Pedro Lucas Lindoso
Quando
menino tive medo do Curupira. Hoje ele um herói para mim. Esse simpático e
controvertido ser mitológico, habitante da floresta amazônica, protege as plantas e os animais dos
caçadores. Para evitar caça ou derrubada de árvores de forma predatória, o
Curupira faz as pessoas se perderem na mata.
Ele tem
os pés invertidos. Sempre confundiu os caçadores e predadores. Hoje é o terror
de pessoas que usam motosserras para desmatamentos ilegais.
Quando
soubemos que o Curupira foi escolhido como mascote da COP30, com seus cabelos
de fogo e os pés voltados para trás, tive a certeza que vai representar mais do
que uma figura lendária: ele é símbolo da proteção, da resistência e do
respeito à natureza.
Na
nossa cultura, o Curupira é aquele que defende as árvores, os animais e os
rios. Ele não fala, mas seu silêncio é um grito de alerta.
O
Curupira representa um chamado à consciência de todos os povos, de que a
floresta, nossa fonte de vida, precisa de vigilância e amor. Afinal, qual o melhor
símbolo para uma conferência que visa salvar o clima do que um protetor que
vive na essência da Amazônia.
Ao
escolher o Curupira, a organização do evento mostra que quer um resgate da
nossa identidade e uma homenagem aos nossos heróis invisíveis. É uma esperança
de que a luta não seja apenas de cientistas e políticos, mas de todos nós, que
carregamos a floresta em nossas raízes.
Se o
Curupira pudesse falar, talvez dissesse: “Não deixe que minha casa se perca.
Proteja o verde, preserve a vida.” E, neste momento, ele não é mais apenas uma
lenda, mas um símbolo vivo de resistência e esperança. Que sua figura inspire
ações concretas, que a sua coragem nos lembre que, juntos, podemos virar o jogo
e garantir um futuro mais justo e sustentável para as próximas gerações.
Porque,
no fundo, o que o Curupira nos ensina é que proteger a natureza é proteger a
nós mesmos. É manter viva a esperança de um planeta equilibrado, de florestas
preservadas e de vidas respeitadas. E, na COP30, essa mensagem ecoa forte e
clara, como os passos voltados para trás do guardião, que nos chama à atenção
para aquilo que realmente importa: nossa casa comum, a Terra.
Que o
Curupira, símbolo da resistência e da esperança, nos inspire preservar o que há
de mais precioso: a vida em toda sua diversidade e beleza. A ideia de escolher
o Curupira como mascote é genial. Como genial é o próprio Curupira.
Para saber mais sobre o Curupira, clique aqui.