Pedro Lucas Lindoso
O assunto é cerveja. Não é minha especialidade. Aliás,
prefiro um bom vinho. Ou mesmo o famoso destilado escocês. Mas a cerveja tem
sua hora e vez em nosso calor amazônico, desde que bebida com moderação,
obviamente.
Sou do tempo em que só havia duas opções. Brahma ou Antarctica.
Hoje a quantidade de marcas e tipos diferentes de cerveja fez surgir a
especialidade sommelier de cerveja
concorrendo com os sommeliers de
vinhos.
Outra coisa que tem mudado com o tempo é a maneira de beber a
cerveja e como ela é comercializada. Na minha juventude, como já dito,
tomávamos Brahma ou Antarctica, em garrafas tradicionais de “casco escuro”. As
famílias festeiras tinham sempre engradados em casa. Era preciso ter os
“cascos” para comprar sem o custo adicional do vasilhame. E tinha que ser
“casco escuro”.
Depois veio a Skol em
lata. As latinhas vieram para ficar. Mas sempre preferíamos a cerveja servida
nas garrafas tradicionais, de 750 ml. Sempre Brahma ou Antarctica. Waldomiro,
folclórico jogador do Internacional de Porto Alegre, certa vez agradeceu na TV
o patrocínio da Antarctica, pelas “brahmas” que recebeu em casa!
E tomávamos as cervejas em copos de vidro ou tulipas. Hoje
vejo o pessoal jovem tomar a maneira dos americanos. Garrafas pequenas “long
neck”, sorvidas diretamente da garrafa, sem uso de copos. Ou mesmo usando copos
descartáveis. Na minha época isso era uma heresia. Os alemães, principalmente
na oktoberfest, não abrem mão de tomar a cerveja naquela famosa canequinha, a
tradicional “Masskrug”, que comporta nada menos que 1 litro de muita cerveja.
Fiquei impressionado
com a fila para ver o museu da Heineken, em Amsterdam, na Holanda. A famosa
Heineken Experience. Mas as mais importantes cervejarias do mundo estão mesmo
em Munique, no estado alemão da Bavária. Lá onde acontece a famosa e original
Oktoberfest. As seis grandes cervejarias de Munique – Hofbräuhaus, Augustiner,
Paulaner, Hacker-Pschorr, Spaten e Löwenbrau – não estão presentes apenas na
Oktoberfest ou supermercados, estão abertas diariamente aos seus apreciadores,
bem no coração da cidade.
Mas tenho saudades mesmo da minha juventude, quando tive que
escolher pela Antarctica. Bem gelada e servida na tradicional garrafa de casco
escuro. Bons tempos.