Amigos do Fingidor

terça-feira, 7 de outubro de 2025

O cupim desrespeita a tudo e a todos

Pedro Lucas Lindoso

 

Minha querida tia Idalina outro dia disse: “cupim não é jabuticaba, que só dá no Brasil. Essa praga é mundial”. Titia tem razão. O cupim pode ser encontrado em todo o planeta. Exceto na Antártida e no Alasca. Essa praga cosmopolita, presente em qualquer cidade do mundo, danifica estruturas de madeira, móveis e outros materiais.

Devido a sua preferência por umidade, os cupins prosperam em regiões quentes e úmidas. Portanto, em Manaus eles fazem a festa.  As casas antigas da cidade têm porões ou sótãos. Uma forma de adaptação ao clima tropical da Amazônia, especialmente com a umidade e a temperatura. Os porões ajudavam a criar uma maior circulação de ar e afastar a umidade do solo, proporcionando um ambiente mais fresco e ventilado dentro da casa. E também para evitar os terríveis cupins. Há controvérsias.

Nossa casa da Henrique Martins tinha um porão de cerca de 1 metro. Obviamente sob um assoalho de madeira. De repente, o assoalho ficou infestado de cupim. Retiraram-se as tábuas para assentar cerâmicas. Os habitantes ficaram na casa. Inclusive eu, garoto danado, de 8 anos. Um buraco no meio da sala. Eu pinotando de lá pra cá, não vi o buracão. Malsinados cupins!

Caí no buraco, fraturei o braço. Chamaram seu Dico Paiva, um técnico prático que engessava braços e pernas das pessoas, na Manaus de antigamente. Era o pavor de curumins danados e de médicos ortopedistas. Por razões distintas.

Malditos cupins. Eu achava que só existiam aqui em Manaus. Em Brasília são raros devido ao clima seco. A praga gosta de umidade.

Retornei a Manaus há alguns anos. Novamente, encontro-me aterrorizado pelo cupim. Eles têm poder de destruição extremamente alto e podem, em pouco tempo, acabar com a estruturas de casas e até prédios.

De acordo com a revista National Geographic, estas pragas podem causar prejuízos anuais de mais de 10 bilhões de dólares. Os insetos são organizados em colônias mundo afora. Em Inglês, francês e italiano são os terríveis “termite”. Só mudam as respectivas pronúncias. No espanhol, “las termitas”. Não sei como se diz em mandarim, mas fazem estragos lá pela China também.

O cupim não respeita país, nacionalidade, nada e ninguém. Por último, infestaram o prédio da AAL – Academia Amazonense de Letras.  Nem os imortais amazonenses escapam do cupim!