Amigos do Fingidor

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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

A poesia é necessária?



O ser de cada um
Candinho


O ser de cada um é que é bonito
simples essência de uma outra esfera
que se mutila, que se dilacera
para dar sopro vivo a um ser finito

Parte é matéria e força é o outro extremo
que se juntam para o divino ofício
dar cumprimento ao grande sacrifício
da purificação do Eu supremo

Entendamos – cada um é a própria cura
é a redenção da sua forma pura
precisamos ter consciência ao menos

Precisamos crescer, ser mais humanos
pois quanto mais humanos nos tornamos
mais divinos e eternos parecemos


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"Poesia solta na rua" com Almir Diniz, Candinho e Gracinete Felinto




A programação do Poesia solta na rua desta quinta-feira, 16/agosto:

Recital poético: Almir Diniz, Candinho e Gracinete Felinto; Participação especial: Amanda Figueiredo, homenageando Alcides Werk

Musical: Serginho Queiroz

Sobre os poetas:

Almir Diniz: 82 anos, é remanescente da geração que fundou o Clube da Madrugada; tem mais de 3 dezenas de títulos, entre poesia, crônicas e contos; sua poesia caracteriza-se por tratar da vida do caboclo do interior, mas carrega também um forte elemento erótico;

Candinho: um dos compositores mais férteis da música amazonense, apresenta-se, como cantor, sempre em parceria com sua esposa Inês; excelente "letrista", prepara o lançamento de seu primeiro livro de poemas, ainda para este ano;

Gracinete Felinto: poeta da nova geração, participa do grupo de jovens poetas Clam - Clube Literário do Amazonas; prepara seu primeiro livro de poemas, além de um livro voltado para o público infantil, ilustrado pela artista plástica Magdaluce Ribeiro.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Lavando o pão de cada dia

Candinho       



Onde andam as lavadeiras da Pancada?
                                                          Já não estão entre nós.
                                                                 Feito cigarras, cantaram-se!
                                                              Não sobrou um fio de voz.


O dia acordava com as canções das lavadeiras.
As batidas das roupas despertavam as pedras adormecidas.
As lavadeiras cantavam...  
Cantavam, lavando as manhãs nas suas roupas...
Cantavam, afinando a alegria nas suas melodias...
Cantavam, limpando o cansaço nas suas cantigas... 

Conversavam alto,
Enxaguando as preocupações nas suas conversas.
Conversavam tanto...
Tanto, que até o tempo se acomodava entre as pedras
Pra esperá-las e conversar com elas. 

Enquanto isso,
O sol e o vento, feito meninos, se embalavam nas cordas do varal,
Esperando as roupas para se vestirem com cada uma delas
E enfeitarem o dia com todas as cores. 

Quando iam embora,
Saíam limpos e cheirosos.
Deixando, na tarde e no coração das lavadeiras,
A alegria. 

– Estava lavado o pão de cada dia!

(Poema vencedor do Concurso Manaus e Poesia, promovido pela Academia Amazonense de Letras.)