Amigos do Fingidor

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Objetos de desejo



Pedro Lucas Lindoso


Recentemente comemoramos o aniversário de 90 anos de nosso companheiro Parimé Pinto. Foi uma alegre festa no restaurante Axerito. Parimé é ex-governador distrital do Rotary e tem se dedicado a produzir textos sobre sua longa experiência como rotariano.
Parimé não usa computador. Seus textos são datilografados. Com o tempo, a sua heroica máquina, de mais de 40 anos de uso, precisou ser substituída. Como não se as fabricam mais, Parimé usou os classificados de jornal (também com os dias contados) para manifestar seu interesse em adquirir uma máquina de datilografia em bom estado de conservação. E conseguiu.
Uma bem conservada Olivetti foi adquirida recentemente por Parimé. Ele só vê vantagens. Não precisa de impressora. Os textos datilografados já saem “impressos”. E mais. Como usa fita bicolor (preto e vermelho) pode realçar os textos com a cor vermelha. Coisa que o computador não faz, segundo Parimé. As fitas também são uma raridade. Ele as compra numa loja especializada no centro. E nos mostra orgulhoso seus textos datilografados com afinco.
Tia Idalina me telefona do Rio de Janeiro pedindo para que eu compre um 3-em-1 National Panasonic na Zona Franca. O 3-em-1 é um aparelho de som que possui rádio AM e FM estéreo, toca-discos e gravador cassete ou tape deck, montados num único gabinete, e um par de caixas acústicas separadas.
Como a máquina de datilografar do companheiro Parimé, não se fabricam mais 3-em-1. E também não há importadoras no centro de Manaus, como antigamente. Tia Idalina me disse que seu 3-em-1 National Panasonic comprado no Centro de Manaus nos anos 1970 não funciona mais.
Disse-lhe que o jeito é procurar na internet, no Mercado Livre ou no OLX. Ou fazer como o companheiro Parimé. Usar os classificados de jornal.
Tenho uma antiga secretária eletrônica. Também da Panasonic. Com minifita K7. Anos oitenta. Não passa de um pequeno gravador que atende as ligações e grava recados. Só serve para telefone fixo.  É o que os americanos chamavam de “telephone answering machine”.
Nem Parimé nem tia Idalina querem a tal secretária eletrônica. Alguém interessado em comprar essa geringonça?