Pedro Lucas Lindoso
A minha netinha Maria Luísa, a quem chamamos carinhosamente
de Malu, é muito inteligente e observadora. Além de ser bonita e simpática, é
claro. Malu e sua irmã Maria Helena estavam assistindo a uma apresentação
teatral na Feira do Livro do SESC.
No lado esquerdo do palco, vestida de preto, havia uma
intérprete de Libras. Malu quis saber se aquela moça fazia parte da peça.
Explicou-se que há crianças e adultos que não ouvem. São pessoas com
deficiência auditiva. Os surdos. Eles precisam e têm o direito de entender o
teatro. Daí a necessidade e a obrigação de ter os intérpretes de Libras nesses
eventos.
Malu então ficou sabendo que Libras significa Língua
Brasileira de Sinais. Trata-se de um idioma gestual-visual. Muito importante
para a comunicação entre pessoas com deficiência auditiva. Explicamos que a
Libras é fundamental para a inclusão de pessoas surdas.
Malu achou que deviam explicar para as crianças na escola o
que é Libras. E que deveriam ensinar Libras para mais pessoas. Demos os
parabéns para Malu. Se mais pessoas soubessem Libras ficaria mais fácil a
inclusão dessas crianças nas escolas. E também ajudaria muito a comunicação dos
surdos, proporcionando maior interação deles com a sociedade.
Malu ficou muito curiosa em saber como era essa língua.
Explicamos que Libras é composta por um alfabeto e gramática próprios. Os
sinais são formados pela combinação da forma e do movimento das mãos,
expressões faciais e outros movimentos corporais.
Malu perguntou se poderia ser tradutora de Libras. Claro que
sim. Um professor de Libras nos explicou que tradução e interpretação são
diferentes.
A tradução se dá quando o tradutor tem acesso ao áudio, vídeo
ou texto previamente e assim os traduz. Já na interpretação o processo é
simultâneo. A interpretação é feita “ao vivo”, como no evento em que a Malu
aprendeu sobre Libras. Lembrou-se que há essas interpretações na TV e em muitos
outros locais.
Malu aprendeu ainda que existe o Braille. A língua específica
dos deficientes visuais.
Malu insistiu que as
professoras deveriam ensinar essas línguas para os alunos. Ajudaria a inclusão
dessas pessoas nas escolas e a sua interação na sociedade.
As professoras podiam dizer pelo menos que elas existem e nos
mostrar como funcionam. Parabéns, Malu. Ótima ideia.