Amigos do Fingidor

terça-feira, 6 de março de 2012

Quarta Literária: obras que mudaram o Amazonas



A Quarta Literária é um encontro mensal entre escritores, professores, estudantes e leitores, em que são discutidos temas ligados à literatura, às artes e a cultura em geral, firmando-se como um espaço para geração de novos conhecimentos e diálogo intelectual. Após as discussões há sorteio de livros e é servido o Chá Poético.

Promovida há treze anos pela Livraria e Editora Valer a Quarta Literária de 2012 será especialmente dedicada aos clássicos da literatura regional com o ciclo de palestras intitulado Série Clássicos Regionais: Obras que mudaram o Amazonas. Serão dez palestras ministradas ao longo do ano sempre na primeira quarta-feira de cada mês sobre obras como A Selva, de Ferreira de Castro, Inferno Verde, de Alberto Rangel, Galvez, imperador do Acre, de Márcio Souza, Beiradão, de Álvaro Maia, entre outros. As palestras terão início às 18h30 e a entrada é franca.

Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer. São livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos. Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido, mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los. Toda primeira leitura de um clássico é na realidade uma releitura, bem como toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira.

O primeiro encontro de 2012 acontecerá no dia 07 de março, às 18h30, no Espaço Cultural da Livraria Valer (Av. Ramos Ferreira, 1195, Centro), com a palestra sobre a obra Muraida, de Henrique João Wilkens, ministrada pelo professor Marcos Frederico Krüger

Sobre a obra Muraida

Muraida, poema épico que aborda a cristianização dos índios muras, de autoria de Henrique João Wilkens, militar português que serviu na Amazônia. Escrito em 1785, com o título Muhuraida, é o primeiro poema épico escrito no Amazonas. Como um bom português, Wilkens escreve o poema em oitava rima camoniana, a narrativa visa informar como ocorreu o processo de rendição, conversão e reconciliação da feroz nação Mura a João Pereira Caldas, Governador e Capitão General, que tinha sido do Pará e então nomeado para o Governo Geral das Capitanias de Mato Grosso e Cuiabá, encarregado da efetiva execução do tratado preliminar de paz e limites entre as Coroas de Portugal e Espanha; nesta ocasião, Wilkens se encontrava na Vila de Ega, no Rio Solimões.

Sobre o palestrante Marcos Frederico Krüger

Possui mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1997). Publicou, dentre outros, o livro Amazônia: mito e literatura (2003); Poesia e Poetas do Amazonas (2006); Antologia do Conto do Amazonas (2009), Poesia e poetas do Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo (2010), estes três últimos em parceria com o professor Tenório Telles. Recebeu em 2006 o Prêmio da Prefeitura Municipal de Manaus (categoria ensaio de literatura) com o livro A sensibilidade dos Punhais, que estuda a presença do mar na poesia do Amazonas. Já integrou, junto com outros professores e críticos literários, o júri do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira.
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