Amigos do Fingidor

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


Amazon.
Nadrojwobrek.


terça-feira, 30 de outubro de 2018

Um norte para Manaus



Pedro Lucas Lindoso


O lugar mais lindo e rico da Itália é o norte. A região mais próspera dos EUA é o norte. O Canadá é um dos países mais simpáticos do continente. Fica ao norte da América do Norte. Um dos lugares mais fantásticos do planeta é a Escandinávia. Terra dos vikings, museus e fiordes. Fica no norte da Europa.
No Norte do Brasil temos a maior biodiversidade e os maiores tesouros minerais da terra: nossa Floresta Amazônica.
Quando se está perdido o que procuramos? Um norte é claro!
Todo menino escoteiro sabe o que é uma bússola. É um objeto de orientação geográfica cuja agulha magnetizada sempre aponta para o Norte.
Então vamos lá! Em direção à Zona Norte de Manaus!
Quando eu era menino, o lugar mais longe em Manaus era o Japiim para o leste e a Ponta Negra para o oeste. Ao norte ficava Flores. Tudo que ficava além do Boulevard era longe, muito longe.
Foi no governo de José Lindoso que Manaus começou a se projetar para o norte. A Cidade Nova foi criada na década de 1980. A primeira etapa, conhecida como Cidade Nova I, foi entregue no dia 23 de abril de 1981, data em que se comemora o seu aniversário.
Sugeriram ao governador que batizasse o local de cidade Lindoso. Ele recusou. Como advogado, José Lindoso tinha ciência do princípio da impessoalidade da Administração Pública. O princípio implica na neutralidade da atividade administrativa. Os logradouros, bairros e avenidas pertencem ao povo e não às famílias de quem está temporariamente no poder. Em 1981 ainda não havia a restrição do § 1º do art. 37, da Constituição Federal de 1988, que proíbe que constem nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades.
Tudo era muito longe. A Avenida Torquato Tapajós era uma via estreita. O comércio girava em torno de onde hoje é o terminal. Havia uma só feira e a frota de ônibus era bem precária. Uma densa floresta permanecia intacta em torno do bairro. Ninguém queria morar por lá. Era considerado muito distante do centro de Manaus.
Hoje a Cidade Nova é um dos bairros que mais cresceram em Manaus.  É marcado por um bom Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Lá existem diversos condomínios, comércios e áreas de lazer. Destaca-se o parque Sumaúma, criado em 2003, com cerca de 50 hectares. A área é bem aprazível e possui várias espécies da fauna e flora amazônicas.  Na Cidade Nova há também grandes empresas de informática, comunicação, agências de publicidade, agências de automóveis e comércio geral e diversificado. O bairro possui bons restaurantes e um grande shopping center. Há boas escolas e hospitais bem como agências de todos os grandes bancos brasileiros.
José Lindoso faleceu em Brasília em 1993. No ano de 2010 o Governo do Estado houve por bem denominar uma das principais vias de acesso à Cidade Nova de Avenida Governador José Lindoso. A homenagem é justa porque foi o governador que deu um norte a nossa querida cidade de Manaus.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Zona de Guerrilha Franca



Zemaria Pinto


252 – Não poderia haver cena mais ridícula: o Capitão Farofa e seus seguidores, de mãos dadas e olhos cerrados, acompanhando a oração puxada pelo Malta, o magno (que nome, meu chapa! que nome!).

253 – Lá fora, a malta ensandecida agredia mulheres e LGBTs.

254 – Parte da malta, uma deputadinha branca e cristã, conclamava ao ódio, da maneira mais covarde – incitando crianças e adolescentes a denunciar, a dedurar seus próprios professores:



255 – A “escola sem partido” tem partido, sim: o partido (ops) da deputadinha.

256 – Essas ações da malta ainda estão longe das “promessas” do Capitão Farofa: à maneira do assassino Figueiredo, “prender e arrebentar” quem for contra seu governo; banir ou fazer apodrecer na cadeia os “marginais vermelhos”; implantar a ditadura no primeiro dia de governo (o réveillon vai ser deprê).

257 – Quem sobreviver verá.

