Amigos do Fingidor

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A poesia é necessária?

O rio Amazonas

Elson Farias


Rio, lavras tua gula,

comedor de terra e espuma,

trazes os teus peixes todos,

sol ardente sobre lâmina.

 

Manhã clara consumada,

hereditária da chuva,

água tranquila na cuia

do verão que te saúda.

 

Noite nova sobre as árvores,

sombras nos ombros da lua,

os duendes antigos vivos,

mulher deitada na grama.

 

Não és um rio caduco,

mas uma fera atiçada.

Contra a fome te concentras

como o fixo olhar da garça.