Pedro Lucas Lindoso
Temos
aí uma nova variante do coronavírus batizada de ÔMICRON. Estão utilizando o
alfabeto grego para dar nome às terríveis e temidas variantes do corona.
Há
vinte e quatro letras gregas. ÔMICRON é a décima-quinta. A DELTA é a quarta. Antes
dela temos as conhecidas ALFA, BETA e GAMA. Entre a DELTA e essa ÔMICRON há dez
letras. Será que houve outras dez variantes e os nomes ficaram escondidos entre
os cientistas? Ou não foram nomeadas. O fato é que a última conhecida variante
foi a DELTA. Inclusive, famosa entre nós, amazonenses. Foi detectada por aqui.
Entre a
ÔMICRON e a última letra, a também conhecida ÔMEGA, há nove letras. Espera-se
que não tenhamos mais tantas variantes. Sabemos que a OMS – Organização Mundial
de Saúde está dando os nomes às variantes.
A
humanidade é ainda obrigada a enfrentar os também terríveis e temíveis
furacões. Amedrontam as populações tanto ou mais que as pandemias. E também
recebem nomes. Os nomes para os furacões são escolhidos pela OMM - Organização
Meteorológica Mundial, com sede em Genebra, na Suíça. Usam-se nomes de homens e
mulheres alternadamente.
O
objetivo de se dar nomes é de evitar confusão e fazer com que seja mais fácil
lembrar para se divulgar alertas e orientações. Penso que o mesmo critério
serve tanto para os furacões quanto para denominar as variantes do vírus.
Nomear
coisas e pessoas faz parte da condição humana. O filósofo Nietzsche, na obra A
Gaia Ciência, nos ensina que cabe a nós humanos, geralmente usando de arte
e engenho, “ver algo que ainda não tem nome, não pode ser mencionado, embora se
ache diante de todos. Os originais foram, quase sempre, os que deram nomes”.
Shakespeare,
na tragédia de Romeu e Julieta, deu ao mundo a frase: “O que é que há, pois,
num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria
igualmente bem?”
No
Espírito Santo, um recém-nascido foi registrado com o nome de Alquingel. De
acordo com a notícia, os pais, com muito custo, conseguiram registrar o bebê.
Comprovaram que um outro filho se chamava Influenza.
É preciso
dar nome aos bois, às variantes de vírus, aos furacões. E claro aos inocentes
bebês. Podemos ser originais, mas sempre responsáveis. A expressão “dar nome
aos bois” é geralmente usada para denunciar. Dizer os nomes das pessoas
envolvidas em determinada situação.