258 – Quero dar um recadinho aos amigos (parentes incluídos, porque se o parente não é amigo, dane-se): não me afastei de vocês por causa de política ou de eleição – afastei-me porque vocês são fascistas e eu não quero acordo com fascistas.

258 – Seria insuportável conversar com vocês achando que estão gravando minhas palavras, para depois mandar a algum clone da deputadinha acima.

259 – Melhor continuarmos distantes: façam de conta que morri; pois para mim vocês morreram há meses.

260 – Ah, eleitor brasileiro, eleitor-gado, foste contagiado pelo ódio que os brancos cristãos endinheirados sempre tiveram pelo PT e pelo Lula.

261 – O Capitão Farofa, um semianalfabeto, vai governar para eles, a elite, não para ti, que logo logo sentirás na tua pele negra, parda ou cafuza que as coisas mudaram pra pior.

261 – O Nordeste, por ter eleito governadores comprometidos com a causa popular, sentirá menos o efeito devastador da política econômica do Postipiranga, isto se ele não for preso antes; mas pra ferrar o povo, estoque de bandido é o que não falta.

262 – A batalha foi perdida, mas a luta continua. O preço da liberdade é a eterna vigilância – frase conservadora, mas que se adapta ao momento que vivemos: enquanto pudermos, vamos denunciar; enquanto for possível, vamos lutar. Mas não no campo deles – como disse o sumido Mourão, “quem entende de violência somos nós”. Eles.

263 – O Capitão Farofa é um corrupto assumido, cercando-se de outros corruptos – taí o Lorenzoni que não me deixa mentir. No próximo São João, estaremos discutindo o impeachment do Capitão Farofa.

264 – Afinal, arrogância deixa rastos.

265 – Só não consigo prever como o supremo Toffoli vai conduzir o bacanal. Vai chamar o Dória? Falar nisso, o povo paulista...

266 – Será que o Pelé tinha razão?



domingo, 28 de outubro de 2018

Manaus, amor e memória CCCXCII


Museu do Paço, antiga sede da prefeitura de Manaus.

sábado, 27 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria

Pearl of Africa.
Guan Weixing.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Autobiografia po(é/lí)tica



Zemaria Pinto

Para Luna, Rafael, Pietra e Aimée:  
que o Brasil de vocês seja melhor que o meu.


Eu tinha 7 anos quando meu pai,
que sempre chegava com a luz do sol,
entrou na sala alumiada pelo candeeiro
– Eles tomaram tudo, espancaram e prenderam inocentes.

(Aquela noite insana
iria se alongar
em nossos corações
por mais 21 anos.)

Eu tinha 10 anos quando soube
da morte do Che, pelos jornais.
Da mesma forma, depois,
de Marighella e Lamarca.

Aos 13 anos, li as Memórias do velho Graça
e os Subterrâneos do Cavaleiro Jorge,
e escrevi poemas que clamavam
por liberdade de expressão.

Aos 18, faculdade:
me embriaguei de debates,
passeatas, concentrações,
entre outras rebeldias.

Aos 25, um novo partido,
com a cara de trabalhadores,
mudava a cara da política
que dominava o país.

Aos 28, sem Diretas Já,
vi, passivo, um pusilânime
conduzir o sonolento gigante
à beira do precipício.

(Carol nasceu na ditadura;
Paloma, com a democracia;
Amanda, com a Constituição.
O sol brilhava sem pudor.)

Aos 32, começou a jornada
da jovem estrela vermelha:
três eleições perdidas,
três tristezas renascidas.

Aos 45, afinal,
com Lula e Dirceu à frente,
a alegria da vitória
de um governo para o povo.

Durante 14 anos,
sem medo de ser feliz,
o povo tomou a frente
e a miséria foi vencida.

Foram muitas as batalhas,
as derrotas foram muitas,
até que se deu o golpe:
fomos tirados à força.

Prenderam Lula, prenderam,
sem qualquer prova cabível,
a esperança do povo:
mas jamais esmorecemos.

Aos 61, agora,
a esperança refloresce,
na fala sóbria de Haddad,
na solidez de Manu.

(Maria, que ama o rosa e o vermelho,
nada sabe de esperança,
mas canta todos os jingles
que a mãe Tainá lhe alcança.) 

