Amigos do Fingidor

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Troca imperdoável



Pedro Lucas Lindoso


É considerado uma gafe grave trocar o nome das pessoas. O ex-governador e senador por São Paulo, Franco Montoro, era conhecido por trocar o nome das pessoas. Há muitas histórias envolvendo essa espécie de dislogia. No Senado chamava constantemente um funcionário de Piraquê, quando o nome do sujeito era Aimoré.
Já meu pai às vezes trocava o nome dos filhos. Somos sete. Eventualmente me chamava pelo nome de um dos meus irmãos. Mas se corrigia sempre. Perfeitamente perdoável.
Fernando Henrique Cardoso, um dos mais intelectualizados ex-presidentes, confundiu Gustave Flaubert com Honoré de Balzac. Teria creditado o famoso romance “Madame Bovary” a Balzac. Não considero o “flop” de maior gravidade. O mesmo não se pode dizer de Ronald Reagan. Em périplo pela América do Sul trocou o Brasil pela Bolívia. Logo a Bolívia!
Já a presidente Dilma foi bastante infeliz em visita ao Estado de Roraima. Não só trocou Roraima por Rondônia, como chamou os roraimenses de roraimadas. Lamentável. Parece uma sina. Roraima já se chamou Rio Branco. Há um lindo rio com esse nome margeando a cidade de Boa Vista. Mas era muita a confusão com a capital do Acre que é também Rio Branco. Nome dado em homenagem ao Barão que resolveu a questão do Acre junto à Bolívia. Aquela que Reagan confundiu com o Brasil. De Rio Branco o então território se tornou Roraima. Agora confundido com Rondônia.
Não se pode confundir as coisas. Não confunda Barra Funda com barafunda. A primeira é um distrito tradicional da região oeste do município de São Paulo. Já barafunda é mistura desordenada de pessoas ou coisas. Confusão, balbúrdia ou baderna.
Tenho um amigo cujo sobrenome é Malagueta e já foi chamado de pimenta. Mas sempre por brincadeira.
Triste e lamentável foi o acontecido com um conhecido professor da UnB. Não escondia a história de ninguém. Em pleno ato sexual chamou a ex-esposa pelo nome de uma namorada. Já havia sido perdoado por outras escapulidas. Mas essa foi demais. Acabou divorciando-se.
Realmente, de todas as trocas de que falamos essa é uma troca imperdoável.