Estudo VI
Alcides Werk (1934-2003)
O
amargo deste sal que me alimenta
agora,
eu mesmo o consegui catando
abismos
nesse mar desconhecido
que
o tempo me mostrou depois de mim.
Este
sabor estranho de distância
que
vivo a cada hora e que me envolve,
vem
da vida que vi nessa voragem.
Sei,
agora, que após a ronda inútil
por
além dos limites do meu nada,
voltamos
mais vazios, eu e o barco
que
construí para guardar tesouros.
No
regresso noturno, cumpro o gesto
de
buscar o local, em cada porto
onde
possa esconder um sonho morto.