Não temos um adversário;
temos, sim, um inimigo:
nazifascista, misógino
homofóbico e racista.

Vamos vencer pelo voto,
arma do povo prudente,
cantando numa só voz:
– Lula livre, Manu vice
e Haddad presidente!


Zemaria Pinto – nascido sob o governo socialdemocrata de JK, tem 19 livros publicados, de poesia, ficção e ensaios. É eleitor-fundador do PT, desde 1982, quando votou em Oswaldo Coelho, seu professor de História no Colégio Ruy Araújo, em Manaus, que lhe ensinara que a vida que está nos livros é a vida que vivemos, todos os dias – somos nós, o povo, que construímos a História.


Encontros com a Dança, na Casa da Pamonha



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


Anette Tjaerby.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Ficar no canto



Pedro Lucas Lindoso


Tia Idalina me telefona, excitadíssima. Príncipe Harry e Meghan Markle vão ter um bebê. E explica:
– Deve nascer um principezinho muito lindo. A pele morena da mãe com os charmosos cabelos ruivos do pai vão renovar magnificamente o sangue real da Coroa Britânica. Os filhotes do Wiliam e Kate vão “ficar no canto”.     
O que é isso, tia Idalina?
– Ficar no canto é o que acontece com o caçula quando nasce mais um irmão. Serve para avós também. A rainha com certeza vai deixar os principezinhos de William no canto para paparicar o de Harry, ora, pois.
Nossos amigos Luzia e Francisco tinham os netos Isis, Natan e Sávio, quando chegou a princesinha Ester. A garotinha reinou absoluta e era o xodó de todos. Até a chegada de Lucca, filhinho de Isis e bisneto de Francisco e Luzia.
Luzia não admite que Ester tenha ficado “no canto”. Mas que o bebê Lucca, o novo príncipe da família, tem monopolizado a atenção de todos é um fato.
Procurei no Google “ficar no canto”. Não encontrei. Depois me lembrei de que muita gente da velha guarda usa a expressão. Além de tia Idalina é claro.  Então ficamos com a sua definição: nasceu um bebê na família, o mais novo “fica no canto”.
Idalina está desolada porque o filho de Harry e Meghan Markle não será príncipe. Só é príncipe os filhos do Rei (ou da Rainha), os netos e o primeiro neto do Príncipe de Gales, que é o herdeiro do trono.
– Mas mesmo assim, com a chegada desse bebezinho do Harry, a rainha Elizabeth vai deixar todos no canto. Profecia da tia Idalina.
Como o Brasil é uma República podemos chamar nossos filhotes e netos de príncipes e princesas sem qualquer restrição.
Tenho uma netinha que é uma verdadeira princesinha. A Maria Luísa.
Aguardamos ansiosos a qualquer tempo a notícia de um primo ou prima ou mesmo um irmãozinho para Maria Luísa.
Vamos amar muito os próximos netos, com certeza. Mas não vamos fazer como a rainha da Inglaterra. Jamais vamos deixar a Maria Luísa “ficar no canto”.

domingo, 21 de outubro de 2018

Manaus, amor e memória CCCXCI


Sorveteria Pinguim, na Praça do Congresso.
Acervo: Frank Lima.

sábado, 20 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


Tim Okamura.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Zona de Guerrilha Franca



Zemaria Pinto


234 – Os ratos abandonaram o barco? Não, os ratos foram para a Europa, de avião. A ratazana Ciro, a catita gulosa Marina, a mucura FHC. Maresia, para eles, só em sentido figurado, esfumaçado.

235 – O barco de Haddad e Manu – o barco da democracia, do crescimento econômico, da educação para todos – segue de vento em popa e quilha empinada.

236 – Para quem ainda duvida da manipulação das pesquisas: lembra que, no primeiro turno, se divulgava a pesquisa cheia, incluindo nulos e em branco?

237 – Agora, para o segundo turno, só estão divulgando os válidos, o que dá, entre Haddad e o fascista onanista, uma diferença de 18 pontos. Uma farsa.

238 – Na pesquisa estimulada, nulos, brancos e sem resposta representam 11%, o que significa mais de 16 milhões de votos.

