpretação mágica da realidade, talvez gerando um complexo conjunto de crenças e ritos transmitidos às gerações futuras.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Fantasy Art - Galeria


Dying Succubus.
Adrian Bordan.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Canção de Fé e Esperança



Só na rabeta



Pedro Lucas Lindoso

Um baiano chamado Isaquias Queiroz ganhou três medalhas na modalidade canoagem nas Olimpíadas do Rio. Esporte responsável por distribuir medalhas em 16 categorias. No Remo são 14 disputas de medalha. Oito provas no masculino e seis no feminino.
Há uma toada de boi muito bonita, apesar de ser do boi contrário, chamada “Saga de um canoeiro” que diz: “Da tua canoa de tantas remadas. Já vai canoeiro. Sou, sou, sou, sou canoeiro. canoeiro, vai!”.
A pergunta que não quer calar: Onde estavam os nossos caboclos canoeiros que não foram às Olimpíadas?
Na antiga Manaus, para chegar aos bairros de São Raimundo e Educandos tinha que se pegar catraia. Pequenas canoas rústicas remandas por fortes e atléticos caboclos catraieiros.
Com certeza há muitos Isaquias remando pela Amazônia. Remar contra os rios Solimões e no Madeira só para caboclo muito forte e bom de remo. Na década de setenta, o Amazonas se destacava na regata. Meu amigo Raimundo Alcides Lima, o Cidinho, foi diversas vezes campeão da Copa Norte de Regata, disputada em Salvador.
Hoje as canoas são dotadas de rabetas. Houve um governador que distribuiu muita rabeta para os caboclos. Rabetas e motosserras. Em épocas de eleição há farta distribuição de rabetas pelo interior do estado. Todo mundo sabe disso, principalmente o Ministério Público e os juízes eleitorais. Outro dia em classificados de jornal uma grande loja anunciava: Compre Motor Rabeta com as melhores promoções do mercado. Aproveite!
Será que por conta das rabetas não existem mais canoeiros como os de antigamente?
Soube que no Município do Careiro, próximo a Manaus, havia um campeonato de canoagem. Por que não é divulgado e apoiado? A Confederação Brasileira de Remo (CBR) é o órgão responsável pela organização dos eventos e representação dos atletas de remo no Brasil. No Amazonas com certeza há uma federação.

Seria interessante treinar uma grande equipe de caboclos canoeiros para a Olimpíada de Tóquio. Ou vamos ficar só na rabeta?

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Os ciclos ficcionais da borracha e a formação de um memorial literário da Amazônia


Clique sobre a imagem, para ampliá-la.
Para adquirir o livro de Rafael Voigt Leandro, em edição limitadíssima,
faça contato com o próprio autor:
rafaelvoigt@gmail.com ou (61) 99256-0969 (incluindo WhatsApp).

Preço: R$ 30,00 + frete.

domingo, 25 de setembro de 2016

Manaus, amor e memória CCLXXXIII


Praia do Mercado, com o Adolpho Lisboa ao fundo, à esquerda.
Se observarem bem, a esculhambação não mudou em nada, nos últimos 50 anos.

sábado, 24 de setembro de 2016

Fantasy Art - Galeria


Norman Duenas.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Portugal para principiantes 18


Portal da vila-fortaleza de Monsaraz.

É absolutamente injustificável a presença de automóveis 
dentro de Monsaraz – mas que os há, os há.

A beleza de Monsaraz, vilipendiada pela vil presença de um automóvel. 

Impossível perder-se em Monsaraz.

Caminhos de pedras: pedras, para que vos quero?

Porta alternativa.

Arquiteturas que se fundem com o tempo: 
os registros mais antigos da construção de Monsaraz datam do século XIV.

Fresco = Afresco.

Todos os caminhos levam ao Castelo.

O Castelo de Monsaraz, de cuja torre vigiavam-se as ações do invasor, 
alertando-se as povoações do entorno.

O caminho de volta.

Monsaraz e seu Castelo, com o olhar do ir-se, talvez para nunca mais.

