Amigos do Fingidor

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Ganhar ou perder?



Pedro Lucas Lindoso
   
A ex-presidente Dilma em desastroso improviso afirmou: “Ninguém vai ganhar, ninguém vai perder. Todo mundo vai perder”. O pronunciamento “viralizou” na Internet. Muita gente se divertiu com isso. Principalmente, os “coxinhas”.
O fato é que ela tinha razão. Muitos estão sendo responsabilizados e há prejuízo para toda a Nação. Independentemente do viés político. Todo mundo perdeu.
É verdade que muitas vezes ninguém perde e ninguém ganha. Empata. Principalmente no futebol. Nicodemos é técnico de um time e foi excursionar no interior.  O presidente, na verdade o “dono” do time pediu notícias. Mande por “whats app”. Nicodemos que maneja o celular bem melhor que a Língua Portuguesa, mandou bala: ”Cheguemos, descansemos, treinemos, almocemos, joguemos. Nem ganhemos nem perdemos. Empatemos. Abraços. Nicodemos”.
Na vida parece que se perde mais do que se ganha. Às vezes perdemos uma oportunidade e ganhamos outra mais adiante. Um rapaz de Parintins me encontra no fórum e lamenta: “Nosso boi Garantido perdeu”. Eu lhe disse que não se pode ganhar sempre. No ele retrucou: “Eu fico triste só até o fim do ano. Quando chega janeiro eu me alegro porque sei que naquele ano que se inicia meu boi vai ganhar.”
Parece que há mesmo certo rodízio. Só há dois bois. Caprichoso e Garantido. O espetáculo é tão bonito que, parafraseando Dilma, ninguém perde, ninguém ganha. Todos ganham. Principalmente a economia da cidade de Parintins.
Por falar em ganhar ou perder, outro dia ouvi  um relato envolvendo o comendador português José Cruz. Fundador  e presidente do grupo Guaraná Magistral. O saudoso José Cruz liderava um grande número de portugueses empreendedores aqui no Amazonas. Um belo dia adentram  em seu escritório vários patrícios indignados e esbaforidos. Davam notícia que um deles, conhecido comerciante manauara, havia adotado a cidadania brasileira e não era mais português. Naquela época não havia dupla nacionalidade como hoje. Foi então que o comendador Cruz acalmou os ânimos exaltados dos portugueses:
– Portugal nada perde. O Brasil nada ganha.
A tirada do comendador foi genial. Todos ficaram tranquilos e conformados.
Conclusão: o raciocínio da ex-presidente Dilma não foi tão desastroso assim. Quem sabe um dia vamos mesmo estocar vento!