239 – O mais importante, entretanto, é que Haddad não precisa crescer 18 pontos, para tirar a diferença, mas apenas 10 pontos, o que o colocaria com 51%.

240 – Bastaria um debate, para desmascarar o canalha.

241 – E depois, vamos ouvir a velha cantilena: “o país está dividido...” O país sempre esteve dividido – repetindo Lula: “é nós contra eles”.

242 – E quem são eles? Os que sempre viveram em berço esplêndido; que dividem o país em castas (brancos e cristãos, de um lado; pardos, mulatos e negros de qualquer religião, de outro) e raças (sulistas e nordestinos, o que inclui o norte, claro).

243 – Eles ainda não assimilaram o fim da escravidão – e se autoproclamam cristãos, sem respeitar os mais elementares princípios cristãos.  

244 – E quem somos nós? Os que acreditamos que o país só pode crescer estimulado pelo trabalho pago em salário digno. Lembram que Lula se elegeu em 2002 com a promessa de elevar o mínimo a 100 dólares? Os idiotas de plantão, os Sardemberg da vida, diziam ser absurdo, o país iria quebrar. O salário chegou, nos governos do PT, a mais de 200 dólares. E, com Haddad e Manu, vai crescer mais ainda.

245 – Quem somos nós? Os que acreditamos que justiça social se faz com políticas sociais de médio e longo prazo, e não com esmolas natalinas. Os que acreditamos que os crimes históricos, como os cometidos contra os índios e os afrobrasileiros, devem ser reparados, sim, com políticas adequadas.

246 – Nós acreditamos que a educação e o emprego são as maiores armas para o combate ao crime, no longo prazo. E que o combate ao crime, no curto prazo, se faz com inteligência e não com violência; se faz com repressão, não com assassinato em massa.

247 – Eles acreditam que podem ganhar a eleição espalhando o terror das notícias falsas e fantasiosas; nós acreditamos que só o debate público pode esclarecer o eleitor desinformado.

248 – A suprema Rosa Weber parece uma barata tonta no meio do tiroteio: convoca representes das partes para promover a paz; só o lado da paz comparece. D. Rosa sorri amarelo e diz que não pode fazer nada. Ora, merda.

249 – Para o meu folclore particular. Ontem uma amiga me contou sobre uma conhecida velha, velha conhecida. Transcrevo o que ouvi de segunda mão: “aquela Marisa não morreu; tá na Europa curtindo a vida em euros”; “Lula não está preso, coisa nenhuma; tá na Europa com a Marisa, gastando o que roubou”. Entre outras sandices. Detalhe: a fulana é professora universitária, da UFAM, a universidade que o Lula salvou da sanha destruidora de FHC. Meu amigo Bacellar, se por cá estivesse, diria, entredentes: “professora universiotária...”

250 – A mentira é o alimento do ódio. A calúnia e a violência são dejetos do mesmo esgoto.

251 – Haddad presidente; Manu vice; e Lula livre.

Academia de Portas Abertas - último dia



quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


Marcia Batoni.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

Vivam os encaracolados!



