Pedro Lucas Lindoso
O
Carnaval chega sempre vibrante e pulsante, colorindo as ruas e os corações. É
um momento em que a alegria se torna uma linguagem universal e todos,
independentemente de origem ou crença, se reúnem para celebrar. Nas esquinas, o
frevo se mistura ao samba, o axé contagiando os passantes, e a toada do Boi de
Parintins trazendo um sabor especial ao carnaval amazonense.
O
frevo, com sua energia contagiante, é a cara do Carnaval pernambucano. Os
passos rápidos e acrobáticos, as sombrinhas coloridas que dançam ao vento, e a
música que nos arrasta para o meio da folia.
No Rio
de Janeiro, as escolas de samba se preparam o ano todo para o desfile, onde a
passarela se transforma em um espetáculo de luzes, plumas e muito brilho. O
samba é um ritmo que conta histórias, desde as mais tristes até as mais
alegres. Cada verso carrega consigo a luta e a resistência de um povo que
encontrou no ritmo uma forma de expressão.
E não
podemos esquecer do axé, que traz a energia da Bahia para o Carnaval. Com suas
letras que falam de amor, axé e alegria, esse ritmo faz todo mundo querer
dançar. Os trios elétricos tomam conta das ruas, e a festa é uma verdadeira
celebração da cultura afro-brasileira. O axé é um convite à descontração, uma
mistura de ritmos que faz do Carnaval baiano uma experiência única. Pergunte a
quem já foi lá!
Mas
aqui na nossa terra temos o Carnaboi. Essa festa que reúne Carnaval e Boi
Bumbá, esse ano de 2025, terá seu ápice dias 7 e 8 de março. Afinal, o Boi
Garantido e o Boi Caprichoso não são apenas símbolos de uma festa, mas
verdadeiros ícones da nossa cultura. As toadas, cheias de emoção e poesia,
servem como uma luva também para se pular o Carnaval. E por que não? As vozes
se elevam, e a música ressoa pela galera animada. O ritmo das toadas, tão
familiar ao amazonense, no período do Rei Momo acaba envolvendo a todos em um
abraço sonoro e muito, mas muito mesmo, animado.
Assim,
o Carnaval se torna um mosaico de ritmos e tradições. Cada expressão musical
traz consigo a história do nosso Brasil. Tão diverso. Carioca, nordestino ou
amazônida, acaba sendo unicamente e essencialmente brasileiro. Um só povo, suas
lutas e suas vitórias. Na avenida, no bloco de rua, nos clubes e arenas ou na
casa de amigos, a festa se faz presente, e por alguns dias, as diferenças se
desfazem em meio à música e à dança.
Ao
final, quando os últimos acordes se apagarem e os confetes e serpentinas se
assentarem, restará a memória de dias de pura alegria. E, assim, o Carnaval nos
ensina que a vida, com suas cores e ritmos, é uma grande festa que merece ser
celebrada. Portanto, na cadência do frevo, no balanço do samba, na energia do
axé e na leveza da toada de Boi, encontramos a verdadeira essência do ser
brasileiro: um povo que dança, ri e celebra a vida em todas as suas nuances.