Amigos do Fingidor

terça-feira, 18 de maio de 2021

Atenção avós, fiquem espertos

Pedro Lucas Lindoso

 

Tenho uma linda netinha, Maria Helena, que nasceu durante a pandemia. Minha nora entrou no hospital e no dia seguinte já saiu carregando a neném para casa. Ambas com saúde. Graças a Deus, livres do corona.

Nós, avós corujas, não tivemos a oportunidade de ir à maternidade e testemunhar a chegada de Maria Helena. E só pudemos vê-la, a distância, muitos dias depois. É a dita geração coronial.

Minha esposa é neuropsicóloga e especialista em crianças e adolescentes. Explicou-me que os cérebros de bebezinhos como nossa netinha processam milhões de sinapses por segundo. A estimulação é primordial nessa fase da vida. A criança precisa de estimulação sensorial. É importante ouvir barulhos de chocalhos, canções, vozes e todo tipo de estimulação.

Maria Helena tem a sorte de ter uma irmãzinha, Maria Luísa, que tem ajudado nessa parte. As crianças que nasceram durante a pandemia, na maioria dos lares, só estão expostas a interagir com seus pais. Maria Luísa tem sido peça fundamental na interação de sua irmãzinha no mundo sensorial. Ela fala com a irmã. Canta sempre. Em especial canções da Moana.

 Em vídeo recente, vimos Malu cantando as músicas da corajosa jovem princesa da Oceania. Malu estava fantasiada da sua heroína. O mar é sempre presente nas músicas. A família da princesinha interage com os mares e oceanos. Parece-me que representam uma longa linhagem de navegadores.

Maria Luísa é de uma geração de crianças que vieram ao mundo a partir de 2010. Já encontrou e já conhece uma gama de aplicativos que fazem parte de tablets e smartphones. E assim aprende as músicas e danças que estimulam sua irmãzinha. Essa turma é conhecida como geração alpha.

O mundo digital para crianças alpha e também para os coronials será a coisa mais natural do mundo. A tecnologia a que estão expostos é a forma que será ofertada para conhecer e interagir com familiares, professores, amigos e conhecidos.

Entre a realidade e a virtualidade. Esse é o meio e a forma com que essas crianças vão se relacionar com o tempo e o espaço. Será entre a realidade e a virtualidade que essas pessoinhas vão estabelecer as suas relações interpessoais. Eles vão estar conectados constantemente à internet através de seus smartphones.

Atenção, avós corujas. Procurem ter sempre bons celulares e aprendem a usar aplicativos. O mundo virtual para seus netinhos é de total fluidez e grande naturalidade. Alphas e coronials vão transformar o mundo. Fiquem espertos.