Pedro Lucas Lindoso
Esta crônica é uma homenagem póstuma a ILZA GARCIA. As
pessoas que tiveram a alegria e o privilégio de conviver com Ilza Garcia sabem
o motivo do título desta crônica. Ela gostava de usar essa expressão: Federal!
Todos conhecem o sentido de federal como relativo à federação. Mas há um outro
sentido: algo intenso, fora do comum.
Ilza Garcia era assim: intensa e fora do comum. Ela era federal! Mãe da
Gina. Ilza não foi só uma grande mãe. Foi esposa, irmã, amiga, companheira
rotariana, madrinha, tia, administradora, trabalhadora, e muito mais! Uma
pessoa de uma grandeza de alma e de uma personalidade intensa. Ou seja,
federal!
Ilza Garcia era amiga de minha mãe, Amine Daou Lindoso, desde
a adolescência. Desde novinho me ensinaram a chamá-la de tia. Ultimamente ela
era o elo mais tangível que me ligava à memória de minha mãe. Cada abraço, cada
expressão de carinho, era como se minha mãe nos observasse de onde quer que
esteja no plano espiritual.
O nosso último contato pessoalmente foi dias antes dessa
terrível pandemia. Missa de celebração pelo centenário de nascimento do tio
Agobar Garcia. Seu amado esposo. Cuidou do tio Agobar com desvelo e fidelidade
até o dia em que Deus o chamou. Agora, devem estar namorando pelos jardins
maravilhosos do Éden.
Aos 98 anos de idade, tia Ilza estava lúcida e caminhando com
higidez e a elegância de sempre. Dois dias antes de ser hospitalizada, eu e
minha esposa Vera falamos com ela por telefone. Ela estava bem. Vera tinha um
respeito e um carinho especial por ela e também a chamava de tia.
Tia Ilza foi ex-aluna
salesiana. Falo com autoridade de filho, irmão e afilhado de mulheres que
estudaram com as Irmãs Salesianas. São pessoas especiais. Tornam-se esposas,
mães e profissionais diferenciadas. Neste mês de maio em que celebramos as
mães, também celebramos a nossa Mãe do Céu. Nossa Senhora Auxiliadora receberá
tia Ilza com todas as honras de filha. Ela que soube tão bem amá-la e cultuá-la
como nossa mãe e Mãe do Cristo e Salvador do Mundo.
Ilza Garcia foi funcionária da Nestlé, presidente da APAE e
participava ativamente da Casa da Amizade de senhoras rotarianas. Foi membro do
Conselho da Mulher Executiva dentre as várias atividades na sociedade de nossa
Manaus.
Há alguns meses, disse a ela que havia me lembrado de um
comercial da cerveja Skol que dizia: “Entrei no bar com uma sede federal".
Hoje nós que a conhecemos estamos todos com saudade. Uma
saudade federal!
Sra. Ilza Garcia. |