Pedro Lucas Lindoso


Houve um tempo em que os homens podiam paquerar as moças sem medo de ser acusados criminalmente por assédio. Observavam-se os seios, as pernas, o bumbum e os cabelos.
As moças amazonenses geralmente têm lindos cabelos lisos e fartos. Mas há aquelas que brigam eternamente com seus cabelos. Quanta tolice.
Roberto Carlos tem uma canção linda em que diz: “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos / uma história pra contar de um mundo tão distante”.
Nada mais charmoso do que cabelos encaracolados. Pleonasticamente, em forma de lindos caracóis. Os gringos definem assim: “natural curly hair”. Cabelos naturalmente ondulados.
Minha prima Teresa Daou, quando garotinha, usava encantadores e misteriosos cachinhos.
A atriz Sonia Braga, quando jovem, tinha magníficos cabelos assim: levemente encaracolados. No papel de Gabriela, cravo e canela, chamou a atenção pela sua beleza escultural. Os seus lindos cabelos em caracóis encantaram o país e o mundo.
Porém, moça nenhuma jamais superou os longos castanhos escuros cabelos de Hermengarda Fonseca. Os cabelos de Menga Junqueira, como é carinhosamente conhecida em Manaus, eram não só longos, mas principalmente fartos e sedosos. Hoje, Menga é respeitável jornalista e formadora de opinião.
Hermengarda é dotada de inteligência e sofisticação ímpar. Mas seus cabelos encantaram o Amazonas e o Brasil. Menga foi nossa Miss Amazonas. Sem querer ser indelicado, devo dizer que era bem garoto. Jamais esquecerei aquela linda moça de cabelos longos, naturalmente ondulados. Menga, com toda dignidade e elegância, representava nosso estado no Maracanãzinho, esbanjando a beleza da mulher amazonense.
Naquela época, as moças não usavam essas escalafobéticas chapinhas. O máximo que faziam eram usar rolinhos chamados de “bobs”. Ou então faziam toucas nos cabelos, enrolando-os em grampos. Cobriam os cabelos com meias de nylon improvisadas.  Para depois soltá-los ao vento com graça e leveza.
Vejo com alegria que muitas mulheres estão abandonando as abomináveis chapinhas e aderindo aos cabelos ondulados.
Abaixo as chapinhas. Vivam os encaracolados!

domingo, 14 de outubro de 2018

Manaus, amor e memória CCCXC


Biblioteca Pública.

sábado, 13 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


Giselle Ukardi.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Zona de Guerrilha Franca


Zemaria Pinto


223 – O estado de bem-estar social se opõe ao estado opressor. O governo socialdemocrata se opõe ao estado totalitário-fascista.

224 – Inútil jurar fidelidade à Constituição quem, até outro dia, defendia a tortura e o assassinato de “comunistas”; quem afirma aos quatro ventos que “bandido bom é bandido morto”.

225 – “Bolsonaro sempre teve discurso autoritário. O PT nasceu e cresceu na democracia”. Estas aspas são da Sra. Miriam Leitão, a jovem guerrilheira comunista que virou uma velha neoliberal. Mas não perdeu a razão.

226 – O vendaval de votos no misógino-homofóbico-onanista – onde ele não ganhou houve fraude, claro – só se explica pela complexo de manada do lúmpem-eleitor.

227 – Pior que o eleitor-gado é aquele que se diz desiludido com a política, cujos votos – nulos ou brancos – diminuem a base de cálculo, favorecendo o fascista. São covardes, porque, não tomando uma posição, estimulam o voto, indireto, no fascismo.

228 – Mas muito pior que o eleitor covarde é o pseudo-intelectual, que se diz anarquista – ignorando o significado histórico dessa palavra – e sequer comparece para votar. Esses intelectuais de fachada, revoltados de mesa de bar, não passam de entreguistas de primeira hora, vassalos do que eles dizem odiar.

229 – E agora, Marina? Se o Bozo ganhar, ele não vai te chamar pra ser ministra do meio ambiente. Vai chamar a Kátia Abreu ou qualquer outro representante do agronegócio – que pode ser pop e top, mas é tóxico, como diz o Boulos.

230 – E o Ciro, bêbado, disse “ele não”. Agora, está com frescura. Eu explico: o PDT, que já teve Brizola e Darcy Ribeiro entre suas glórias, é um partideco de aluguel. Taí o Amazonino, dono da sigla no Amazonas, que, desde o primeiro turno, apoiou descaradamente o Bozonauro – que o rejeita porque o conhece.

231 – Por falar em glórias, o PPS, quem diria – e que vergonha, Sr. Roberto Freire. O PPS, que já foi PCB – de Prestes, de Marighella e de Gregório Bezerra, entre tantos – diz que vai ficar neutro. É outro partideco, de aluguel. Lembram qual era o partido do Braga, em 2002? Hoje está sob o chicote de Amazonino. Também.

232 – Bozonauro vai continuar se escondendo atrás da fina lâmina do Bispo. Hoje deveria ter debate tête-à-tête. Seria um massacre. Muito conveniente aquela facada. Muito conveniente.

233 – E enquanto isso, Marielle – mulher, negra, homossexual, ativista, tudo o que o Bozonauro mais odeia – continua assassinada. Há sete meses.  