Fotos e texto: Zemaria Pinto. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

AAL prossegue homenagem ao centenário de Djalma Batista


Veja a programação do dia 24 de setembro.
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Arqueologia do curador



João Bosco Botelho


O homem contemporâneo pertence à subespécie Homo sapiens, que possui características exclusivas entre mais de quatro mil e duzentas espécies de mamíferos existentes no planeta: bípede, pelado e transforma a natureza ao sabor da sua vontade. Ele se envaidece de possuir o maior cérebro entre todas as espécies: 1.500 gramas no adulto jovem, basicamente, especializado em receber e estocar informações e enviar ao corpo as instruções para manter a vida.
Coordenadas pelo cérebro, a fuga da dor e a busca de mecanismo para empurrar os limites da morte estão entre essas funções essenciais do homem. No intervalo de tempo entre o início e o fim da vida, convive com a certeza da doença e da morte. Nas poucas dezenas de anos que consegue viver, gasta grande parte na procura incessante da saúde e do prazer.
Depois de estabelecidas ao longo de milhares de anos as relações saúde-doença e vida-morte, o homem desenvolveu e acumulou conhecimento objetivando o equilíbrio entre esses dois binômios, favorecendo o aumento do tempo de vida.
Essa construção da ontogênese é recente se comparada aos anos que o homem existe, e, provavelmente, representa a mais importante especialização que deu origem à procura do conforto e da saúde, e, em consequência, à sobrevivência.
Se pensarmos que somente um por cento das espécies antes existentes conseguiram permanecer vivas, nada pode garantir que o homem viverá na Terra indefinidamente. Esta afirmação é tão verdadeira como é o comportamento destruidor que o homem sempre teve, capaz de determinar alterações significativas em quase todos os sistemas ecológicos do planeta, formados ao longo de milhões de anos.
O que talvez mais contribua para esta atitude desorganizadora da natureza seja a idéia falsa da imutável estabilidade do mundo. Nada pode ser mais enganador.
O processo que culminou com o homem contemporâneo foi lento. Há 600 milhões de anos a vida começou e ficou restrita aos mares nos 400 milhões de anos seguintes. Seguiu-se o aparecimento e o desaparecimento dos répteis gigantes, período que durou 200 milhões de anos, sendo acompanhado de significativas alterações na fauna e na flora marinhas em consequência do aumento da salinidade nos mares. Os últimos milhões de anos foram marcados pela gradativa ascensão dos mamíferos até o aparecimento dos nossos ancestrais mais distantes: Australopítecos, 2.500.000 anos; Homo habilis, 1.000.000 anos; Homo erectus, 500.000 anos; Homo sapiens neanderthalensis, 100.000 anos; Homo sapiens, 40.000 anos.
O cuidado com a saúde pode ter começado em qualquer ponto dos últimos 40.000 anos e certamente se iniciou na fuga da dor e na procura do conforto. A retirada de espinhos e parasitas da pele em forma individual ou coletivamente com a ajuda de outros membros da comunidade pode ser considerada a primeira forma de cura. Esta assimilação de conduta social foi fundamental ao desenvolvimento e à sobrevivência.
O espaço de tempo, cerca de 40.000 anos, no qual a nossa espécie está vivendo, foi suficiente para a transformação predatória da natureza, mas insuficiente para o homem compreender que ele é somente uma espécie biológica, como foram outras que desapareceram. 
Os estudos dos fósseis neolíticos evidenciam preocupação pelo conforto físico e para aumentar o tempo de vida. Esses fatos teriam provocado a especialização de alguns membros do grupo, que se interessaram por esses problemas concretos: a arqueologia do curador.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Bisavós da Velha Jaqueira



