Amigos do Fingidor

terça-feira, 5 de abril de 2022

Dia da mentira: abaixo as fake news!

Pedro Lucas Lindoso


Primeiro de abril. Dia da mentira. Dizem que a mentira tem perna curta. Mas o boato corre. Há várias versões sobre a origem do primeiro de abril. Acredita-se que teria surgido na França. Os trotes são conhecidos por lá como “plaisanteries”.

Em Minas Gerais, a revista chamada A Mentira, lançada em primeiro de abril de 1828, noticiava falsamente o falecimento de dom Pedro. Na minha opinião, uma “plaisanterie” inoportuna e deselegante. Aliás, “plaisanterie”, significa gracejo, piada. Sou totalmente favorável como brincadeiras ou trotes nesse dia. Inclusive gosto de fazê-las. Desde que não sejam inoportunas ou inconvenientes.

Não somente em Minas Gerais em tempos do Imperador, que a Imprensa participa da brincadeira. O jornal Le Parisien noticiou, em 1986, que a Torre Eiffel, símbolo de Paris, seria desmontada e transferida para o parque de diversões Euro Disney, próximo à capital francesa.

Em 1980, a rádio BBC anunciou em Londres que os ponteiros do Big Ben seriam trocados por um painel eletrônico. As hastes antigas seriam doadas ao primeiro ouvinte que telefonasse para a rádio. Foram notícias falsas que não envolveram nenhuma pessoa em particular nem macularam a imagem de alguém.

Há ainda a mentira branca. É aquela que nos impede de ferir ou insultar alguém com a verdade fria e dolorosa.  Uma noiva vestida inadequadamente. Ninguém pode ou deve magoá-la. Outra mentira positiva é aquela benéfica. O médico sabe que o paciente está terminal. Mas, o visita em seu leito de morte para levantar seu ânimo. Milagres acontecem.

A verdade é que todos nós somos mentirosos até certo ponto. Porém a mentira patológica ultrapassa os limites da normalidade. O mentiroso patológico, também conhecido como mitomaníaco, é alguém que mente compulsivamente.

O mitomaníaco não se importa de contar inverdades ou distorcer a realidade. E esses encontraram um terreno fértil para sua anomalia nas redes sociais. Essas pessoas não conseguem resistir ao impulso de mentir. São os criadores de “fake news”. Enxovalham a honra e a dignidade das pessoas sem qualquer escrúpulo ou espírito de solidariedade cristã.

É lamentável que, em nome de posicionamentos políticos e ideologias diversas, se espalhem fofocas, mentiras e fake news a torto e a direito.

Sugere-se que alguns devam buscar tratamento psicoterapêutico para superar esse comportamento. No primeiro de abril, pode-se comemorar a mentira branca, a benéfica e as inocentes “plaisanteries”. Mas, definitivamente, abaixo as fake news!