Academia de Portas Abertas - programação deste domingo



quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


David Bromley.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Sir Bernardo Cabral



Pedro Lucas Lindoso


A nossa Carta Magna está completando 30 anos neste outubro. Houve avanços importantes nas questões de cidadania, liberdades públicas e direitos individuais e coletivos. A Constituição deu ao Brasil um norte em alguns temas fundamentais, como o Meio Ambiente e o Direito do Consumidor. Para nós, amazônidas, o advento do Direito Ambiental foi crucial. Vivemos na maior floresta tropical do planeta e ela precisa ser preservada. Para o povo brasileiro, o Código de Defesa do Consumidor é um marco histórico e civilizatório, advindo da vontade dos constituintes de 1988.
As crianças e os adolescentes são tratados com absoluta prioridade num país em que “menores” não tinham direitos. Hoje, nossos jovens são sujeitos de direitos e os idosos protegidos e salvaguardados em legislação própria e moderna. Outras minorias como indígenas, quilombolas e deficientes mereceram a necessária atenção dos valorosos constituintes.
O fortalecimento do Ministério Público e a criação da Advocacia Geral da União possibilitou a alavancagem de ações envolvendo direitos coletivos e difusos. Uma necessidade para o novo milênio.
A Constituinte foi uma vitória do povo capitaneada pelo grande e inesquecível Ulisses Guimarães. Mas jamais poderemos deixar de lembrar e homenagear o senador Bernardo Cabral. O amazonense ilustre que tão habilmente e com total eficiência e eficácia conduziu a relatoria da Constituição Federal de 1988.
Um verdadeiro trabalho de titã. Os titãs na Mitologia Grega foram os antepassados dos deuses do Olimpo. Cronos era um deles. O trabalho do Senador Bernardo Cabral envolvia Cronos, o tempo. E muita paciência e “savoir-faire” para administrar interesses e aleivosias entre gregos e troianos!
Dr. Bernardo carregou o piano da constituinte. Não qualquer piano. Mas um tão caro quanto o Steinway Model Z onde John Lennon compôs e gravou "Imagine".
Tive a honra de participar de sua equipe no Ministério da Justiça. Hoje faço parte da ACLJA – Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas. Casa de Bernardo Cabral.
Há um acervo no Museu da Rede Amazônica onde se pode ver parte das homenagens e títulos concedidos ao Dr. Bernardo Cabral. Uma ideia de Phelippe Daou, seu dileto amigo e nosso primo. Se o Senador Bernardo Cabral fosse súdito de sua Majestade a Rainha da Inglaterra, certamente teria o título de SIR – Cavaleiro Comandante do Império Britânico.
Possivelmente esta é uma das poucas honrarias que lhe falta. Aquele que não for cidadão do Reino Unido, mas que recebe o título, não pode usá-lo, ficando apenas como “Cavaleiro Honorário”. Mas nada obsta de que nós, povos da floresta, possamos lhe conceder tal honraria sem ser de forma honorária, mas definitiva. Ele merece.
Longa vida ao Sir Bernardo Cabral!

domingo, 7 de outubro de 2018

Manaus, amor e memória CCCLXXXIX


S. Sebastião, vista do adro do Teatro Amazonas.
À direita, o monumento à Abertura dos Portos.

sábado, 6 de outubro de 2018

Fantasy Art - Galeria


Leonard Okwoju.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Óscar Rmaos no ICBEU - Coletâneas da Memória



Academia de Portas Abertas




Em vista das eleições gerais, não haverá, neste domingo, o projeto Academia de Portas Abertas, que voltará, no próximo dia 14, encerrando no dia 21 de outubro.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Zona de Guerrilha Franca



Zemaria Pinto


202 – O jogo sujo sujou de vez.

203 – Escondido por trás do suposto atentado, o candidato fascista mesmeriza o eleitorado antipetista e produz verdadeiros milagres estatísticos na reta final da campanha para o primeiro turno.

204 – Repetem-se as mesmas manipulações de sempre, procurando iludir o lúmpen-eleitor, levando-o a votar no “já ganhou”.  

