Amigos do Fingidor

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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Marcileudas 7/7



Prisioneira em seu castelo,
a princesa conta os dias
para um príncipe encantado
em cururu transformado
vir resgatá-la dali.

No castelo o que não falta
é cururu dando sopa:
de tanto beijar os sapos,
a princesa agora ostenta
a flor de um câncer na boca...

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Marcileudas 6/7



Xana, xibiu, xoxota
xereca, concha, xavasca
priquito, racha, tabaca
vulva, vagina, vaso
borboletinha, buceta
cona, crica, bacurinha...


São nomes que identificam
a fonte do mel da vida.
Entre todos eu prefiro
o que melhor qualifica:
me devora, perseguida!

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Marcileudas 5/7



O trombadinha na esquina
deixa passar a velhinha
para então, como um felino,
tomar-lhe a bolsa e o cordão.

Na fuga, encontra uma Ronda,
que lhe dispara um balaço,
abrindo um baita buraco
na altura do coração.

O corpo no chão caído,
a velhinha se aproxima,
fazendo o sinal da cruz;
e com o dedo em riste aponta

o polícia matador,
balbuciando este mantra:
era só uma criança...
era só uma criança...

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Marcileudas 4/7



Pelas esquinas, meninas
e meninos fazem ponto.
Luzes, cores, gargalhadas,
carrões parando pra ver,
são todos muito felizes...
Quem quiser que escreva um conto.

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Marcileudas 3/7



Meninas não têm tino
meninos não têm juízo.
Álcool, maconha, coca
fazem parte da rotina:
quando a cabeça não pensa
o cu padece e amofina.

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Marcileudas 2/7



O menino aos 13 anos
descobriu que era menina.
Hoje aos 15 ele definha
lembrando com amargura
a única vez na vida
que transou sem camisinha.

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Marcileudas 1/7



Meninas não querem menos
do que o mais que eu posso dar.
Isso gera um descompasso
entre o dar por amor
e o receber para amar.

(Zemaria Pinto)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Marcileudo Barros (16/02/1951 – 17/09/2015)


Autor de O Boteco, Meninas, Esquinas, Sobre o amor e suas nuances
entre outros títulos, Marcileudo Barros foi um escritor à margem – agora, ele chega à terceira margem.

Mundo cão! E eu nele
Maldição! E eu nele.
Mil traças pra me consumir.
Mil garras pra me destruir.
Tento o avanço, canso.
Mil barreiras, mil desvios,
mil abismos pra cair...

Meninas
(fragmento)

 A menina pediu;
a mãe resistiu.
A menina insistiu;
a mãe permitiu.
A menina saiu
com promessas mil
de não chegar tarde demais.

A mãe ficou sozinha, mas
uma ponta de inveja da
menina dela e a saudade
dela menina foram atrás.


                                                                                                                      Esquinas 
(fragmento)


Pra quem se acha
Rei ou Rainha
e não vê mais ninguém,
na esquina tem um Rei
e uma Rainha também.
Tem palhaço, trapezista,
homem de aço, equilibrista.
Tem também ilusionista
que pode se transformar
em qualquer tipo da lista.
Pra quem se acha
Rei ou Rainha
e não vê mais ninguém,
a esquina tem surpresas
e sofrimentos também.

O beijo

O beijo não abre
toda válvula de escape
do desejo.
Até porque ele é o começo.
E quando ele é o fecho,
a apoteose,
ou não temos o desejo
ou temos o gozo precoce.
  
Caindo a ficha

Vendo revista feminina
Cheia de mulheres nuas
Bumbuns maravilhosos
Xiri em feitio de lua
Foi que eu vi quanta bosta
Tenho comido pela rua.
  

Catarse

Creio que algumas pessoas
Vêem nos poemas pornográficos
Uma espécie de gráficos
De suas incompetências
E se tornam críticos ácidos
Taxando-os de indecência.
E se perdem da ludicidade
Em cada experiência.

  
Invenção

Tem mulher que a boca é dez
Os peitos pontos abaixo
A bunda menos ainda
O xiri um esculacho.
Você goza no boquete
Ai inventa um diabete
Pra não enfiar no tacho.

No Sense

Tem casal enciumado
E faz sentido.
O neguinho é sarado
Neguinha só peito e priquito.
Um bumbum arredondado
Um rosto bonito.
Mas tem casal que, puta merda
Ciúme de cu pra cu
Só um comeria o outro
Famoso casal “only you”.
  

Desprovida

Tem mulher que mais parece
Uma carta em desmazelo
Um buraco e um corte
Arrodeado de pelo.
Os peitos é que lembram a carta
Pois mais parecem dois selos.
  
Desgaste

Se xiri gastasse dedo
Feito pedra de esmeril
Eu não teria mais que três
Por mais que tivesse mil.

(Poemas de Marcileudo Barros)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Celestino Neto e Marcileudo Barros fazem recital e lançam postais poéticos

.

Será amanhã, 28 de janeiro, a partir das 18h30min, o recital de lançamento de 18 postais poéticos, criados pelos poetas Celestino Neto e Marcileudo Barros, ilustrados pelo artista gráfico Marcel dos Anjos.

Ah, sim, no Vanilla Caffe Vieiralves – Rua Acre, próximo ao Açaí & Cia.