Amigos do Fingidor

domingo, 14 de dezembro de 2008

Produção de texto poético (uma introdução) – III
Zemaria Pinto
11 – A linguagem criadora é determinada pela fala individualizada, que, para o escritor, é sua escrita. Cabe lembrar que a palavra texto tem origem no latim textum, que quer dizer tecido – entrelaçamento; daí indústria têxtil...

12 – Se o texto é feito da linguagem do escritor, a que serve senão à leitura? Isto nos traz à cena um novo ator: o leitor

leitor + texto = leitura

13 – Cabe ainda observar que há dois tipos de textos: o texto-objeto e o texto-obra. O texto-objeto tem como referência ordinária a fala comum, cotidiana; procura informar, com clareza e objetividade. O texto-obra, ao contrário, por ser uma manifestação individual e intuitiva do autor, dirigida a um leitor desconhecido, veicula um discurso onde a predominância é a tensão entre ambos, autor-emissor e leitor-receptor.

14 – Em outras palavras, temos o discurso referencial cotidiano e técnico versus o discurso metafórico, plurissignificante (tensão entre emissor e receptor), que pode ser simplificado num embate entre linguagens: linguagem denotativa versus linguagem conotativa

Continuamos.