205 – O agora eleitorado fascista não está preocupado com a saúde da “frágil democracia brasileira” (como não se cansam de repetir os iluminados globais). Ligaram o botão do foda-se, e foda-se.

206 – O presidente Lula tinha razão: “é nós contra eles”.

207 – De um lado o candidato da esperança, de quem acredita que este país pode ser um país de oportunidades iguais para todos – e não apenas para uma elite branca e cristã. Boulos? Vera Lúcia? Não seria a primeira vez que o PSOL e o PSTU virariam as costas para o PT.

208 – Quase que eu escrevo Cavaleiro da Esperança – os mais velhos saberão porquê.

209 – De outro lado, sob a falsa liderança do fascista homofóbico e misógino – logo, onanista –, os falsos brizolistas do Ciro; os falsos sociais-democratas do Alckmin; os falsos preservacionistas da Marina; somados aos imbecis que acreditam no Amoedo e no Meirelles – que ficaram ricos vendendo cartões de crédito e extorquindo pequenos empresários desesperados.

210 – O que são os milagres estatísticos acima referidos? Alguém acredita que depois de todo o barulho do #EleNão o fascista onanista cresceria exponencialmente entre as mulheres?

211 – Nelson Rodrigues, de pura farra (ele dizia que polêmica “sempre dá um dinheirinho extra”), afirmava que “nem toda mulher gosta de apanhar – só as normais”. Parece que a normalidade é muito maior do que poderíamos supor nas hostes do fascista onanista.

212 – Mas a sujeira maior veio do Sr. Limpeza, ou Mr. Clean, como ele, um anglófilo, deve preferir: a divulgação da delação de Palocci, feita em abril e até hoje não divulgada “por insuficiência de provas”.

213 – Moro mostrou que é apenas um boneco de engonço a serviço da mais deslavada putaria política. Ele, que posava de vestal, mostrou que não passa de uma reles puta de tribunal – com todo o respeito às trabalhadoras prostitutas.

214 – Enquanto isso, na Sala de Justiça, os senhores supremos continuam batendo cabeça, como carneiros cegos e gordos que são. Levandóvisque manda; Fuckyou desmanda; Levandóvisque remanda; Tífode desmancha tudo.

215 – Pra quem apostava que Tífode era o PT no supremo, taí: o the supreme, que não foi aprovado nem pra juiz de comarca dos grotões, está cortejando o alto escalão militar, pronto para babar ovo e lamber bota, caso venha o golpe. Supremo golpe.  

216 – Um comentarista econômico tendo orgasmos múltiplos ao vivo e em cores: “a subida do Bozonauro nas pesquisas fez a bolsa subir e o dólar cair”.

217 – É mais um mito que tentam enfiar goela abaixo dos mal informados. A bolsa e o dólar são mercados especulativos, sensíveis a notícias fora do padrão. Para uma ação na bolsa se manter em alta, valorizada, entretanto, é preciso que a empresa esteja estável no mercado – e isso só acontece com consumo alto e crescimento econômico, itens que não constam da cartilha do Posto Ipiranga do onanista, que só vê o ilusionismo do neoliberalismo. Aliás, o liberalismo dele nem é neo, é velho mesmo.

218 – O básico do Posto Ipiranga do onanista é: privatizar o que resta; arrochar a política trabalhista (diminuindo seus “custos”) e arrochar a previdência. O que, aliás, o generalíssimo Jumento de Carga vive a repetir. Ou seja, facilitar a vida dos empresários, num primeiro momento, fodendo de vez a classe trabalhadora – que é a massa consumidora. Em outras palavras, os empresários vão viver de vender para os empresários, pois o povo consumidor está alijado dessa política velholiberal.

219 – Logo mais, à noite, tem debate. Bozonauro vai continuar se escondendo atrás da faca do Bispo. Ciro, Alckmin e Marina vão continuar batendo em Haddad, fazendo o jogo do onanista. Tomara que o Cabo vá (sei do cacófato), pelo menos ele é engraçado – mais do que o Meirelles, o Amoedo e o Coringa (como é mesmo o nome dele?) juntos.

