Pedro Lucas Lindoso
Estava
na piscina do condomínio quando um jovem empurrou seu irmão menor, ainda de
tênis e camisa, na piscina. O menino saiu com o tênis encharcado e comentou com
a mãe:
– A
senhora viu? Ele fez de propósito!
Fiquei
pensando se o garoto sabia o significado da palavra propósito. Ele a usou
corretamente, sem dúvida. O dicionário nos ensina que propósito significa tomada
de decisão; aquilo que se pretende alcançar ou realizar; finalidade, fim, mira.
Ao empurrar o irmão ainda vestido na piscina, o rapaz tinha uma finalidade.
Provavelmente mostrar superioridade, ou exibir-se ou mesmo perturbar o irmão.
De
repente, a palavra propósito começou a aparecer em livros que leio, em
entrevistas e podcasts. Em recente comemoração com colegas de trabalho
sugeriu-se que as pessoas, de forma voluntária, revelassem um propósito para o
próximo ano que em breve começará.
Ao
receber o presente do amigo oculto, cada um dos presentes revelou seu propósito
para 2023. O primeiro disse que iria terminar seu doutorado. Outra, já separada,
que assinaria os papéis do divórcio. O fumante inveterado informou que ia parar
de fumar. Quatro pessoas disseram que fariam regime para emagrecer. Ela disse que queria engravidar. Ele
concordou com o propósito da noiva. Alguns eram improváveis e não passavam de
sonhos, como ganhar na loteria, por exemplo. Outros bem saudáveis como o do
jovem profissional ao dizer que finalmente iria sair da casa dos pais.
Complementou dizendo que ter responsabilidade pela própria vida é o primeiro
passo para atingir metas. Foi aplaudido. De repente, alguém colocou uma questão
preocupante:
– Penso
que para se ter um propósito é preciso saber o que se quer e onde se quer
chegar. Além disso, é necessário saber exatamente como e o que fazer para
alcançar esse propósito. A pessoa disse que estava fazendo análise justamente
para descobrir isso. E que seu propósito era ter alta em 2023.
Finalmente
o médico do grupo disse que o Hospital John Hopkins fez uma pesquisa sobre o
assunto. O resultado foi surpreendente. Os levantamentos feitos concluíram que
as pessoas que têm propósitos na vida vivem mais. O que parece bastante óbvio. Mas o que de
fato foi surpreendente, segundo o nosso colega médico, é que que essas pessoas
que tem propósitos vivem mais do que aquelas que cuidam bem da própria saúde.
Ou seja, se cuidamos da nossa saúde e ainda termos propósitos, ganhamos dois
propulsores de longevidade. Assim, o importante é cuidar da saúde e ter
propósitos. Não se esqueça: as pessoas que têm propósitos na vida vivem mais.
Feliz 2023!