Pedro Lucas Lindoso

A turma de 1976 da Faculdade de Direito da Federal do Amazonas comemorou os 40 anos de formatura em alegres e festivos eventos, na primeira semana de agosto. A iniciativa foi de Oldeney Sá Valente, com a colaboração efetiva de Waldir e Silvana Santos, Paula Valério e Lucirene Oliva Resende, dentre outros. Parabéns pela incrível capacidade de reunir pessoas com afazeres e ocupações tão diversas. Não é fácil.
Celio Cruz (cantando “Candeias” numa bela canja), Lourdinha Archer Pinto e eu fomos os privilegiados convidados de Auta Madeira, que veio de Brasília especialmente para o que os americanos chamam de “class reunion”. A Dra. Auta trouxe taças personalizadas que serviram para um emocionante brinde ao som de “Champagne”.
Além dos Desembargadores Aristóteles Thury, Sabino Marques e Heraldo Froes Ramos, este último de  Rondônia, e do imortal da Academia Amazonense de Letras, Marx Carpenthier, há uma plêiade de ilustres operadores do direito, como Ruth Paes Barreto, Inis Salgado Lameiras, Jacob Benzecry, Ilka de Fátima, Rômulo Araújo (o Don Juan da turma), Lúcio Alberto, dentre muitos outros.
Sempre nessas reuniões recordam-se fatos envolvendo os professores. Muitos mestres foram lembrados e reverenciados. Lourdinha Archer Pinto formou-se depois, mas também foi aluna do Professor Almir Dantas, um dos professores mencionados. Lourdinha contou que, inadvertidamente, ficou descalça em aula do Professor Almir. Um grupo de colegas (hoje, ilustres magistrados) escondeu o sapato de Lourdinha atrás do aparelho de ar condicionado.
A nossa querida cinderela às avessas foi socorrida pelo Professor Almir Dantas. Um gentleman, segundo ela. Com toda a sua autoridade informou à turma que “ninguém sairia e todos levariam falta se não devolvessem o sapato da Dra. Maria de Lourdes”.

Papo vovô: Minha nora, Bruna Dantas Lindoso, é neta do Professor Almir. Consequentemente, minha netinha, Maria Luísa é bisneta de Almir Dantas. O meu pai, José Lindoso, foi professor catedrático, antes de tornar-se político e ir para Brasília. Maria Luísa, portanto, é bisneta de dois inesquecíveis mestres da velha Jaqueira. É possível que Maria Luísa se torne operadora do direito seguindo a tradição da família. O futuro dirá.

domingo, 18 de setembro de 2016

Manaus, amor e memória CCLXXXII


Os velhos ônibus de madeira, transitando pela Eduardo Ribeiro.

sábado, 17 de setembro de 2016

Fantasy Art - Galeria


Adrian Bordan.
Prostitute in Paris.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Portugal para principiantes 17


Vestígios romanos, no Centro de Évora.

Ruínas de um banho público (termas) do período romano,
encontradas no edifício onde funciona a Câmara Municipal de Évora. 

Detalhe das termas romanas de Évora.

Mais detalhes das termas.

Laconicum: sala circular, de nove metros de diâmetro, 
destinada a banhos quentes e de vapor (é o que diz a placa, ao fundo). 

As arquiteturas de séculos se fundem para preservar a memória.

Monsaraz, Museu (a céu) Aberto.

Com menos de mil habitantes, Monsaraz é uma vila medieval, 
no topo de uma colina, tendo o rio Guadiana a separá-la de terras espanholas.

O Castelo de Monsaraz, sentinela atento.

O vilarejo visto por quem chega.

Do outro lado do Guadiana, terras de Espanha, o milenar inimigo, 
único país a fazer fronteira com Portugal.

A fronteira, vista de Monsaraz.

Fotos e texto: Zemaria Pinto.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

AAL promove centenário de Djalma Batista


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Os limites da cura



João Bosco Botelho

A busca teórica do limite da matéria viva onde o normal transforma-se em doença, se é que existe a doença e o normal, complica ainda mais no momento em que resgatamos da física quântica a aplicação da partícula-onda à Medicina.
Ao decompor a célula considerada doente, por exemplo, a célula cancerosa, chega-se ao binômio partícula-onda, no qual, teoricamente, não é possível admitir as mesmas qualidades tanto no átomo oriundo da célula normal quanto no da célula doente.   
A resistência à igualdade entre as partículas-ondas é estruturada na manifestação da vida, oriunda da célula normal e da célula cancerosa, é observável de modo diferente.
Se aceitarmos que a física está correta, isto é, o binômio partícula-onda tem qualidades iguais tanto na célula cancerosa quanto na sadia, a doença seria uma manifestação da vida. Caso contrário, se for uma imprecisão da física, tornar-se-ia imperioso repensar a doença com conteúdo diferente do binômio partícula-onda, por essa razão, observada de modo diverso do da saúde.  
  Como a análise retrospectiva induz à crítica, é importante refletir sobre os limites da cura de ontem e os de hoje. Se formos capazes de rir dos conceitos teóricos hipocráticos, do século 4 a.C., não devemos esquecer que, presumidamente, no futuro, a Medicina do século 21 será motivo de zombaria.
Ao longo de quarenta anos como médico e professor, tendo realizado mais de setenta mil consultas e cinco mil cirurgias, mesmo com o domínio das publicações internacionais recentes, não raras vezes, me senti incompetente para diminuir o sofrimento dos doentes, especialmente, nos cânceres sem resposta ao tratamento.
Entre esses doentes, após explicarmos as grandes limitações da Medicina, alguns nos perguntavam sobre a busca de tratamentos alternativos. A nossa resposta continua sendo a mesma: os limites da cura são imprecisos.
As correntes que ligam as expressões de cura com o conjunto social, tanto no espaço profano quanto no sagrado, mostram-se tão sólidas que impulsionam a certeza de serem tão fortes quanto a cor da pele ou qualquer outra característica física determinada pela mensagem genética.
Nunca é demais repetir que a Medicina oficial está longe de compreender a questão fundamental dos saberes médicos: em qual dimensão da matéria o normal se transforma em patológico, se é que existe normal e patológico.
Extraordinariamente, esse fato nunca esmoreceu a luta dos médicos contra a dor e morte prematura.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Fantasy Art - Galeria