220 – Haddad só tem que ser ele mesmo, jogando limpo com seus eleitores, mas sem recuar diante de prováveis agressões, mantendo a guarda alta e jabeando sem cessar.

221 – Lembrando o Comandante: “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”.

222 – Eu nunca li essa frase em nada do que o Che escreveu ou que escreveram sobre ele – e eu o leio há quase 50 anos. Mas, quando a poesia é melhor que a história, não há dúvida: ficamos com a poesia.


Excessos tecnológicos nas práticas médicas


João Bosco Botelho


As práticas médicas nos países do Terceiro Mundo, inclusive nos emergentes, desde os anos sessenta, ficou impregnada pelas teorizações de Engels, Flexner e Parsons. Os trabalhos acadêmicos ora primam para qualificar a dor como fruto da injustiça social, ora oferecem a máquina como solução para prolongar a morte temida.
Apesar de a maior questão dos saberes médicos não estar resolvida – em qual dimensão da matéria viva a doença começa a substituir a forma preexistente para transformar o normal em doença? –, os médicos oriundos da sedução marxista ou do tecnicismo exacerbado acreditam, perigosamente, na infalibilidade da medicina oficial, produzida nas universidades, e distanciam-se do doente. As intolerâncias dos dois segmentos forçaram o abandono da milenar tradição médica que valoriza a relação médico-paciente, explícita nos escritos da ilha de Cós, no século 4 a.C., como ponto de partida da boa prática para alcançar a cura.
As ordens médicas da doutrina flexneriana e do socialismo desmoronado, como ventos polares, aderiram ferozmente na maior parte dos médicos, entre os anos 1960 e 1980. Se, por um lado, os Relatórios Flexner concorreram para consolidar o ensino da medicina tecnológica, ligada às máquinas hospitalares, nos Estados Unidos e na Europa, e a publicação de Engels, que estudou as condições de vidas dos trabalhadores ingleses, remeteu à crítica dos abusos do capitalismo, ambos podem ser responsáveis pelo descrédito com que a ciência lidou, a partir de então, com o conhecimento historicamente acumulado valorizando práticas milenares de cuidados à saúde.
Entre as piores resultantes da tecnocracia médica se refletiu no abuso dos medicamentos e da hospitalização. O médico não precisaria conhecer o paciente, bastaria estabelecer o diagnóstico e prescrever o tratamento. Os testes laboratoriais, as imagens da tomografia computadorizada e ressonância magnética seriam confiáveis para garantir que as doenças, e não os doentes, responderiam de acordo com o esperado.
Na contracorrente da intolerância que afastou o médico do doente, algumas faculdades de medicina, especialmente, no Canadá, iniciaram os estudos para entender como as pessoas se relacionavam com as doenças e práticas de curas fora dos muros das universidades.
O trabalho desses críticos da exclusiva tecnocracia médica trouxe às academias os conflitos resultantes das relações profissionais com os dois sistemas de saberes: o mítico e o cientifico.
Ao contrário das afirmações de Flexner e Parsons, o controle das doenças sempre esteve além do social, magistralmente descrito pelos historiadores franceses Jacques Le Goff e Jean-Charles Sournia: “A doença não pertence somente à história superficial do progresso científico e tecnológico, mas à história profunda dos saberes e práticas ligados às estruturas sociais, às instituições, às representações, às mentalidades”.
É insuficiente entender a doença exclusivamente como consequência das agruras sociais. As evidências que apontam para a doença são dependentes do social e do genético para que os indivíduos possam fugir da dor e procurar o prazer. Cada pessoa possui incontáveis padrões específicos para identificar qualquer ameaça de dor.
Muitas dúvidas quanto à possibilidade de o social causar alterações genéticas ficaram melhor compreendidas após os estudos do cientista Susumi Tonegawa, Nobel de 1987, esclarecendo como se dá a variação na ordem dos aminoácidos dos anticorpos produzidos nos linfócitos B.
Como efeito imediato dessas pesquisas, é possível afirmar que pelo menos parte da estrutura genética do homem é móvel, competente de desenvolver, durante a vida, infinidade de combinações gênicas adaptadas às necessidades vividas. Com essa certeza, é possível articular o elo entre a herança genética e a vida social.