Pedro Lucas Lindoso
Minha
querida tia Idalina outro dia disse: “cupim não é jabuticaba, que só dá no
Brasil. Essa praga é mundial”. Titia tem razão. O cupim pode ser encontrado em
todo o planeta. Exceto na Antártida e no Alasca. Essa praga cosmopolita,
presente em qualquer cidade do mundo, danifica estruturas de madeira, móveis e
outros materiais.
Devido a
sua preferência por umidade, os cupins prosperam em regiões quentes e úmidas.
Portanto, em Manaus eles fazem a festa.
As casas antigas da cidade têm porões ou sótãos. Uma forma de adaptação
ao clima tropical da Amazônia, especialmente com a umidade e a temperatura. Os
porões ajudavam a criar uma maior circulação de ar e afastar a umidade do solo,
proporcionando um ambiente mais fresco e ventilado dentro da casa. E também
para evitar os terríveis cupins. Há controvérsias.
Nossa
casa da Henrique Martins tinha um porão de cerca de 1 metro. Obviamente sob um
assoalho de madeira. De repente, o assoalho ficou infestado de cupim. Retiraram-se
as tábuas para assentar cerâmicas. Os habitantes ficaram na casa. Inclusive eu,
garoto danado, de 8 anos. Um buraco no meio da sala. Eu pinotando de lá pra cá,
não vi o buracão. Malsinados cupins!
Caí no
buraco, fraturei o braço. Chamaram seu Dico Paiva, um técnico prático que
engessava braços e pernas das pessoas, na Manaus de antigamente. Era o pavor de
curumins danados e de médicos ortopedistas. Por razões distintas.
Malditos
cupins. Eu achava que só existiam aqui em Manaus. Em Brasília são raros devido
ao clima seco. A praga gosta de umidade.
Retornei
a Manaus há alguns anos. Novamente, encontro-me aterrorizado pelo cupim. Eles
têm poder de destruição extremamente alto e podem, em pouco tempo, acabar com a
estruturas de casas e até prédios.
De
acordo com a revista National Geographic, estas pragas podem causar
prejuízos anuais de mais de 10 bilhões de dólares. Os insetos são organizados
em colônias mundo afora. Em Inglês, francês e italiano são os terríveis
“termite”. Só mudam as respectivas pronúncias. No espanhol, “las termitas”. Não
sei como se diz em mandarim, mas fazem estragos lá pela China também.
O cupim
não respeita país, nacionalidade, nada e ninguém. Por último, infestaram o
prédio da AAL – Academia Amazonense de Letras.
Nem os imortais amazonenses escapam do cupim!