Gabriel Moreno.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Tranquilo que nem um grilo



Pedro Lucas Lindoso

Convivo com jovens. Melhor, com aqueles que se tornaram adultos há pouco tempo. A minha geração é aquela dos que nasceram pós-segunda guerra. Não havia roupa de marcas e “herdava-se” um casaco, algumas roupas, livros e material escolar dos irmãos mais velhos. As famílias eram de muitos filhos. Hoje quem tem mais de um casal de filhos é excêntrico.
“De boa na lagoa”, me diz um jovem profissional, que se recusa a casar numa idade em que já tinha meus dois filhos. Hoje muitos não precisam se apressar para casar. Namorar hoje em dia é como, dizem, “suave na nave”.
No tempo em que se dizia “é uma brasa, mora”, namorava-se. Mas o namoro com meninas de família tinha limites. Namorava-se, como diz meu amigo advogado, o Dr. Chaguinhas, “lato senso”. Para se namorar “estrito senso”, segundo o Chaguinhas, tinha que casar, ou pelo menos ficar noivo.
Essa nova geração parece bem mais preparada. Do ponto de vista das habilidades é capaz de usar “high tech” com facilidade. Encontraram desde jovenzinhos acessos facilitados à cultura e bons colégios. Aprendem línguas em cursos multimídia.  Conhecem lugares do mundo em viagens de intercâmbio e em férias, que outras gerações morreram sonhando em ir por lá.
Mas parece que estão sempre com pressa. Antigamente esperávamos uma semana para ter fotos reveladas. Mas agora tudo é mais fácil. Talvez alguns achem que a vida é mesmo muito fácil.
Mas não é. Ninguém nasce herdando toda a felicidade do mundo. Os problemas do cotidiano fazem parte da vida. Não precisa acreditar que a vida é “um vale de lágrimas”, mas não se pode auto enganar-se de que estamos longe de sofrimentos e dor.
Todos nós temos que conquistar as coisas com muito trabalho e muita coragem. Sem esquecer de que as conquistas devem e precisam ser pautadas em princípios éticos, em exercícios diários de cidadania. De preferência buscando sempre o caminho da honestidade.
É ótimo estar “de boa na lagoa”. Quem não gosta! “Suave na nave”, então, é maravilhoso. Mas infelizmente não se vive o tempo todo “tranquilo que nem um grilo”. Infelizmente.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Da velhice



O ruim da velhice é você se achar mais jovem do que realmente é. Mas ridículo mesmo é insistir em parecer mais jovem do que aparenta.


(João Sebastião – poeta nefelibata, filósofo de boteco, profeta do caos – vendo a vida pelo retrovisor trincado e embaçado de um auto imóvel, sob uma tempestade tropical) 

domingo, 11 de setembro de 2016

Manaus, amor e memória CCLXXXI


Cine Avenida, na Eduardo Ribeiro.
O filme  No velho Chicago ou Uma cidade em chamas  é de 1937.
A foto deve ser do ano seguinte em diante.


sábado, 10 de setembro de 2016

Fantasy Art - Galeria


The Poison Garden.
Marta Dahlig.